29 de julho de 2020

SÓ CONSIGO MEDITAR SE EU FICAR BEM LONGE DO MEU CELULAR!




HUMBERTO J. MENEGHIN

Smartphone, celular, veio para ficar e a maioria das pessoas definitivamente não consegue viver sem um deles. Muitos são os aplicativos, muitas são as facilidades; no entanto, tem alguém que percebeu que se deixar o smartphone ao seu lado no momento que se retira para tentar meditar, não consegue. O bicho está ali, pedindo para ser acessado, para ver se chegou outra mensagem, mesmo se estiver em modo avião. Então, como lidar com essa “situação”?


A advogada criminalista e professora de Direito Processual Penal que confessou isso, então, resolveu deixar o smartphone, o celular, em outro cômodo de sua casa para pelo menos dispensar dez ou quinze minutos no processo meditativo aplicando algumas das técnicas que aprendeu numa prática de Yoga com um bom professor.

 

No entanto, havia dias em que mesmo acomodada quieta com a respiração tranquila, pensamentos apareciam na mente e lhe cobravam para que verificasse se as respostas àquelas mensagens pendentes que tinha enviado haviam chegado. Em certos momentos, encerrava de imediato esse seu momento de quietude para logo pegar o aparelho e ver se as respostas ditas “urgentes” tinham aparecido.

 

Porém, disse que numa outra tentativa de meditar, resistiu a isso e conseguiu trazer de volta a mente ao momento presente, descartando a cobrança da tentação de verificar se as mensagens esperadas haviam chegado. Como fez isso?

 



Gabriela tomou consciência de si mesma, do seu corpo, de onde estava, percebendo o encosto, o assento que ocupava. Como estavam seus joelhos, tornozelos e pés; os músculos da face, a língua e a respiração  e assim notou surgir “uma calmaria” que já tinha sentido antes noutras práticas, percebendo, então, que aquela cobrança de verificar seu smartphone imediatamente havia se atenuado, ou seja, poderia esperar


Maravilhoso, a Gaby, achou uma boa solução em resistir a tentação de pegar o smartphone no momento que tem reservado às tentativas de meditação!

 

No entanto, muitos usam aplicativos livres ou pagos, que estão ali no smartphone e que prometem ensinar técnicas fáceis de meditação, de mindfulness, de liberação do estresse, uma forma “easy going”, leve, de se chegar lá que envolve, na maioria das vezes, uma musica de fundo, que tem algo subliminar, mas que relaxa, tranquiliza.

 

Ótimo para alguns, mas para outros não. Imagina! Você já vive o dia todo preso a essa tecnologia e então até para meditar continua algemado? Alguns podem refletir sobre isso e outros nem ligarem, pois o smartphone já faz parte da vida de todos e ponto final.

 

Sim, perfeito, tem suas inúmeras facilidades; mas, desde que não crie uma dependência tecnologia e seja bem utilizado, o smartphone e/ou celular cumpre super bem a sua função, mesmo que a maioria das empresas fornecedoras de aplicativos e tecnologias capturem tudo o que você faz, saibam melhor que você quais são as suas preferências e hábitos, criem ansiedade quando quiserem e instigam ao consumo e a compra de produtos que você com certeza vai querer comprar; ouçam o que você fala, filmam você, sabe por onde você anda através dos “maps”, o que se resume  num controle ideológico e mercadológico que até possa ter um lado positivo; será?

 




Tentar se concentrar, tentar meditar sem ter o smartphone ao seu lado, colocado num outro cômodo, por exemplo, já é um começo; mesmo que a princípio você não consiga deixar de lado a tentação de verificar as mensagens que estão chegando.

 

No entanto, mais para frente, um bom sinal de que você está sob controle, ciente de si é deixar, sim, o smartphone perto de você enquanto estiver embarcando no processo meditativo para testar se isso vai trazer desconcentração e a tentação de pegá-lo.

 

E, se não houve desconcentração e se essa tentação não apareceu, parabéns, você está progredindo em seu sadhana, no caminho da meditação, desapegado, desapegada, liberto ou liberta de um aparelhinho que hoje em dia é considerado indispensável e inevitável.

Observação: Este autor não tem celular, smartphone, nunca teve e está conseguindo muito bem viver sem ele. Até quando?

Harih Om! 


HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira. 

Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos. 

Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia

Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA. 

Foi colunista do website da revista Yoga Journal Brasil.  Já estudou e praticou com professores de Yoga americanos em seis conferências da Yoga Journal Live New York. Edita e escreve para o blog Yogaemvoga. 

MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br

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