HUMBERTO MENEGHIN
Presente nos humanos
desde que o mundo é mundo, o ciúme e a inveja parecem ser inevitáveis em
qualquer meio onde se é querido e admirado. Algumas pessoas na Comunidade do
Yoga chamam a atenção pelo talento, simpatia, influência, carisma, competência,
liderança, determinação, beleza e sabedoria; e por terem essas características
muito marcantes na personalidade são alvo do ciúme e da inveja dos que se
sentem diminuídos com o destaque e o sucesso alheio.
O ciúme pode acontecer porque
para a professora Fulana de Tal foram concedidas mais aulas no horário dito
nobre, ou seja, no final da tarde e no começo da noite, e a outra professora
que já estava há muito tempo ministrando aulas no espaço de Yoga e queria essas
aulas para ela, permaneceu nos horários não tão importantes assim, onde há
menos praticantes. E, além do mais, a professora Fulana de tal é mais jovem,
esguia e bonita e ela que se sentiu rebaixada já passou dos quarenta e se acha
mais gorda do que a Fulana de Tal. Então, o ciúme se fez presente nesta
situação.
Outra situação de ciúme,
por sua vez, pode ocorrer por parte do namorado da professora Fulana de Tal,
que testemunhando o grande sucesso da namorada como professora de Yoga, sente
ciúme, principalmente sabendo que na sala há praticantes homens que acham-na
bonita e que nos horários noturnos quando costumavam estar juntos, agora ela
não está mais disponível.
Se a professora Fulana
de Tal realmente faz jus à posição que ocupa, tem competência e carisma, não só
a beleza de uma Barbie produzida e a colega de Seara Yóguica se sentiu
enciumada, paciência. Há um destaque da professora Fulana de Tal pelo seu
próprio mérito e então a que teve ciúme deverá trabalhar-se para não se deixar
abater por essa situação e reconhecer que é uma professora de Yoga tão boa
quanto a que agora ocupa horários ditos nobres e que pode se melhorar ainda
mais.
Já para o namorado, ele
poderia se entusiasmar, praticar e se unir às aulas da professora namorada que
sente ciúme ou pelo menos participar de algumas aulas para se fazer presente,
sentir o ambiente e mostrar abertamente que a sua namorada tem um namorado.
Paralelo ao ciúme está a inveja. A inveja porque determinado
professor ou professora tem muitos
alunos particulares que pagam super bem; por a aula que ministra no Espaço onde
está vinculado estar sempre lotada. E, a inveja se agrava mais se esse ou essa
professora ministra workshops pelo
Brasil a fora, é influente e popular, com muitos seguidores no FB.
Alguns outros nutrem inveja negra porque determinado
professor foi para a Índia ou para os Estados Unidos, fez várias Formações com
professores importantes e apareceu numa revista especializada seja num artigo
que escreveu ou num ensaio fotográfico onde demonstra ásanas. Ou, porque ostenta uma tatuagem legal e ainda executa ásanas muito difíceis. E, além de ter
dom para ministrar aulas, ainda canta e toca instrumentos musicais em kirtans e
surfa como ninguém e mantém a persistência no estudo das escrituras, não
demonstrando ser uma pessoa fútil.
Outros até invejam
porque aquela professora finalmente abriu o próprio espaço para ministrar aulas
de Yoga, tem um site popular na Internet, saiu na capa de uma revista e
ainda gravou um dvd sobre Ashtanga Vinyasa Yoga que está vendendo como água.
Por incrível que pareça, não raro encontrar pela
frente aquele que sabe que é excessivamente invejado e aprecia isso, achando
que ninguém lhe é superior. Com o ego altamente inflado, este tipo, muito
inseguro, sente inveja até mesmo de alguém inofensivo que lhe parece ameaçar a
posição.
Decorrente
da inveja surgem os comentários que o invejoso, ávido por encontrar um defeito ou deslize, faz
sobre as qualidades ou as conquistas daquele que inveja; comentários destrutivos
até sarcásticos, que na realidade só demonstra que se sente diminuído em
relação à pessoa que chama mais atenção, denotando que no fundo gostaria de ser
igual a ela; no entanto, não consegue devido ao comodismo ou por falta de
recursos.
E, por não conseguir ser igual a quem inveja, quer
destruir quem incomoda para que não exista parâmetro de comparação; e, alguns
até buscam aliciar outros para compactuarem da sua opinião no sentido de se
sentirem mais seguros.
É natural
sentirmos uma ponta de inveja de alguém que na verdade admiramos. Pode ser a
inveja branca, aquela que declaramos abertamente ou não a quem invejamos,
que na verdade não vem acompanhada de uma energia ruim.
No entanto, o que não pode acontecer é deixar se
dominar pelos sentimentos negativos e destrutivos que a inveja traz e muito
menos se sentir diminuído por que o Fulano ou a Fulana conquistou algo que
ainda não se tem ou tem uma aptidão passível de ser invejada. Pois até mesmo
aquele ou aquela que é alvo constante da inveja alheia também sente inveja, no
seu grau, porque é um ser humano em franca evolução.
Harih Om!
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