HUMBERTO J. MENEGHIN
Na
transição do dia para a noite, quando o Sol está se pondo no horizonte e a tarde está indo embora, no último andar de um edifício a cobertura está
livre e receptiva para dar lugar a uma prática de Yoga. Uma aula diferente, que
integra os praticantes com o Todo.
Na maioria das vezes as práticas de Yoga são
ministradas e realizadas em um espaço interno, seja
numa sala própria de uma escola de Yoga, em casa e também em outros ambientes
externos como parques e jardins; no entanto, as coberturas de muitos edifícios são um espaço mais do que agravável
para isso.
Praticar
ao ar livre, hoje em dia, requer certos
cuidados, como o uso de protetor solar, hidratação adequada e ainda repelentes
para proteção contra picadas de mosquitos indesejados. Conta, ainda que o
local externo esteja minimamente limpo, seja silencioso e o tempo esteja firme.
Na opção de praticar na cobertura de um
edifício, mesmo que este seja vizinho a uma grande avenida via expressa cujo trânsito
se agita no horário do rush, este incomodo acaba por ser de menos, tal
qual é devidamente atenuado pelas nuances das cores do Sol que se põe no horizonte
em contraste com as nuvens.
Tendo os praticantes instalado seus mats nos lugares em que preferiam, vista
que o espaço da cobertura era generoso, o clima estava agradável e uma leve
brisa era sentida na pele, enquanto que
o azul do céu se tornava bem mais claro, na hora em que aviões de uma empresa
aérea que tem o mesmo nome da cor do céu frequentemente estavam passando lá
em cima, por meio das estrelas que despontavam no alto.
A prática começou, logicamente, saudando-se o
Sol para, logo em seguida, antes que se pusesse, os praticantes o
contemplassem numa tentativa de meditar junto ao momento, tomando o cuidado
para que a Luz de Surya não afetasse
em demasiado as retinas.
Após a
breve tentativa de meditar, depois que a Luz já não era mais vista, muitas
outras posturas foram realizadas; no entanto, a condução demandou maior esforço vocal daquele que orientava a prática,
uma vez que a acústica era bem diferente da que se tem num ambiente interno.
Pranayamas foram feitos,
aproveitando-se o ar externo, que não trazia a poluição dos automotores lá de
baixo. Uma das paredes foi utilizada
para alguns ásanas, parede esta que
se emendava ao céu, o que dava a nítida sensação contrária de que a parede se
fazia de chão e o chão se fazia de parede.
As
estrelas brilhavam e o azul ficou mais escuro dando lugar ao lusco-fusco. Todos
se colocaram em shavásana para um
momento de relaxamento. E, quando este momento se encerrou, os olhos se abriram
e aquela transição já havia terminado; o dia se foi, a noite se fez presente e
o Yoga continua!
Harih Om!
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