HUMBERTO J. MENEGHIN
Quando voltei ao salão principal, parecia
que tinha entrado num galinheiro onde muita gente falava ao mesmo tempo e não
se entendia nada. Então, notei a Silmara atravessar por entre nós e se colocar
no centro do palco, sentar-se, pôr as mãos juntas frente ao coração e depois
elevar os braços e as mãos ainda unidas acima da cabeça e retornar novamente ao
centro do peito num movimento contínuo, com os olhos fechados, sem dizer
nenhuma palavra. Fiquei a vê-la, tentando entender o que fazia enquanto notava
muitas pessoas ao meu lado copiando o mesmo movimento que a mulher fazia no
palco. A conversação começava a diminuir e para não me sentir um peixe fora
d´água, entrei na onda colocando as minhas mãos em namastê, elevando para cima
e trazendo de volta ao peito. –“Som, som ... testando, som ... “ dizia alguém.