18 de junho de 2013

NÃO ME TOQUE!



HUMBERTO MENEGHIN


No decorrer da prática de ásanas é muito comum e correto o professor proceder os  ajustes necessários nas posturas que os praticantes executam; ajustes para que os ásanas se tornem mais perfeitos no sentido de evitar desconforto e até dano para quem os faz. No entanto, alguns praticantes abertamente não gostam de serem tocados, em especial os de origem americana e canadense; brasileiros, nem tanto. Então, como o professor deve agir se porventura se deparar com uma situação como essa?




Em Terras Tupiniquins o toque é um ato muito normal entre quase todos. Aqui as mulheres se cumprimentam com beijinhos, mesmo quem se vê pela primeira vez; costume que raramente é adotado nos Estados Unidos e Canadá, com a exceção de alguns que por lá vivem e tem sangue latino nas veias.

Ajustar um aluno ou aluna que na frente do professor executa um ásana de forma incorreta é o mais sensato a fazer, sem dúvida nenhuma. E, assim, a maioria dos professores realiza o acerto aproximando-se do (a) aluno (a) e “pedindo licença” ou não, ajusta-o (a), corrige a postura ou dá um toque, sem forçar, para que se caminhe um passo a mais no ásana.






No entanto, quando isso é feito tocando-se o corpo e ainda estando o professor ou professora bem próximo ao aluno (a), essa ação deve ser realizada de um jeito sutil e técnico, no sentido de o praticante não se sentir constrangido e quem estiver assistindo a cena não captar qualquer indício de violência, malícia ou assédio.

Por sua vez, há quem ajusta o praticante apenas com o toque dos dedos das mãos e outros somente instruindo através da voz, sem que haja qualquer proximidade ou toque.




Do contrário, alguns outros sequer fazem isso e permitem que os que estão sob a sua guarda façam as posturas de qualquer jeito, por mero relapso, falta de preparo ou talvez porque a iluminação da sala não seja suficiente

Mas, para aqueles que não querem ser tocados ou tocadas de forma alguma durante uma aula de ásanas, a solução ideal e mais óbvia é transmitir o ajuste, a correção, pela voz, o que irá demandar uma boa tarimba por parte do professor ou professora.




No entanto, em alguns estúdios que estão localizados acima da linha do equador, antes da prática iniciar é muito comum quem ministra a aula perguntar: “quem não quer ser tocado?”.

Havendo uma resposta, geralmente um levantar de braço, aquele ou aquela que tem aversão a toques é identificado e então o professor não o tocará durante o desenrolar da prática.




Isto pode parecer tolo, mas hoje em dia com essa onda de assédio que ocorre no meio do Yoga, para os (as) precavidos (as) todo o cuidado é pouco. No entanto, há alguns professores ou professoras que realmente abusam e alguns outros até aplicam Reik.




No Brasil, parece que não há este problema; mas buscando uma solução para esse entrave, de uma forma criativa, um estúdio de Yoga canadense chegou a ponto de criar dos tipos de cartões, a serem colocados pelo praticante na frente do tapetinho com o intuito de identificar quem quer ser ou não tocado durante a prática.




Esses cartões dizem:

Yes, please” – Sim, por favor (da cor verde);
No, thank you” – Não, obrigado (da cor roxa).

Será que algum dia essa providência será necessária por aqui?


Harih Om!

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