HUMBERTO J. MENEGHIN
“Flor,
este lugar é meu! ” – disse uma senhora quase gritando, me olhando de cima para
baixo, querendo que eu saísse de onde estava. Por trás apareceu a Júlia, a minha
estagiária lá do escritório e então fiquei sabendo que a mulher que queria
sentar-se ali era a vó dela. Relutei, mas acabei cedendo o espaço para a dona
Dalva, que não sei como, também acomodou a Júlia junto com ela. Vendo a Simone
e a Claudinha mais para o fundo vi a possibilidade de me sentar com elas,
enquanto o Tércio Natércio Couto entrava no salão com a sua turma para dar
continuidade ao retiro, “Yoga do Ser”.
Sempre
simpática, a Keilane comissária de bordo
da Azul que dividia o apartamento comigo e a Claudinha abriu espaço para eu me
acomodar perto delas. Percebi um semblante calmo e tranquilo na Keilane
podendo compará-la a um anjo louro.
Foi então que senti um cutucão no meu ombro
direito, virei-me e me surpreendi por ver o Júnior por lá. Sim, o
Júnior primo da Claudinha, aquele fotógrafo que morava com a gente para quem eu
tinha emprestado quinhentos reais. Ele me deu um sorriso e apontou lá para o
fundo do salão onde vi a Ruth, a Ruth
dos cinco cachorrinhos da raça bichon,
todos branquinhos, nossa vizinha lá no prédio para então eu ouvir o Júnior
dizer: “ De última hora, a Ruth quis tanto vir nesta palestra, mas não trouxe
os dogs ...”
“Silêncio,
peço silêncio a todos vocês!” – dizia a Silmara ao microfone lá na frente.
“Temos hoje e mais amanhã aqui no retiro que eu e o Tércio estamos promovendo. Colaborem, viu? Nenê, o som está falhando
... arruma esta coisa aí, senão não vai dar!!!
Após
ajustes e já com o Tércio pelo palco
começamos a ouvi-lo: “Vocês já estiveram entre a cruz e a espada? A cruz e
a espada, fechem os olhos e visualizem a cruz e a espada e vocês entre elas. Qual delas vocês aboliriam? Ficariam com a
Cruz ou com a espada? – silenciou, Tércio Couto.
Escolhi a
cruz. E então o Tércio continuou: “ Sil,
você escolheu a cruz ou a espada? E, você
Nenê?” – A Silmara disse que havia escolhido a Cruz e o Nenê a
espada.
“Não condeno as escolhas que fizeram, meus
queridos, minhas queridas. Perguntei à Sil o que havia escolhido e ao
Nenê também.
Não vou julgá-los por suas decisões. Pensem agora, reflitam o significado da cruz e da espada.” – e após alguns minutos, Tércio perguntou de novo: “Nenê, Sil, vocês mantêm as suas escolhas? Ou, após refletirem e saírem do automático a Cruz deixou de ser cruz e a espada deixou de ser espada?
Não vou julgá-los por suas decisões. Pensem agora, reflitam o significado da cruz e da espada.” – e após alguns minutos, Tércio perguntou de novo: “Nenê, Sil, vocês mantêm as suas escolhas? Ou, após refletirem e saírem do automático a Cruz deixou de ser cruz e a espada deixou de ser espada?
Minha mente embaralhou-se com essa pergunta. Então, depois
que soubemos que a Silmara manteve a sua posição e que o Nenê mudou-a, ouvimos um riso sonoro dado pelo Tércio que
falou: “ Tudo dá no mesmo amados do coração. Se vocês acham que a espada só
fere, se a cruz for usada de uma forma diferente também poderá ferir como uma
espada. A espada esta corta o alimento que traz vida quando consumimos, na cruz
configura a fé, devoção. O Yoga e o Ser
são unos, viu?”
Da plateia a Carol Leite, a Youtuber expert em meditação, falou: “Brilhantíssimo
como sempre, Tércio querido da Luz. A União do Ser com o âmago do
Yoga sempre esteve, está e estará vivo e presente em nós. Namastê!” – começou
ela a bater palmas que levou a todos a fazerem o mesmo.
Harih Om!
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