HUMBERTO J. MENEGHIN
Muitos até podem ter aversão à palavra disciplina, porque logo a associam a obrigação de fazer algo sem que se tenha vontade; no entanto, ter disciplina, ser uma pessoa disciplinada sem exageros tem o seu lado bom. E, uma dessas boas disciplinas está na prática do japa, a repetição de um mantra usando um mala, um rosário de contas feito com sementes de rudrashkas.
É verdade que muitas pessoas podem não ter o rosário indiano feito das lágrimas de
Shiva; no entanto, estão bem livres para fazer a repetição de um mantra sem
esse instrumento, o mala.
Cento e oito contas, cento e oito repetições de um mantra
como On Namah Shivaya, por exemplo, para manter longe aquele macaco que está na
mente que pula de galho em galho envolto em distrações externas e internas.
Mas, fazer
um mantra por cento e oito vezes? Parece desestimulador para alguns, principalmente para aqueles que passam horas e horas
conectados a um smartphone.
Pois é, ela ganhou um japa mala da amiga que trouxe da Índia e lhe deu de
presente e aprendeu como posicionar os
dedos entre as contas, soube de um bom mantra, percorreu as cento e oito
contas algumas vezes por certos dias;
mas, logo desistiu e deixou o mala de lado, esquecido dentro de uma gaveta do
armário; porque entre um corre corre e outro, o tempo ficou escasso, não
sobrou para algumas coisas que acha importante na vida e muito menos para o ajapa japa.
Se você
cronometrar no relógio quanto tempo vai utilizar para fazer uma repetição de
determinado mantra usando um
rosário indiano percorrendo as cento e oito contas, verá que leva apenas dez minutos ou até um pouco menos. Então, por que motivo alguém não pode dispor de
dez minutos diários para tentar meditar com um mantra?
Cento e oito
vezes é muito, acha o cérebro e então a motivação vai embora e o mala que não é uma mala de viagem ou
alguém chato, não se faz. Então,
o que alguém interessado na prática do
Yoga, no estudo e meditação poderia fazer para reestabelecer a disciplina do
japa?
Fazê-lo por
menos vezes, quem sabe repetir o mantra apenas oito vezes, mas que essas oito
vezes sejam diárias, sem faltar um dia, o que não
vai roubar o tempo de ninguém.
E, então, a disciplina começa a se construir, porque o mantra se estabiliza e
vem automaticamente todos os dias, até mais de uma vez para até aumentar a
frequência, sem se sentir forçado a nada
e nem que esteja perdendo o seu precioso tempo.
E aí, o mantra está lá conectando a mente ao Ser, num processo de
concentração levado a um momento que se transforma em meditação.
A disciplina
se formou, o hábito se cristalizou e ainda parece até que outras coisas mais na vida também se organizaram e se disciplinaram. E, olhando para trás, o
que parecia uma obrigação sem qualquer atrativo, já não o é mais.
Harih Om!
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Muito bom, a yoga é uma prática que me interessa muito, preciso me disciplinar para aprender e praticar, que esse ano consiga cumprir com meu objetivo! Estarei sempre aqui lendo e aprendendo. Um ano novo de muita luz para você, obrigada por compartilhar seu conhecimento.
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