HUMBERTO MENEGHIN
Foi tão óbvio o que a Neuzinha me contou que eu nem
sei se vale à pena passar para frente; enfim, a Neuzinha me disse que a
Claudinha e o Paulo Roberto haviam praticado Yoga juntos na aula anterior e que
pareciam bem íntimos. Então, falei que já sabia disto, pois tinha acabado de me
encontrar com eles lá na “Romana”. Sem graça, a Neuzinha deu de ombros e se foi,
enquanto a Simome tomava chá com a Soraia e o Edson, aquele casal que veio do
Sul, lembram? Cheguei na roda e escutei algo estarrecedor que jamais gostaria
de ter escutado: esse Edson teimava em dizer que a minha amada Mestra Indianira
Shanti Ma era uma tremenda duma charlatã!
Dizia ele que minha Mestra ludibriava as pessoas com
um discurso calculado e voz melosa, que ardilosamente persuadia e manipulava
todos que a cercavam com o objetivo de se enriquecer e subjugá-los. Que ela era
de uma cidade do interior do Paraná, que já tinha sido bancária, dita bacharela
em Direito e ainda Psicóloga.
Que Indianira Shanti Ma, Doraci Omeira da Costa,
seu nome real, era patrocinada por algumas pessoas da mais alta classe, suas
seguidoras, e que todo numerário que arrecadava era depositado em contas no
exterior ao invés de ser aplicado em ações destinadas a obras assistenciais aos
necessitados. Que seus discursos ditos sábios eram todos compilados de
ensinamentos e livros de outros Gurus que estão na ativa e que já se foram. Ou
seja, que ela era uma falsa-mestra, uma picareta e que deveria ser julgada e
condenada por estelionato por enganar os que nela cegamente acreditavam.
Fiquei possessa com isso! Me segurei para não rodar
a baiana. Onde já se viu levantar essa inverdade sobre uma pessoa tão cândida
como a minha Mestra! Inaceitável! Esse Edson vai se ver comigo; vou provar para
ele que está absolutamente equivocado. Na mínima ele deve ser um frustrado,
invejoso isso sim. Daqueles que se acham sábios demais e quando se deparam com
alguém que os incomoda, inventam coisas que não condiz com a realidade. Ah! Com
gente assim nem vou perder o meu tempo!
Tentando não se indispor com o sulista, ao
contrário de mim, Simone apenas soltava risadas estrondosas e dizia que ele
estava redondamente enganado, que deveria tentar conhecer melhor a nossa mestra
ao invés de julgá-la sem ter uma prova concreta, baseando-se apenas em boatos,
pois a nossa amada mestra era uma Luz em pessoa, de coração aberto, acolhedora,
um ser precioso e inigualável, nutrida de muita sapiência. – “Mexeu com ela,
mexeu comigo!” – revidou Simone para que todos ouvissem.
Não me contive e reforcei o que a Simone disse, que
poria as minhas mãos no fogo se estivéssemos enganadas. Que ele deveria ler o
livro “Sabedoria Expressa”, pois lá encontraria uma resposta para as suas
frustrações... Então, Kika, recepcionista do espaço, se aproximou dizendo que a
discussão estava muito boa, mas que já havia passado a hora de fechar. Nisso,
um senhor que até então estava calado, que aguardava a filha praticante,
balançou a chave do carro dizendo: – “Prestem atenção nas pequenas coisas,
somente assim saberão a verdade. O verdadeiro Guru não precisa provar nada a
ninguém”.
– Entendi! – rebateu Simone – Entendi!
Harih Om!
Relembre o capítulo
anterior aqui:http://yogaemvoga.blogspot.com.br/2013/07/minha-amiga-pratica-yoga-eu-tambem.html
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