22 de outubro de 2017

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE 47



HUMBERTO J. MENEGHIN


“O piripaque que você teve foi por causa da sua instabilidade emocional, viu?”– dizia dona Rosa, a síndica do meu prédio, enquanto descíamos pelo elevador.  “Se você fizesse Yoga, teria conseguido lidar melhor com você mesma, viu? Eu faço Yoga há dois anos e meio com um ótimo professor, o Kajurú. Você tem que fazer uma aula com o Kajurú, viu?” Então, falei pra Dona Rosa, que eu e a Claudinha já praticávamos ... com a Lili e que até estávamos planejando viajar para a Índia com ela. “Linda! Se você fizer Yoga com o Kajurú nunca mais vai querer fazer Yoga com nenhum outro professor. O Kajurú é fera, samadhi puro, viu? O Kajurú é um Mestre reencarnado nesse mundo tão conturbado!”


Nossa! Fiquei muito tentada em conhecer esse professor de Yoga da Dona Rosa, o Kaujú, para fazer pelo menos uma aula com ele. Então, soube que o Kajurú dava aulas de Yoga dentro de um restaurante vegetariano, nas noites de segunda à quinta. E, o restaurante vegetariano chamado “Profético”, que também era sebo de livros, não ficava longe do apartamento onde eu e a Claudinha morávamos, talvez uns cinco quarteirões.


E, a Claudinha também ficou muito interessada em fazer uma prática com o professor de Yoga da Dona Rosa; porque algo me dizia que ele deveria ser muito bom.


Chegamos um pouco atrasadas ao escritório por causa do trânsito e então soubemos que estavam pretendendo mudar a sede para uma casa ampla e nova, num bairro antigamente elitizado da cidade que tinha se transformado em área comercial.


E, que haveria outras mudanças, também: “Em tempos de crise sempre ocorrem enxugamentos nas empresas, preparem-se.” – soltou Marinice. “Mas se vão mudar para uma sede nova e mais ampla, por que ocorreriam enxugamentos?” – perguntei de volta. A secretária não respondeu, desaparecendo por entre as estações de trabalho.


Olhando sorrateiramente por cima do murinho da estação de trabalho, Alice Walda, ao perceber que chegávamos pareceu ter escondido algo na gaveta.


A Júlia, a minha estagiária que também tinha estado no retiro do Tércio Natércio Couto, no feriadão, ainda não havia chegado. Então, notei um som vindo do meu smartphone, que também ressoou no da Claudinha.


Acessamos para saber o que seria e demos de cara com um filme que nos havia sido mandado, um vídeo daquele curso on line, Empoderamento das Mulheres, que a Silmara e a Carol Leite tinham anunciado no retiro o qual me interessei muito e que vou fazer.


Foi que vi a imagem da Silmara, dizendo: “Minha boa amiga, o círculo de Vênus está ativo. Todas nós sabemos que a forma da fêmena não espera um minuto para ser iluminado. Eu sei que você está na nossa sintonia, na sintonia do empoderamento, do seu empoderamento, do meu empoderamento, do empoderamento da sua amiga, da sua colega, de todas, tudo num velcro só, sem ter a necessidade de retirar ou de esconder nada. A força interna do Ser empodera-te. Repitam agora: “A força interna do Ser empodera-me!” É justo que você tenha a força que merece e por isso faça dessa expressão o seu mantra. Nós vamos receber relatos durante a semana e eu quero o seu relato aqui comigo, o relato do poder desse mantra digno de você. Às vinte horas estaremos juntas de novo. “A força interna do Ser empodera-me!”


E, depois disso o que mais poderia chamar a atenção de todos que estavam naquele ambiente de trabalho, se não um entregador aparecer trazendo uma orquídea Phalaenopsis exuberante coberta de flores? Mas, pra quem seria essa orquídea que capturou a nossa atenção?

Harih Om!

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