HUMBERTO J. MENEGHIN
YV
– Seu primeiro contato com o Yoga, nesta existência, aconteceu quando você
começou a acompanhar sua avó às aulas de Yoga que ela participava. Para você, naquele
momento, o que lhe chamava mais a atenção no sentido de anos após adotar o Yoga
e seus princípios como parte da sua vida? Podemos dizer que a prática que sua
avó seguia é a que se pratica e se estuda nos dias atuais ou isso se
“modernizou”? Foi ela quem a inspirou a se tornar a professora de Yoga que é
hoje ou outras pessoas e situações a
influenciaram a seguir por esse caminho?
DIANA
– Olha Humberto querido, eu era tão pequena que o que eu tinha
mesmo, era curiosidade- mulheres de
colant, meia calça e sapatilhas preta, ‘cantavam’ numa língua que eu não
entendia e faziam poses incríveis. Quando um pouco maior, já entendendo mais
coisas, sabia que queria ser como minha avó, um Ser à frente de seu tempo,
sempre de bom humor e muito gentil, que me explicou que ‘a ioga’ lhe ajudava a
se conhecer e assim superar todas as coisas.
Acredito
que a prática hoje em dia talvez tenha ficado mais completa, com menos
interferências, pois hoje temos mais facilidade de acesso às informações do que
há 25/30 anos atrás.
Minha
avó é total inspiração para minha vida e de certo que a escolha de seguir o
caminho que vivo, partiu da adimiração que tenho por ela! E claro que também
fui e continuo sendo inspirada pelos incríveis professores que tenho.
YV
– So Ham Yoga e Música é o seu espaço
localizado em São Vicente/SP. Sua escola, neste ano de 2016, vai iniciar o
primeiro curso de Formação de Professores de Yoga, o que denota muita
responsabilidade e trabalho direcionado. Qual é a proposta e conteúdo da
Formação e o que vai diferenciá-la das demais? Como ensinar de forma didática e
clara os princípios e conceitos de Yoga sem trazer nós de não compreensão nos estudantes?
DIANA – Pois é, baita felicidade em abrir o curso dessa vez na
‘minha casinha do Yoga’! A proposta do curso é compartilhar conhecimento de
forma gentil e amorosa e também receber ensinamentos de quem chega.
Sou considerada um pouco chata por não ser
muito adepta às modernidades yogicas, então, a onda é ser o mais verdadeira e
honesta com a Tradição, mantendo a simplicidade e profundidade do Yoga,
honrnado os mestres e ensinamentos.
Ah Humberto, seria muita pretensão minha
achar que todos os nós da não compreensão se dissolverão num curso. Vivo uma
vida de Yoga e ainda muitas vezes fico confusa e me distraio.... Mas é claro
que entendo a responsabilidade de um Curso e por isso conto com professores
parceiros para que possamos fazer o melhor sempre!
YV –
Além de participar e concluir um ou mais cursos de Formação de Professores de
Yoga, manter a prática pessoal, e para alguns ainda continuar se dedicando aos
estudos, o que realmente faz alguém se tornar um(a) profesor(a) de Yoga
capacitado(a) e confiável?
DIANA
– Usar realmente o que se ensina, compartilha. Para mim, não existe
essa de faça o que eu falo mas não faça o que eu faço, tem que haver coerência,
ser honesto, afinal, é para vida e não só para o tapetinho.
YV
– So Ham também é o nome do conjunto
musical onde você tem como parceiro Rogério Baraquet. Vocês promovem Kirtans,
cantam muitos mantras, o que acaba por se tornar um processo meditativo tanto
para vocês quanto para o público que os acompanha. Quais são alguns dos mantras
mais significativos que vocês entoam e que o público mais aprecia? Shiva,
Ganesha e Krishna são envolventes? Yoga
e Religião são a mesma coisa ou Religião é Religião e Yoga é Yoga?
DIANA – Nossos Kirtans são mais uma forma de agradecermos tantas
bençãos, colocamos ali muito amor e felicidade por estarmos reunidos para
cantar e meditar com a galera. Acredito
que deve ter sido um grande desafio para o Rogério, que é músico e estudioso do
som há mais de 30 anos, me ensinar cantar e tocar harmonio- eu, uma pessoa
tímida e sem nenhuma noção musical!!! Mas acho que está dando certo, pois
estamos finalizando o segundo CD.
Os mantras que me tocam mais são sempre os
de Ganesha, afinidade forte com o Gordinho, coisas que procuro ser na minha
caminhada, humilde e disponível, ter força e sabedoria para manter o
equilíbrio. Mas percebo que as pessoas gostam mesmo quando cantamos para Shiva,
se animam para dançar, batem palmas, cantam junto, é bem lindo!
Religião? Não vejo como o mesmo não.
YV
– Aerial Yoga, Acro-Yoga são alguns novos estilos de praticar ásanas que muita gente segue hoje em
dia. Alguns tradicionalistas do Yoga acham que esses estilos destoam do que a
Tradição prega. O que você acha do posicionamento sustentado por muitos
professores em relação a isso? O que abunda não prejudica?
DIANA – Uhm, como te disse, não sou muito adepta dessas práticas
não, já fiz vários workshops e me diverti muito, mas fico com a galera da
Tradição. Cada um tem seu caminho para trilhar, né, é tocado de alguma forma,
quem sou eu para dar palpite.
YV – Como
é a sua prática pessoal? É válido deixar de práticar um dia e outro ou no mundo
em que vivemos, onde o tempo parece escasso dez minutos podem ser suficientes?
DIANA
– Como boa japa, minha prática é disciplinada e diária.
Mas
não curto inflexibilidade e praticamos o tempo todo, não só quando no mat.
YV – Viver
uma Vida de Yoga, 24 hs no dia, não é para qualquer um. Você acha que para se
conquistar esse objetivo leva-se muito tempo e até mesmo várias existências?
Quem alega que vive essa vida de Yoga nas 24 horas de um dia está contando uma
mentira ou você conhece alguém que consegue essa façanha?
DIANA – Rsrsrsrsrs quem sou eu para saber das 24 horas de alguém???
Quase não dou conta das minhas 24 horas!
Agora, acredito que o Yoga é sim para
qualquer um, para todos!
YV
– Menos é Mais? Ou no mundo digital e consumista que vivemos ter mais e receber
muitas “curtidas” é o que mais conta e viver com menos nem pensar?
DIANA – Sempre menos é mais, quanto mais leve a ‘bagagem’, mais
proveitosa a jornada!!!
YV
– Glória Arieira e Pedro Kupfer são os professores que você escolheu para
estudar Vedanta e Yoga. Esse contato e estudo de textos Védicos mesmo que traga
incompreensão num primeiro momento, ao longo do tempo vai ficando mais claro. Ser
pleno é tudo o que precisamos reconhecer em nós? Ou a plenitude na sua pura
esencia leva muito mais tempo do que imaginamos para conquistá-la?
DIANA – Muito punyam ter esses professores na caminhada, né?!
A plenitude não precisa ser conquistada,
não se conquista o que já se tem, o que já é.... Mas o mundão é muito lindo e
nos distraímos.
‘.... Mas deve-se estar atento, pois o Yoga vem e vai.
Katha Upanishad, VI’
Então,
bora ficar presente e curtir a lindeza que é essa caminhada!!!
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