HUMBERTO MENEGHIN
Todas às vezes que Demi Moore é
flagrada por um paparazzi saindo de
um espaço onde acabou de praticar Kundalini
Yoga, ela aparece trazendo consigo seu inseparável yoga mat da cor laranja vivo e dentro dele um
tecido branco que pode ser até confundido com um cotton mat; mas que na verdade é um tapetinho feito de
pele de cordeiro que o pessoal da Kundalini
Yoga costuma utilizar para forrar o chão quando se senta para meditar.
Dentre as várias opções que os
praticantes de Yoga têm para se acomodar durante o processo meditativo, a
maioria se senta sobre o próprio mat
que acabou de utilizar durante a prática de ásanas.
Alguns podem enrolá-lo para melhor se acomodar na postura, outros mais podem
sentar-se sobre cobertores, almofadas específicas, bloquinhos ou em pequenos
bancos feitos de madeira onde o praticante comumente se coloca em vajrásana.
Encostado numa parede ou não
escolhendo uma das opções acima mencionadas, a opção sentar-se numa cadeira ou
poltrona confortável para buscar o momento meditativo também pode ser uma boa
pedida. Mas, por que será que o pessoal
da Kundalini Yoga, pelo menos em
terras americanas, prefere usar um tapetinho feito de pele cordeiro e/ou ovelha
como assento para meditar?
Durante muito tempo os Yogis
que por esse planeta passaram usavam peles de animais como assento durante o
momento meditativo e o exemplo mais manjado disso é o de Shiva que conforme consta utilizava a pele de tigre quando meditava
no Himalaia.
Seguindo
uma tradição, muitos praticantes de Kundalini
Yoga não fogem ao exemplo dado por Shiva e ao invés da pele de um tigre,
adotam as peles de cordeiros e/ou ovelhas para se sentarem e buscarem o patamar
meditativo.
De
fato, foi o Yogi Bhajan quem
recomendou o uso da pele de cordeiro/ovelha como tapete para ser usado durante
a prática de meditação, calcando-se na ideia de que esse tipo de material
promove um bom isolamento entre o iogue e a atração magnética exercida pela
Terra. E, reforçando esse conceito, muitos praticantes dizem ter experimentado
estados mais profundos de conexão com seu Eu e o Universo quando utilizam uma
pele de cordeito/ovelha como assento base durante a meditação, pois em
comparação a um yoga mat sintético, cobertores ou almofadas, por estes serem
feitos de materiais sintéticos, diluem cerca de 1/3 da aura de uma pessoa.
Considerada
macia e confortável, aquecendo no inverno e mantendo o praticante fresco no
verão, a pele de cordeiro e/ou ovelha ainda possui propriedades antialérgicas.
Sendo
boa para acomodar os tornozelos quando se está meditando, o tapete dela feito é
um “espaço sagrado”, um complemento útil para se usar durante as aulas de Kundalini Yoga; no entanto, esse
acessório não é obrigatório, mesmo que sustentem a premissa de que um tapete
desse tipo seja uma bênção para o animal e que isso o ajuda a libertar a sua
alma.
Nova
Zelândia e Austrália são os grandes produtores de peles de ovelhas e é de lá
que os tapetes utilizados pela maioria do pessoal da Kundalini Yoga são adquiridos. Mas, será que vale a pena meditar
sobre um tapete feito da pele de um animal que foi industrialmente abatido para
também se aproveitar a carne para consumo?
Não
desmerecendo a tradição, o costume e nem a prática da Kundalini Yoga, meditar em cima da pele de cordeiro não é algo que
seja comum e apreciado por aqueles que seguem a prescrição da não violência, ahimsa.
Harih Om!
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