HUMBERTO MENEGHIN
Quem não se lembra daquele vídeo em que uma
praticante de Yoga vestindo lingerie se entrega a uma sequência de ásanas, num quarto de hotel, enquanto
seu homem parece continuar dormindo na cama? Com movimentos até que bem sincronizados,
incluindo invertidas e paradas de mãos, esse filme promocional de uma grande
academia americana deu o que falar e trouxe a repercussão esperada. Agora, para
dar continuidade a essa promoção massiva sobre a prática de ásanas,
outro filme abordando o mesmo tema se destaca; mas, desta vez, ela pratica Acro
ou Partner Yoga com o marido.
Bem elaborado, tendo como pano de fundo o cenário
de um lago e uma música que combina perfeitamente com os movimentos altamente
sensuais que são realizados acrobaticamente pelos parceiros de ásanas,
esse novo filme “viral” queira ou não queira quem o assiste aceitar, prende a
atenção; prende a atenção pois quem testemunha a cena talvez queira saciar a
curiosidade para saber o que pode acontecer no final.
Praticando com o marido, realmente marido mesmo e
também professor de Yoga, a yogini, professora e praticante comanda a ação do
início ao fim do filme. Sustentada pelo parceiro que lhe dá apoio com os pés e
mãos, executando movimentos sutis, precisos e extremamente sensuais, a
protagonista deste filme pode até causar inveja a algumas praticantes que a
assistem, pois muitas gostariam de estar no seu lugar, movendo-se com
sensualidade em poses que exigem equilíbrio e concentração, e, ainda, no
comando, sendo sustentada por um homem. No entanto, para quem tem um olhar
crítico, essa cena pode já ter sido vista antes numa apresentação circense
daquele tão famoso circo canadense que roda várias cidades pelo mundo.
O Acro-Yoga nada mais é do que uma prática que
mistura e combina ásanas com a acrobacia e, ainda, as artes de cura e
tem por finalidade cultivar a confiança, a conexão e o envolvimento entre os
que praticam.
Há duas vertentes que casaram ásanas com
acrobaia. A primeira que se nomina Acroyoga, surgiu em Montreal, Canadá, em
2001 e além dos ásanas acrobáticos, movimentos da dança estão
envolvidos. Jessie Goldberg e Eugene Poku são os seus disseminadores.
A segunda vertente do Yoga acrobático é
o Acroyoga Inc., que apareceu na Califórnia e foi desenvolvida por Jason Nemer and Jenny Klein; e, nesta prática a Thai massage
também está incluída.
No entanto, existem três papéis principais que a dupla de
praticantes assumem em uma prática Acro-yoga: base, flyer, e spotter.
Base - é o praticante que tem a maioria das partes do corpo,
principalmente o tronco, em contato com o solo, pois isso permite que ambos os
braços e as pernas deem o máximo de estabilidade e apoio ao praticante que está
por cima executando os ásanas. Os principais pontos de contato com o
praticante parceiro são os pés que geralmente estão colocados na cintura ou
abdômen do outro; e, as mãos, que se seguram pelos ombros. Assim, a base se
reverte de estabilidade e aterramento.
Flyer – representando
liberdade e equilíbrio dinâmico, o Flyer é o praticante que está por
cima, elevado do chão pelo Base. O Flyer, voador, por sua vez,
pode mover-se numa série de posições dinâmicas e isso geralmente acontece pois
a gravidade acaba facilitando a prática para eles. No entanto, o Flyer
precisa de equilíbrio, confiança e força do core, do Kanda.
Spotter – poderíamos dizer
que seja o professor, aquele que observa e que tem uma visão objetiva dos
praticantes, cujo foco é de certificar-se de que o Flyer desça com
segurança em caso de ocorrer uma queda. O observador, que representa segurança
e orientação, também pode fazer recomendações ao Base e ao Flyer no
sentido de melhorar a execução da acrobacia de ásanas. Ainda, o AcroYoga
envolve práticas terapêuticas lunar, solar e filosófica.
No entanto, para o leigo ou a leiga que se depara com um vídeo
viral como esse que demonstra uma mulher fazendo acrobacias sobre os pés de um
cara que está deitado pelo chão e ambos envolvidos em movimentos extremamente
sensuais, poderá criar na mente um conceito equivocado sobre o Yoga e assim
poderão conforme suas crenças, se afastarem ou se sentirem muito desejosos em
adotarem o mesmo tipo de prática que o casal exibe no filme.
Alguns ou algumas outras que já praticam poderão achar esse filme
bonito, sutil e que não há nada de mais mostrar a sensualidade de um casal de
professores de Yoga numa sessão de Acro Yoga bem produzida. No entanto, não devemos esquecer que a prática consciente não visa expor ou exaltar a vaidade
e muito menos a sensualidade física de quem realmente pratica.
O vídeo da Equinox está aqui:
Harih Om!
Eu tenho ciumes da minha namorada praticando AcroYoga com outros homens, o que eu faço?
ResponderExcluirA resposta mais obvia e vc tomar gosto pelo Acro e passar a praticar com ela.
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