16 de setembro de 2012

AEROPORTO HOLANDÊS MANTÉM CENTRO DE MEDITAÇÃO



HUMBERTO MENEGHIN


Para quem passa de uma conexão a outra pelo lounge 2 do aeroporto holandês Schiphol, poderá inevitavelmente encontrar pela frente uma placa indicativa que irá levá-lo a um Centro de Meditação. Sim, um Centro de Meditação localizado dentro de um dos terminais de um aeroporto extremamente movimentado. Obviamente os que prestarão a atenção à placa são aqueles que meditam, já meditaram ou pretendem meditar. No entanto, para chegar até esse oásis o interessado terá que dar muitos passos e até mesmo achar que não está indo na direção certa.




Estando no Lounge 2 de Schiphol, logo se pode notar ao pé de uma escada rolante o sinal indicativo do local reservado à meditação. Então, o passageiro que já está mais do que cansado por ter enfrentado horas dentro de uma aeronave ou aquele que chegou cedo e que ainda tem algum tempo útil antes do embarque, sobe pela a escada rolante e se depara com um corredor bem longo, sem notar qualquer sinal da localização do referido Centro.




Por esse corredor, seguindo por alguns bons minutos, o passageiro se depara com uma sala ampla composta por várias cadeiras com encostos reclináveis, onde na calada da noite poderá encontrar muitos passageiros roncando e dormindo, enquanto pela parede um telão de médio tamanho exibe imagens contínuas do país baixo, tendo a falsa impressão de que o Centro de Meditação é lá mesmo, pois há uma placa indicativa. No entanto, por mais alguns passos, logo se pode notar pela direita, uma sala reservada: o Centro de Meditação de Schiphol.




Na entrada nota-se outras placas e uma delas pede-se que se retirem os sapatos antes de adentrar e que se o muçulmanos quiserem se lavar que o façam no toalete que está à vinte metros de distância. Ainda, o Centro de Meditação conta com três salas: a primeira e mais ampla é decorada com um grande tapete da cor azul petróleo pelo chão, conta com uma mesa logo à direita e até bancos para meditação. Já a segunda sala é pequena, logo na entrada, e é dispensada à leitura de livros, revistas e folhetos sobre assuntos espirituais. A terceira é mais isolada e é reservada a orações, reflexão e meditação, segundo consta da placa. E, não é permitido dormir, alimentar-se e usar aparelhos celulares lá dentro. O referido Centro até poderia ser utilizado para uma prática de ásanas de Yoga, pois há espaço livre o suficiente para tanto, mas não há mats disponíveis.




Nitidamente o espaço livre também é usado por muçulmanos e por pessoas de outras religiões para fazerem as suas orações. E, meditar de uma forma tradicional para eles parece não fazer parte do protocolo. Mas, será que é tão comum assim para aqueles que estão com a mente ocupada em realizar uma viagem dispensar alguns minutos nesse espaço para se dedicar à meditação?




O bem da verdade, se uma pessoa passar o dia todo por lá, poderá notar que raramente alguém irá meditar e que o movimento maior é de muçulmanos que usam o referido Centro para orar. De hora em vez, poderá sim alguém ir até lá, acomodar-se num canto para tentar meditar. No entanto, sabemos que aquele que medita, medita onde quer que seja: numa poltrona de um terminal movimentado, num canto de corredor onde o movimento é pouco ou até mesmo numa praça de alimentação. Pois, os ruídos não irão de sobremaneira atrapalhar o seu sadhana.



Deslocar-se para esse Centro de Meditação de Schiphol para aqueles que tem muito tempo sobrando e adotam a meditação regular na sua vida, pode ser uma boa pedida. Mas, mesmo assim, o entra e sai de pessoas será inevitável.

De qualquer forma, os administradores de um aeroporto tão agitado como Schiphol foram felizes em se lembrarem de algumas poucas pessoas que dispensam um tempo da vida para a meditar. E, quem sabe outros aeroportos pelo mundo adotem esse mesmo exemplo; pois, assim aquela ansiedade e tensão que a maioria dos passageiros sentem antes de um vôo poderá, grosso modo, ser liberada e atenuada.


Harih Om!

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