HUMBERTO MENEGHIN
Ela está na sala fazendo um vídeo tutorial de como
realizar shirsásana. A câmera está
ligada e tudo corre bem até que um gato sapeca que lembra o Garfield aparece e se coloca frente à lente da câmera e fica ali,
com os olhos fechados, sequer se dando conta de que sua dona está de ponta
cabeça, numa invertida. No entanto, não são apenas alguns gatos que não ligam
para o Yoga, pois na certa você conhece alguém da sua convivência que não está
nem aí quando vê que você está praticando.
Provavelmente, num passado distante ou não, você também
achava estranho quando via alguém praticando algum ásana e por ignorância podia achar fora do normal se flexionar em posturas, ficar de
ponta cabeça, algo que jamais passaria pela cabeça de que algum dia fosse fazer
o mesmo e até gostar.
A descoberta aconteceu, você fez a primeira prática, se
sentiu muito bem e então passou a adotar o Yoga como uma rotina na sua vida
para depois virem os estudos e o autoconhecimento começar a brotar em si.
No entanto, alguém da sua convivência ainda se mostra
resistente e sustenta a idéia de que praticar ásanas e ainda se aprofundar no estudo do Yoga é algo que jamais se
dedicaria, pois
sob o seu ponto de vista há coisas mais importantes na vida do que isso, como
por exemplo: divertir-se em excesso, apreciar a boa mesa não importando qual
seja o tipo de alimento, não dispensando, é claro, da boa bebida; por que se
você pratica Yoga, na certa é vegetariano, ativista e defende as causas
impossíveis.
Como o gato que deu as costas à dona e fechou os olhos,
impedindo que a imagem saísse como deveria, há pessoas que ainda acham que
Yoga é religião, que terá que abdicar dos prazeres mundanos e de todas as
coisas que gosta de fazer na vida e que essa estória de se autoconhecer não
está com nada.
E, se tem um corpo que considera inapto a fazer as
posturas, equivocadamente acredita que Yoga é para pessoas magras.
Mesmo que alguém que você conheça ainda mantenha os olhos
fechados para o Yoga e você ache essa atitude errônea, provavelmente você
também tenha os olhos fechados para alguma coisa que essa pessoa faz e aprecia
muito.
Então, não adianta forçar alguém seguir algo que a
primeira vista não goste. Tudo muda; no entanto, aversões existem e sempre
existirão.
Veja o vídeo do gato sapeca, aqui:
Harih Om!
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