HUMBERTO MENEGHIN
Anualmente,
como de costume, quando a Lua nova está em seu quarto dia, pelo mês Hindu de Bhadrapada, que neste ano, 2012,
corresponde ao dia 19 de setembro, os hindus e simpatizantes comemoram o
Ganesha Chaturthi, o aniversário do
Deus mais querido por eles: Ganesha.
Cantar
parabéns para as pessoas queridas e para aqueles que consideramos amigos é uma
lembrança agradável para qualquer aniversariante e acaba sendo uma homenagem.
Muitos recebem presentes, outros apenas um cumprimento ou uma mensagem
eletrônica; no entanto, para comemorar o aniversário de Ganesha, não é
necessário nenhum apreço que não seja original, apenas a devoção sincera já
basta.
Muitos
devotos, na verdade, cultuam Ganesha durante o seu dia, que também se estende
por outros dias mais, unicamente como uma forma de agradecer as bênçãos que
dele obtiveram na solução de problemas. No entanto, o culto a Ganesha ou
qualquer outro Deus que esteja no coração do devoto é puramente desvinculado de
qualquer interesse secundário, mesmo que em determinados momentos da vida
aqueles que o cultuam a ele recorrem na busca da melhor solução para os
problemas que se apresentam, com a conseqüente remoção de obstáculos. Problemas
esses que na realidade foram colocados pelo próprio Ganapati.
Tradicionalmente
invocado no início de qualquer empreendimento para trazer prosperidade e boa
fortuna, o Deus mais popular do Subcontinente é filho de Shiva e Parvati.
Homenageado em diversas partes da Índia e até mesmo em alguns outros países
como Nepal, Tailândia e Camboja, um dos melhores lugares para celebrar e
vivenciar o festival Ganesha Chaturthi é
na cidade de Mumbai, onde as comemorações acontecem de uma forma muito especial
no templo Siddhivinayak.
Com a
presença de inúmeros devotos, que fazem pujas
e entoam mantras o tempo todo a esse querido Deus, a celebração não se resume
apenas ao templo, pois durante as festividades cerca de dez mil estátuas de
Ganesha são exibidas em vários pontos da cidade e também nas casas dos devotos.
Essas estátuas recebem um ungüento da cor vermelha que é feita de kurkuma e
pasta de sândalo, enquanto hinos védicos do Rig
Veda, do Ganapati Atharva Shirsha
Upanishad e o Ganesha Stotra do Narada Purana são cantados.
Festejado
durante onze dias consecutivos, o Ganesha Chaturthi,
conta com um grand finale que é o Ananta Chaturdasi, que acontece no
último dia, 30 de setembro, em 2012, quando a Lua se torna cheia.
Nesse dia, a
estátua de Ganesha é levada pelas ruas numa espécie de procissão que é acompanhada
por mais cânticos e dança. E, após a oferenda de cocos, flores e cânfora, a
estátua da deidade é imersa no rio ou no mar, simbolizando esse ritual, Ganesha Visarjane, a jornada de Ganesha
até o monte Kailash cuja principal
finalidade é levar embora todos os infortúnios de seus devotos.
A remoção de
um obstáculo pode ser comparada ao retirar de uma fita adesiva transparente que
está colada indevidamente sobre um papel. Então, com cuidado, para não arruinar
o papel todo branco e imaculado, a fita vai sendo removida, aos poucos, e por
fim libera o papel e se libera, sem que haja qualquer dano tanto ao papel quanto à fita adesiva.
Porém, se a fita não for retirada com o devido cuidado poderá danificar o papel
e também se danificar; e, mesmo que o obstáculo tenha sido removido marcas
restaram em ambos.
Não é raro
encontrar, na Índia, pessoas de outras religiões, como mulçumanos, jainistas e
cristãos participando do Ganesha
Chaturthi. No entanto, não importando o lugar ou país onde se encontre, o
devoto de Ganapati saberá
verdadeiramente se entregar a esse culto para agradecer e sobretudo ter a
certeza de que o que antes parecia ser um obstáculo intransponível já não o é
mais; pois, Ganesha já fez a sua parte, removendo-o de todo o modo.
Jay Ganesha!
Mais sobre Ganesha Chaturthi em http://yogaemvoga.blogspot.com.br/2013/09/ganapati-visarjan-por-que-ganesha-e.html
Mais sobre Ganesha Chaturthi em http://yogaemvoga.blogspot.com.br/2013/09/ganapati-visarjan-por-que-ganesha-e.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário