HUMBERTO MENEGHIN
YV –
2000 foi o ano em que você começou a se dedicar à prática do Yoga. Antes disso,
você já havia percebido ou recebido alguns indícios que esse seria o caminho a
seguir? Você acha que algumas pessoas que se entusiasmam à primeira vista pelo
Yoga podem acidentalmente seguir por vias equivocadas e a partir daí nunca mais
querer saber ou ouvir falar sobre esse assunto? Durante o trajeto, alguma vez
você já pensou em desistir, seja de praticar, estudar ou ministrar aulas como
professora de Yoga? A tradutora e interprete cedeu lugar definitivamente à
Yogini devotada?
ANA PAULA
– Eu nunca imaginei que seguiria um caminho como o do Yoga, exatamente porque
nem sabia o que era antes de passar na frente de uma escola e decidir entrar.
Creio que cada um entra no Yoga por um motivo ou nenhum, e conheço pessoas que
se decepcionaram com muitas coisas e nunca mais quiseram saber do Yoga, porém,
é sempre o caminho de cada um com seus próprios desafios. Assim como eles eu também
tive meus desafios e continuarei tendo-os. Apesar das dificuldades nunca pensei
em parar de praticar, já duvidei se deveria estar dando aulas, principalmente
quando ouvia muito que eu não deveria estar dando aula porque não era muito
flexível e outras vezes, por questões financeiras. Por isso, já faz uns anos
que faço outras coisas também para balancear a vida, porque afinal, tenho
contas para pagar. A tradutora e intérprete nunca tomou o lugar da Yogini,
assim como nada nunca irá tomar, porque o Yoga está em mim e por isso, sempre
estará em tudo que eu faço. Não precisa estar ligado ao Yoga para eu estar
praticando Yoga. Então, em tudo que eu faço, seja tradução, seja um alimento,
seja com o círculo de mulheres, seja acompanhar o parto, sempre o Yoga vem
junto. Não temos mais como nos dissociar.