HUMBERTO MENEGHIN
Não é novidade para ninguém, mas depois que
terminou de filmar “Comer,Rezar,Amar”, a atriz Julia Roberts se converteu ao
Hinduísmo. Nascida em uma família onde os preceitos Batista e Católico predominavam,
Julia Roberts optou por ser Hindu. Mas, o que leva uma pessoa, seja famosa ou
não, desistir da religião da qual fazia parte para se tornar Hindu?
Conforme consta Roberts, após ter passado pela
Itália, esteve vários dias pela Índia e Bali, trabalhando nas filmagens desse
filme e essa convivência direta com os cultos hinduístas provavelmente a
encantaram, trazendo-lhe uma identificação que a levou a mudar seu rumo no que
concerne à religiosidade e espiritualidade.
Em entrevista à revista Elle, a eterna Pretty Woman,
disse que agora frequenta o Templo para “cantar, rezar e celebrar”, onde também
leva o marido e os três filhos. Na sua próxima encarnação Julia pretende nascer
uma pessoa mais tranquila, em contraposição à sua vida estressante de
celebridade. No entanto, sabemos que não é necessário esperar uma outra vida
para se tornar uma pessoa mais calma, tranquila, como almeja a atriz, pois aos
poucos sendo Hindu, cantando mantras, rezando ou celebrando o culto as
Deidades, tendo mais consciência, menos ignorância e mais conhecimento, com
certeza colherá o que pretende. Mas, será que Julia Roberts está inspirando
seus fãs e admiradores em potencial a também se converterem ao Hinduísmo?
A força de uma celebridade, de uma pessoa mundialmente
famosa pode realmente chegar a influir no modo de vida de certas pessoas que
admiram-na, que gostariam de ser igual a ela e ter o mesmo padrão de vida. No
entanto, optar em mudar de uma religião para outra só porque alguém influente
do mundo do cinema fez isso, pode muitas vezes não ser o ideal.
Para que alguém que de início se simpatize pelo
Hinduísmo, procurar obter informações e conhecimento do que essa linha
espiritual trata, em um primeiro momento, torna-se indispensável.
Com certeza muitos podem ter uma religião “oficial”
e nas horas mais árduas recorrem a Deidades do Hinduismo, como também a Orixás
do Candomblé. No entanto sabemos que isso não basta e que a descoberta de ser
Hindu pode ocorrer no momento que menos se espere, como aconteceu com Julia,
que por ter tido o contato direto com o Hinduísmo na Índia e em Bali, acabou se
redescobrindo, talvez por que a sua religião anterior não estivesse suprindo as
suas necessidades como ela esperava que fosse.
Outra pergunta que paira no ar é: Será que aqueles que se dedicam à prática
do Yoga acabam por se tornarem Hindus?
Pode bem ser que sim, pois muitos dos professores e
professoras de Yoga são Hindus ou simpatizantes e não raro num Kirtan e outro
cânticos às Deidades serem realizados. No entanto, há exceções, alguns que só
praticam os ásanas do Yoga de uma
forma seca, sem que haja qualquer influência do Hinduísmo, Deidades ou cânticos,
buscando apenas o “bem-estar”.
Diante disso, muitos pais de alunos que freqüentam
algumas escolas americanas se opuseram que os filhos praticassem Yoga temendo
que fossem abduzidos para o Hinduísmo. Preconceitos à parte ou não, ser Hindu
acaba sendo uma opção inteligente daqueles que reconhecem que o que importa é
se libertar, libertar-se da roda do Samsara.
E, tanto Júlia como aqueles que são Hindus, estão no caminho e sabem disso.
Harih
Om!
Era exatamente isso que eu ia dizer! A não ser que você tenha nascido no Vale do Indo (Rio Indo) não se pode intitular "hindu". Na verdade, na época da opressão causada pelos ingleses, os habitantes da extinta Bharat (hoje conhecida como Índia) precisavam se diferenciar de alguma forma, para valorizar o fato deles terem nascido naquela região, ao lado do Rio Indo(rio este que faz a divisa com o paquistão); os ingleses como pode até ser visto em filmes e relatos haviam criado uma cédula de identidade inglesa, que os habitantes de bharat se recusaram a usar e criaram então a identidade de hindus, como forma de diferenciação. Isso posso falar pois conversei com brâhmanes e indianos muito instruídos sobre o assunto em umas das minhas viagens. Aqui podemos nos considerar transcendentalistas, vaishnavas, shivaístas, mas NUNCA hindus (segundo as minhas fontes e estudos pessoais) mas claro, estamos sempre abertos à discussões construtivas!
ResponderExcluirOs pais destas crianças podem ficar bem tranquilos, eles podem aderir aos rituais, mas nunca se tornarão hindus, pelo menos, não nesta passagem...
ResponderExcluirObrigado pelos comentários Bárbara, que trouxeram um ótimo complemento ao artigo.Harih Om!
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