HUMBERTO MENEGHIN
Ao cair da tarde do dia
26 de outubro de 2011, no momento em que a lua nova desponta no céu, se inicia
o Diwali ou Deepavali,
o festival das luzes, a comemoração
mais importante do ano para os Hindus, Jainistas e Sikhs. Festejado por muitas famílias na
Índia e em outros países ao redor do mundo esta celebração de ano novo, muito
peculiar, com duração de pelo menos cinco dias, se destaca pela alegria das
pessoas e a intensidade das luzes.
Em luminárias feitas em barro, cuja chama surge do
óleo lá colocado, a luz, tem como significado o triunfo do bem sobre o mal e de
uma forma análoga, a dissipação da ignorância através do conhecimento, que
permite o indivíduo discernir as suas ações corretamente.
Como parte desta celebração tradicional, os devotos
se vestem com roupas novas, oferecem pujas
aos Deuses, compartilham
doces e comida com a família e os amigos imbuídos na sincera intenção de atrair
mais prosperidade para a vida e os negócios, durante todo o ano. Acredita-se que a Deusa Lakshmi visita a todos
durante o Diwali trazendo paz e prosperidade.
Nesta auspiciosa celebração, a
mais importante puja, que de modo algum não pode ser deixada de lado, é a que é
oferecida a esta Deusa. Comumente, Lakshmi e Ganesha são os Deuses mais cultuados
pelos Hindus, nas pujas que se realizam durante o Diwali, com o propósito específico de que a devoção e a fé que lhes são dirigidas possam tornar real a prosperidade que desejam e que todos os
obstáculos sejam eliminados.
O culto à Lakshmi durante esta
puja mais do que especial pede várias ações muito tradicionais. O ritual começa com a presença de
toda a família, acendendo-se uma lâmpada ou diya. Então, se prepara um pequeno
altar com um pano de tecido novo e ao centro se coloca um punhado de grãos junto
a um pequeno jarro, kalash, que é feito em ouro, prata, cobre ou
cerâmica. Este pequeno jarro é preenchido com três quartos de água e logo
recebe uma noz de betel, uma flor, uma moeda e grãos de arroz seguido por cinco
folhas diferentes ou folhas de uma mangueira. Sobre este jarro, kalash,
coloca-se um pequeno prato com grãos de arroz e se desenha uma flor de lótus
com açafrão em pó, haldi, e sobre os grãos de arroz coloca-se uma
estatueta da Deusa Lakshmi juntamente com moedas.
A estatueta de Ganesha, que também é adorado junto com a Deusa,
por ser muito auspicioso e trazer sabedoria
e riqueza, é colocada em frente ao pequeno jarro, kalash,
à direita no sentido Sul-Oeste. Ainda, pelo ao altar também se coloca objetos e
livros relacionados com o negócio ou ocupação que o devoto exerce.
Uma lâmpada
é acesa e então se oferece haldi, kumkum e flores; em seguida os mesmos
elementos são oferecidos à água que será utilizada em puja com a intenção de
invocar as águas do rio das Deusas para que elas façam parte desta água.
Para invocar a
Deusa Lakshmi o devoto recita mantras védicos endereçados a ela ou também se
pode recitar os mantras que são mencionados nos Puranas. Ainda, de uma forma
mais simples, o devoto pode apenas segurar algumas flores em suas mãos, fechar os olhos e
pensar em Lakshmi sendo envolvida por moedas de ouro, com dois elefantes de
cada lado, enquanto recita o seu nome e oferece
as flores.
Logo em seguida, estatueta de
Lakshmi é colocada em um prato e banhada com água, água de rosas, panchamrit
(uma mistura de leite, coalhada, ghee ou manteiga clarificada, mel e
açúcar) e depois novamente com água contendo alguns ornamentos de ouro ou uma
pérola.
Terminado o banho, limpa-se a estatueta e a coloca de volta no altar,
no kalash. Se preferir, alternativamente, o devoto pode simplesmente
utilizar uma flor e borrifar água e panchamrit sobre a estatueta.
Na seqüência se oferece pasta de
sândalo, açafrão colar, perfume, haldi, kumkum, abeer e gulal e
uma guirlanda de contas de algodão para a Deusa. As flores, especialmente as flores
de calêndula e folhas de Bel (madeira macieira) também são oferecidas.
Depois, acende-se um incenso e se
faz uma oferenda de doces, coco, frutas e tambul e então, o devoto continua oferecendo arroz tufado e batasha
e passa a colocar um pouco de arroz tufado, batasha, sementes de
coentro, sementes de cominho sobre a Deusa. Ainda, pode-se cultuar um cofre ou
recipiente onde se guarda o dinheiro e objetos de valores.
Em relação ao aratri à deusa
Lakshmi, ele deve ser realizado apenas com um pequeno sino, pois Lakshmi
abomina qualquer tipo de ruído que seja muito alto. Ainda, recomenda-se que não se bata
palmas como se faz nos aratris dirigidos aos outros deuses. Uma curiosidade é que os
agricultores, nas aldeias pela Índia, enfeitam e adoram o gado por acreditarem
serem eles a encarnação de Lakshmi.
Finalizada a adoração, a atmosfera
pacífica e sublime deve prevalecer durante todo o dia em que o devoto e sua
família se entregaram ao culto à lakshmi, bem como durante o diwali. Assim, o ano que desponta virá
cheio de prosperidade e tudo o que for melhor.
Feliz Diwali!
Adoraçao aos devas e´´contemplar a criaçao universal,adquirir conhecimento,proteçao e prosperidade.HARE KRISHNA.
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