HUMBERTO MENEGHIN
Desde o dia dezessete de setembro deste ano, 2011,
o movimento Occupy Wall Street, que acontece em Nova York, vem
mobilizando muita gente que está insatisfeita com o sistema financeiro e até
com a comida que consumem. Os manifestantes, extremamente descontentes com o
capitalismo e a crise econômica que se instalou pela maior parte do mundo,
gritavam: “Nós somos os 99%”, querendo dizer que os 99% se referem à
população norte-americana versus os 1% que detêm uma fatia de 40% da riqueza do
país e contra o qual os protestos vão ganhando uma voz cada vez maior.
O convite inicial
para esse protesto começou com a revista canadense Adbusters, de uma ONG
anti-consumerista, que na capa da edição de julho estampou uma bailarina sobre
o famoso touro de Wall Street. O evento também foi divulgado na mídia e nas
redes sociais.
Nessa onda, muitos
professores e praticantes de Yoga decidiram se unir e apoiar esse movimento que
na sua essência protesta contra um sistema financeiro muito insano sem verdadeiramente
levar em conta o indivíduo e as suas reais necessidades.
Com mats em
punho, ao alto, das onze horas da manhã até o meio-dia desta segunda-feira,
10/10/2011, os Yogativistas, compareceram em massa na Wall Street para
contribuírem com esse movimento, clamando por “Amor. Justiça.União.”
Como não havia
espaço útil para a prática de ásanas, a maioria dos yogativistas
resolveu praticar a postura da árvore com longa permanência. No entanto, uma
praticante conseguiu protestar em shirshasána.
Muito embora alguns estivessem por lá apenas para marcar presença e alguns outros para aparecerem, é gratificante poder
ver que em um momento árido como esse, aqueles que levam o Yoga a sério em suas
vidas se juntam aos demais manifestantes e se solidarizam às privações por que
passam, privações que são decorrentes de uma crise econômica que é passageira.
Sabe-se que em um
dos dias anteriores até houve um momento dispensado à tentativa de se praticar
meditação, que foi guiada por um conhecido indiano que vive na Califórnia; no
entanto, este tipo de reflexão visou perguntar-se em que tipo de mundo se quer
viver.
O Yoga em seu
aspecto mais intrínseco mostra, mais uma vez, que a todos une; não importando o
momento. Une e continuará unindo porque todos fazem parte do todo e somente
assim o todo irá se resolver, se resolver no momento oportuno, na sua mais
perfeita essência e o que antes parecia perturbar será definitivamente
dissipado.
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