25 de maio de 2013

O MUDRA DO SPOCK



HUMBERTO MENEGHIN


Star Trek, Jornada nas Estrelas, é uma série de ficção científica que dispensa apresentações. Spock, um dos personagens mais populares representado pelo ator Leonard Nimoy, desde muito adotava um gesto peculiar para saudar os Vulcanos; esse gesto que consistia e ainda consiste em elevar a mão direita na vertical, mostrar a palma enquanto os dedos mínimo e anular estão juntos e se mantém separados dos dedos médio e indicador, também unidos, e o polegar estendido. Acompanhando-o esta frase: “Vida longa e próspera”. Mas, será que este gesto vulcânico pode ser considerado um mudra?










Mudra, gesto de poder, selo que marca um momento, situação, um gancho que posteriormente pode ser repetido e buscado que tem significado, efeito energético e psíquico, história e misticismo envolvidos em cada um deles. Muitos são utilizados na dança indiana, bem como na prática do Yoga e em especial durante a meditação.










De origem judaica, a saudação vulcana, na verdade, foi inspirada num gesto de bênção utilizado pelo kohanim durante o serviço de adoração que Nimoy presenciou numa sinagoga ortodoxa onde esteve com seu avô na infância e que acabou sendo aproveitado na composição do personagem Spock.









No entanto, a bênção genuína adotada pelos sacerdotes judaicos que serviram no Templo de Jerusalém é realizada com ambos os braços em posição horizontal em frente ao corpo, ao nível dos ombros, com as mãos se tocando e formando a letra hebraica "shin", (ש), representando a palavra hebraica "Shaddai" que significa "Deus Todo-Poderoso". E, por analogia, podemos inferir que o gesto também pode ser considerado uma representação do Om.









Saudar alguém com o “mudra do Spock” e desejar que tenha uma “Vida longa e próspera” pode parecer piegas e até fora de época; no entanto, embora Nimoy o tenha modificado para apenas uma mão posicionada na vertical, na verdade manteve-se a essência e a nítida similaridade com a saudação original, ou seja, a saudação vulcana mesmo não sendo totalmente idêntica ao gesto judaico, sua semelhança é mais do que suficiente para ser identificada pelos judeus como sendo a da benção divina.

Harih Om!

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