HUMBERTO MENEGHIN
Com ritmo acelerado entre um desfile e outro adicionado a
inúmeros ensaios fotográficos e presenças quase que obrigatórias em festas e
eventos promocionais, sem contar as muitas viagens pelo mundo afora, sobra
pouco tempo para as supermodelos se dedicarem a uma atividade que as
desacelere. Algumas delas, não muitas, buscam um subterfúgio momentâneo no
Yoga, mas será mesmo que ainda continuam tendo tempo para praticar ou o Yoga
foi, é e apenas será mais uma ação comparada ao consumo de um produto
descartável?
A carreira de modelo tanto para homens quanto para
mulheres pede um corpo dentro das medidas que a indústria da moda
espartanamente exige; no entanto, muitas modelos iniciantes se deixam abater
pela anorexia e a bulimia e outros distúrbios alimentares para poderem se
adequar ao que o efêmero mundo fashion requer.
Para essas modelos e outras que aparentemente estejam
dentro do padrão físico e saudável, o Yoga, primeiramente, vem lhes dar uma
base, uma solidez que são trazidas pela prática de ásanas,
respiratórios, relaxamento e a tentativa de meditar; ações que contribuem para
diluir paulatinamente a insegurança, a descrença, a ansiedade, o estresse, as
frustrações e até mesmo a depressão conseqüentes da profissão que exercem; profissão
amplamente permeada pelos altos e baixos do samsara, onde por um momento
se encontram no topo e noutro momento, sem esperar, estão no fundo do poço e
assim o ciclo vai.
Mesmo sendo o Yoga algumas vezes momentaneamente benéfico
para quem exerce a profissão de modelo cheia de altos e baixos, as supermodelos
não deixam de colher as suas benesses. No entanto, para a maioria, mesmo tendo
experimentado os efeitos da prática e gostado, é comum em certos momentos
descartá-la, em vista de uma agenda super lotada o que torna impossível a sua
continuidade. O Yoga, então, para essas modelos vai, volta, continua o mesmo ou
é deixado definitivamente de lado e quando se tem um tempinho quem sabe
praticam.
Algumas raras supermodelos, germanicamente adotaram o Yoga
em definitivo em suas vidas contando até com um personal versado em
ensinar Yoga. Para essas modelos mais persistentes a prática vai se
desenrolando como a de qualquer outro praticante dedicado. Aos poucos vão
descobrindo as nuances do Yoga e começam a mudar as suas vidas dando menos
importância aos problemas decorrentes de inúmeros compromissos e exigências da
indústria da moda, estando mais saudáveis, centradas e equilibradas tanto
fisicamente, mentalmente e psiquicamente, refletindo de uma forma muito
positiva nos resultados de seus trabalhos.
Certas supermodelos que por um infortúnio e outro se
envolveram com o vício da bebida ou das drogas também puderam buscar um
alicerce muito sólido na prática do Yoga, em conjunto com um tratamento
adequado para se livrarem do vício. Outras até, ao deixarem a carreira de
modelo, por serem consideradas velhas e ultrapassadas, resolveram assumir o
Yoga como uma nova profissão, ou seja, se tornaram professoras. Uma outra,
ainda até serviu de modelo para um escultor que criou obras com ela executando ásanas.
Inevitavelmente a vaidade, a beleza, a ambição exacerbadas
e principalmente o ego também exacerbado é uma faca de dois gumes para quem
está extremamente arraigado à carreira de modelo e paga o preço; no entanto, o
Yoga e também o estudo das escrituras estão aí para trazer de uma forma sutil alívio e conhecimento que contribuem para atenuar todo e qualquer tipo de
exacerbação.
Harih Om!
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