HUMBERTO MENEGHIN
Numa iniciativa ética-política jamais adotada na
História da Humanidade, o Ministério do Meio Ambiente e Florestas da Índia
reconheceu oficialmente que os golfinhos são “pessoas não humanas” cujo direito
à vida e a liberdade devem ser respeitados. No entanto, em Las Vegas, essa
prescrição passa longe de ser seguida e observada, pois lá praticam-se ásanas
de Yoga entre os golfinhos.
Engraçados, inteligentes e amigos do homem, os
golfinhos na maioria das vezes sempre se mostraram solícitos, espertos e por
isso muitos são capturados, treinados e mantidos em cativeiros para servirem de
atrações em shows de muitos parques aquáticos em várias partes do mundo.
Com a justificativa de que a Ciência estabeleceu
definitivamente que as espécies de cetáceos são seres inteligentes,
autoconscientes, dotados de sentimentos, ou seja, com a capacidade de sentir
emoções e até possuir uma identidade individual, estes seres, devem ser vistos
como “pessoas não humanas”, descartando-se a ideia de que são animais
irracionais; e, por isso, devem ter seus próprios direitos específicos.
No
entanto, mesmo que na Índia, onde essa prescrição de considerar os golfinhos
“pessoas não humanas” está em vigor, inclusive proibindo-os de serem mantidos
em cativeiros e ainda de participarem de shows aquáticos; na cidade do
pecado, Vegas, em pleno deserto de Nevada, o cassino Mirage passou a
oferecer aulas de ásanas entre os golfinhos.
Para entender melhor, a prática não acontece
dentro d´água no tanque onde eles vivem e se exibem, mas sim numa área indoor,
num salão interno e subterrâneo onde há grandes janelas de vidro para
observá-los.
A
prática de ásanas entre os Golfinhos tem a duração de uma hora, custa
cinquenta dólares, acontece de sexta a domingo as oito e trinta da manhã, sharp
on time, tendo como pano de fundo o Siegfried
& Roy’s Secret Garden and Dolphin Habitat at the Mirage.
Os
praticantes entusiastas apenas pagam para participarem de uma aula de ásanas
de Yoga enquanto os golfinhos confinados no grande tanque-aquário aparecem
de vez em quando para observá-los, provavelmente atraídos pela movimentação que
ocorre lá dentro, enquanto todos praticam e quem sabe também por uma presa
alimentar recompensatória que possa aparecer a posteriori.
Isso
pode ser considerado uma experiência única e interativa: a de praticar “Yoga”
entre os golfinhos, num cassino em Vegas; e muitos leigos podem até achar
chique.
No
entanto, será que vale a pena participar dessa prática na presença de golfinhos
que estão confinados num tanque-aquário, sabendo que o principal objetivo do
Yoga é moksha, a libertação?
Se
os golfinhos são considerados “pessoas não humanas”, pelo menos na Índia, por
enquanto, a liberdade para eles também deve ser extensiva; o que ainda não
acontece em muitos lugares por aí, seja em parques aquáticos ou cassinos. Você
participaria dessa prática entre os golfinhos?
Harih Om!
Mais sobre Vegas em http://yogaemvoga.blogspot.com.br/2013/01/um-dos-lugares-menos-indicados-para-um.html
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