21 de agosto de 2013

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE DEZESSETE






HUMBERTO MENEGHIN


Foi tão óbvio o que a Neuzinha me contou que eu nem sei se vale à pena passar para frente; enfim, a Neuzinha me disse que a Claudinha e o Paulo Roberto haviam praticado Yoga juntos na aula anterior e que pareciam bem íntimos. Então, falei que já sabia disto, pois tinha acabado de me encontrar com eles lá na “Romana”. Sem graça, a Neuzinha deu de ombros e se foi, enquanto a Simome tomava chá com a Soraia e o Edson, aquele casal que veio do Sul, lembram? Cheguei na roda e escutei algo estarrecedor que jamais gostaria de ter escutado: esse Edson teimava em dizer que a minha amada Mestra Indianira Shanti Ma era uma tremenda duma charlatã!


Dizia ele que minha Mestra ludibriava as pessoas com um discurso calculado e voz melosa, que ardilosamente persuadia e manipulava todos que a cercavam com o objetivo de se enriquecer e subjugá-los. Que ela era de uma cidade do interior do Paraná, que já tinha sido bancária, dita bacharela em Direito e ainda Psicóloga.




Que Indianira Shanti Ma, Doraci Omeira da Costa, seu nome real, era patrocinada por algumas pessoas da mais alta classe, suas seguidoras, e que todo numerário que arrecadava era depositado em contas no exterior ao invés de ser aplicado em ações destinadas a obras assistenciais aos necessitados. Que seus discursos ditos sábios eram todos compilados de ensinamentos e livros de outros Gurus que estão na ativa e que já se foram. Ou seja, que ela era uma falsa-mestra, uma picareta e que deveria ser julgada e condenada por estelionato por enganar os que nela cegamente acreditavam.

Fiquei possessa com isso! Me segurei para não rodar a baiana. Onde já se viu levantar essa inverdade sobre uma pessoa tão cândida como a minha Mestra! Inaceitável! Esse Edson vai se ver comigo; vou provar para ele que está absolutamente equivocado. Na mínima ele deve ser um frustrado, invejoso isso sim. Daqueles que se acham sábios demais e quando se deparam com alguém que os incomoda, inventam coisas que não condiz com a realidade. Ah! Com gente assim nem vou perder o meu tempo!

Tentando não se indispor com o sulista, ao contrário de mim, Simone apenas soltava risadas estrondosas e dizia que ele estava redondamente enganado, que deveria tentar conhecer melhor a nossa mestra ao invés de julgá-la sem ter uma prova concreta, baseando-se apenas em boatos, pois a nossa amada mestra era uma Luz em pessoa, de coração aberto, acolhedora, um ser precioso e inigualável, nutrida de muita sapiência. – “Mexeu com ela, mexeu comigo!” – revidou Simone para que todos ouvissem.



Não me contive e reforcei o que a Simone disse, que poria as minhas mãos no fogo se estivéssemos enganadas. Que ele deveria ler o livro “Sabedoria Expressa”, pois lá encontraria uma resposta para as suas frustrações... Então, Kika, recepcionista do espaço, se aproximou dizendo que a discussão estava muito boa, mas que já havia passado a hora de fechar. Nisso, um senhor que até então estava calado, que aguardava a filha praticante, balançou a chave do carro dizendo: – “Prestem atenção nas pequenas coisas, somente assim saberão a verdade. O verdadeiro Guru não precisa provar nada a ninguém”.
– Entendi! – rebateu Simone – Entendi!


Harih Om!



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