HUMBERTO MENEGHIN
Conhecido como corda bamba, mas na
verdade com o significado de “linha folgada”, o Slackline começou a ser praticado por acaso por alguns escaladores
de montanhas do Parque Nacional Yosemite, na Califórnia, em pleno anos oitenta.
Devido à flexibilidade do aparato e no sentido de tornar mais interessante essa
brincadeira sobre a corda bamba, alguns dos praticantes mais fanáticos tiveram
a brilhante e lucrativa ideia de inserir a execução de ásanas do Yoga sobre a “linha folgada”, catalogando-a como Slackline Yoga ou Slackasana.
Grosso modo, no Slackline tradicional, os slackers,
vão caminhando por cima da linha com o objetivo de alcançar a outra extremidade
de uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos enquanto realizam
manobras e saltos inusitados.
A opção mais praticada do Slackline, o Trickline, dá ênfase
às manobras de saltos que acontecem a partir de 60cm de altura, o que demanda
muita concentração, equilíbrio, preparo físico e treino de quem se aventura.
Já no Waterline, a prática do Slackline
irá se deslizar sobre as águas de uma piscina, lago, rio ou praia. Nesta
variação que é mais descontraída e refrescante, diversas manobras do Trickline podem ser executadas e as
quedas serão passíveis de um banho inevitável e quem sabe até agradável.
Por sua vez, no Longline, o Slackline vai se desenvolvendo numa fita
com a extensão de no mínimo de quarenta metros para mais, o que
demanda de o praticante ter um condicionamento físico muito bem afiado, pois
quanto maior o comprimento da fita mais concentração, força muscular e
equilíbrio são pedidos para se manter no caminho e vencer os obstáculos.
No entanto, para aqueles que querem se
aventurar na variação Highline, além
de se ter pelo menos seis anos de experiência na prática de Slackline, conhecimento sobre alpinismo
é recomendável, pois no Highline a
prática vai se desenhando em alturas que sejam superiores a cinco metros. Para
tanto também é necessária a utilização de equipamentos de segurança
e se ter conhecimento técnico do sistema de redução – cabos de aços.
Descrito ao pé da letra como “a arte de
destilar a concentração Yóguica”, o
Slackline Yoga ou Slackasana, até
que poderia estar incluído numa das variações oficiais mencionadas acima; mas,
o que realmente aconteceu foi que três amigos Sam, Sean e Jason, simpatizantes
do alpinismo e da prática de ásanas,
ao se depararem com um Slackline
tiveram a brilhante e a lucrativa idéia de criarem mais um tipo de “Yoga de
marca” no momento em que Sam executou Utthita
Hasta Padangusthasana sobre a fita e se deu bem.
Então, o reconhecimento maior do Slackline Yoga ou Slackasana não demorou muito para vir e aconteceu durante a Conferência da Revista Yoga Journal americana, em Estes Park, no Colorado, onde mais
posturas sobre a fita de equilíbrio foram demonstradas como por exemplo o virabhadrásana 1, vrkasana, dentre outras.
E com uma ajudazinha desta revista
especializada em Yoga, o gosto dos simpatizantes por este tipo de prática de ásanas sobre a corda bamba começou a decolar,
mesmo que os praticantes e estudantes mais ortodoxos do Yoga de modo algum
possam considerar que isso seja Yoga.
Possivelmente para se aventurar na
prática do Slackline Yoga ou Slackasana, os marinheiros de primeira
viagem acabam definitivamente tendo que se dar bem no Slackline fundamental e passar por muitas quedas para então
adentrarem na construção das posturas psicofísicas do Yoga que se desenrolam
durante o trajeto, tais quais são realizadas em pé, sentado, apoiado pelos
joelhos, pelas mãos, chegando até as inversões e posições vinyasa, tudo feito em cima de uma fita esticada e levemente
tencionada entre duas árvores, a certa altura do solo, o que pode não parecer
fácil.
No
entanto, logo que o praticante “pega o jeito”, adquire mais confiança e
deslancha, a prática acaba por se tornar prazerosa e desafiadora, o que irá
simplesmente refletir o resultado da perseverança e paciência do praticante.
Contando com os mesmos benefícios do Slackline, quais sejam, concentração,
equilíbrio dinâmico, força, flexibilidade, consciência corporal, velocidade de
reação e coordenação, o Slackline Yoga ou Slackasana,
que também é demonstrado num DVD produzido pelos criadores, é ensinado em um Teacher Traning
com duração de cerca de dez dias ao custo de U$ 1.995, incluindo hospedagem e
alimentação.
Além disso, Acro e Vinyasa Yoga,
meditação, canto de mantras e hiking (caminhada)
estão incluídos totalizando em cerca de mais de 100 horas de curso. E conforme
consta, parece que vinte mil pessoas com idades entre 6 a 82 anos, já se
aventuraram na prática de ásanas
sobre a fita Slackline.
No Brasil, não se sabe se o Slackline Yoga é praticado com a
dedicação e entusiasmo que é praticado nos Estados Unidos e se alguém já está
certificado oficialmente pela troupe
que o criou; no entanto, sabemos que o Slackline
puro e simples caiu no gosto dos que freqüentam as praias do Rio de Janeiro
desde 2010 e já se espalhou por várias partes do país.
Harih Om!
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