HUMBERTO J. MENEGHIN
Foi na
Costa Rica que uma mochileira viu um bicho preguiça fazendo uma postura de
Yoga, na beira de uma estrada. Ela parou e decidiu acompanhar o simpático
animal que fazia uma lateralidade, algo que poderíamos dizer ser parighásana, a postura do portão. Se até
um bicho preguiça se sente motivado a fazer um ásana que seja, alegar que se tem preguiça para se dedicar à
prática pessoal é uma desculpa que não cola.
Bichos preguiças vivem a maior tempo
pendurados nas árvores, relaxados e dormindo e quando descem é para
um bom motivo: fazerem as suas necessidades. Mesmo que o animal que aparece na
figura possa ter sido colocado na postura do portão apenas para ilustrar uma
foto, a mensagem para que não haja
preguiça para se dedicar a prática de ásanas
como também aos estudos de textos ligados ao Yoga é apenas uma questão de
interpretação lógica.
Muitos
praticantes no decorrer da vida e até mesmo professores hora e outra postergam a prática pessoal alegando para
si mesmos, preguiça; pois para os outros, poucos tem a coragem de confessar
que deixaram de praticar por esse motivo nada justificável.
Preguiça é um estado de não se querer fazer
nada,
por ainda se sentir sonolento, por ter comido demais ou por puro desleixo e
falta de seriedade consigo mesmo e com as outras pessoas. Mas como deixar de se ter preguiça e levar a prática pessoal e os
estudos das escrituras a sério?
Tapas é a resposta, ou seja, disciplina.
Sendo o terceiro preceito de conduta dos niyamas, o segundo
grupo de recomendações presenteadas pelo sábio Patañjali no Yoga
Sutra, Tapas também significa austeridade, melhor dizendo, “esforço sobre si mesmo” para se manter
concentrado e comprometido na consecução dos objetivos.
A preguiça é uma
limitação. E, o fato de reconhecê-la já é um passo positivo, que adicionado a
uma mudança de perspectiva possibilita que qualquer atividade que até então se evitava fazer torne-se
estimulante e desafiadora.
Com motivação e foco no objetivo de se dedicar a
prática e o estudo do Yoga, mesmo eu seja por dez minutos diários, o praticante
erradica a preguiça, que com o tempo é substituída por um hábito inevitável.
Harih Om!
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