HUMBERTO J. MENEGHIN
“O
piripaque que você teve foi por causa da sua instabilidade emocional, viu?”–
dizia dona Rosa, a síndica do meu prédio, enquanto descíamos pelo elevador. “Se você fizesse Yoga, teria conseguido lidar
melhor com você mesma, viu? Eu faço Yoga há dois anos e meio com um ótimo
professor, o Kajurú. Você tem que fazer uma aula com o Kajurú, viu?” Então,
falei pra Dona Rosa, que eu e a Claudinha já praticávamos ... com a Lili e que
até estávamos planejando viajar para a Índia com ela. “Linda! Se você fizer
Yoga com o Kajurú nunca mais vai querer fazer Yoga com nenhum outro professor.
O Kajurú é fera, samadhi puro, viu? O
Kajurú é um Mestre reencarnado nesse mundo tão conturbado!”
Nossa!
Fiquei muito tentada em conhecer esse professor de Yoga da Dona Rosa, o Kaujú, para fazer pelo
menos uma aula com ele. Então, soube que
o Kajurú dava aulas de Yoga dentro de um restaurante vegetariano, nas noites de
segunda à quinta. E, o restaurante
vegetariano chamado “Profético”, que também era sebo de livros, não ficava
longe do apartamento onde eu e a Claudinha morávamos, talvez uns cinco
quarteirões.
E, a Claudinha também ficou muito
interessada em fazer uma prática com o
professor de Yoga da Dona Rosa; porque algo
me dizia que ele deveria ser muito bom.
Chegamos um
pouco atrasadas ao escritório por causa
do trânsito e então soubemos que estavam
pretendendo mudar a sede para uma casa ampla e nova, num bairro antigamente
elitizado da cidade que tinha se transformado em área comercial.
E, que haveria outras mudanças, também: “Em tempos de crise sempre ocorrem
enxugamentos nas empresas, preparem-se.” – soltou Marinice. “Mas se vão
mudar para uma sede nova e mais ampla, por que ocorreriam enxugamentos?” –
perguntei de volta. A secretária não respondeu, desaparecendo por entre as
estações de trabalho.
Olhando
sorrateiramente por cima do murinho da estação
de trabalho, Alice Walda, ao
perceber que chegávamos pareceu ter
escondido algo na gaveta.
A Júlia, a
minha estagiária que também
tinha estado no retiro do Tércio Natércio Couto, no feriadão, ainda não havia
chegado. Então, notei um som vindo do
meu smartphone, que também ressoou
no da Claudinha.
Acessamos
para saber o que seria e demos de
cara com um filme que nos havia sido mandado, um vídeo daquele curso on line,
Empoderamento das Mulheres, que a Silmara e a Carol Leite tinham anunciado
no retiro o qual me interessei muito e que vou fazer.
Foi que vi a imagem da Silmara, dizendo: “Minha boa amiga, o círculo de Vênus está
ativo. Todas nós sabemos que a forma da fêmena não espera um minuto para ser
iluminado. Eu sei que você está na nossa sintonia, na sintonia do empoderamento, do seu empoderamento, do meu
empoderamento, do empoderamento da sua amiga, da sua colega, de todas, tudo
num velcro só, sem ter a necessidade de retirar ou de esconder nada. A força
interna do Ser empodera-te. Repitam
agora: “A força interna do Ser empodera-me!” É justo que você tenha a força que
merece e por isso faça dessa expressão o seu mantra. Nós vamos receber
relatos durante a semana e eu quero o
seu relato aqui comigo, o relato do poder desse mantra digno de você. Às vinte horas estaremos juntas de novo. “A
força interna do Ser empodera-me!”
E, depois disso o que mais poderia chamar a atenção de todos que estavam naquele
ambiente de trabalho, se não um
entregador aparecer trazendo uma orquídea Phalaenopsis
exuberante coberta de flores? Mas, pra quem seria essa
orquídea que capturou a nossa atenção?
Harih Om!
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