HUMBERTO
MENEGHIN
escrito quando das eleições de 2010
Com a proximidade das eleições para a
Presidência e outros cargos públicos de um país continental como o Brasil, a
parábola da corda e da serpente,rajjusarpa, muito familiar para quem estuda
Vedanta vem, de uma forma peculiar ilustrar a importância da escolha que os
brasileiros faremos daqui a algumas semanas.
Sintetizo a parábola: um homem, andando
numa trilha na penumbra do crepúsculo, encontra uma corda jogada em seu
caminho. Por conta da pouca luz acha que o que vê à sua frente é uma perigosa
serpente. Assustado e com medo do réptil, achando que pode ser atacado por ela,
afasta-se amedrontado, correndo em pânico.
Depois, já mais calmo, o homem retorna
ao local e, com o auxílio de uma tocha, constata que aquilo que parecia uma
perigosa serpente, na realidade é uma inofensiva corda. Então, o medo e o
nervosismo que haviam tomado conta dele caem por terra. Porém na peculiar
situação que vivemos nestas eleições, a parábola é inversa: aquilo que a
primeira vista nos parece ser uma inofensiva corda, pode se revelar uma
perigosa serpente.
É natural no Brasil, que aqueles que
pretendem concorrer a um cargo público, em especial ligado à política, na
grande maioria das vezes, alimentam o precípuo desejo de, uma vez vencida a
etapa das eleições e eleito(a), satisfazer seus próprios interesses, em
primeiro lugar, com o conseqüente engrandecimento do ego e com isso deixando em
último plano os interesses daqueles que lhes confiaram o voto.
Vemos na televisão e na mídia em geral, propagandas políticas de todas as linhas partidárias. Bem produzidas, inevitavelmente, mostrando ao público a imagem de uma bela, boa e inofensiva corda no que concerne aos quesitos personalidade, competência, realização e capacidade política de alguns candidatos.
Corda esta nada ameaçadora. No entanto,
alguns, como a serpente, estão prestes, no momento mais que oportuno, darem o
bote certeiro para enganarem suas vítimas e assim cumprirem suas verdadeiras
intenções através do uso indevido da máquina pública, da corrupção, do desvio
dos recursos públicos e do assalto ao erário, como temos tristemente
testemunhado nas últimas décadas.
Refletindo assim sobre a esclarecedora mensagem desta parábola para que os
atuais candidatos não nos frustrem e sobretudo, não nos enganem, devemos usar o
bom-senso para dissipar as eventuais confusões advindas das falsas promessas
eleitoreiras.
Uma vez dissipada a confusão de forma consciente, poderemos escolher aqueles que de verdade podem fazer o melhor para o país. Assim, o medo e o nervosismo que tomaram conta da mente daquele que viu a perigosa serpente desaparece e a mente saberá discernir o equivocado do real, não permitindo de modo algum que qualquer falsa sobreposição do aparente sobre o real obscureça o Ser.
Uma vez dissipada a confusão de forma consciente, poderemos escolher aqueles que de verdade podem fazer o melhor para o país. Assim, o medo e o nervosismo que tomaram conta da mente daquele que viu a perigosa serpente desaparece e a mente saberá discernir o equivocado do real, não permitindo de modo algum que qualquer falsa sobreposição do aparente sobre o real obscureça o Ser.
Harih Om!
Nenhum comentário:
Postar um comentário