27 de agosto de 2015

AÇÃO E REAÇÃO - PARTE I




SWAMI DAYANANDA
TRADUÇÃO : HUMBERTO J. MENEGHIN
 publicada originalmente no www.yoga.pro.br




Na primeira parte deste pequeno livro, Action and Reaction, de Swami Dayananda, o sábio nos ensina que podemos olhar para uma determinada situação sob o ponto de vista de um ator e assim assumir diferentes papéis quando o momento pede.

PARTE I – O ATOR E O PAPEL


1) O ATOR E O PAPEL

Ação e reação, como nós já conhecemos da física, são ambas iguais e opostas. Se você se esfrega em alguma coisa, você também sofre o atrito neste processo. Mas eu não estou analisando essas duas palavras neste sentido. As estou analisando com a referência daquele que responde ao mundo.


A VIDA ENVOLVE RELACIONAMENTO

Você não pode evitar de se relacionar com o mundo, responder ao mundo, mesmo que você goste ou não goste disso ou daquilo. Você deve necessariamente se relacionar com o mundo no sentido de construir a sua vida, viver a sua vida.

Ninguém se relaciona com o mundo porque está vivo, apenas por estar vivo. Quando alguém está em sono profundo, está vivo, mas não se relaciona com o mundo. De fato, não há o mundo. Durante o sono, não nos confrontamos com nada, senão com nós mesmos. Nem as lembranças nem os problemas situacionais/corriqueiros trazem preocupação; não há qualquer relação; alguém está apenas vivo.

No estado de coma também, o paciente está vivo, mas não se relaciona com o mundo. Mas ninguém vive a vida de um outro alguém mesmo que este esteja vivo em sono profundo ou em coma. Então é possível estar vivo e não se relacionar com o mundo, mas ninguém pode viver a vida sem se relacionar com o mundo.

Quando uma pessoa entra em coma, é possível mantê-lo ou mantê-la vivo(a), por meses, com a ajuda de modernos equipamentos médicos. Mas não há vida para aquela pessoa. Para viver a vida, temos que, necessariamente nos relacionar com o mundo.

Quando nós estudamos o fenômeno do relacionamento/ das relações, dois fatores se tornam evidentes. Um é aquilo com que você se relaciona e o outro é você quem se relaciona. Destes dois fatores, um é o fator mutável, com o qual você está relacionado. A situação pela qual você está relacionado continua se modificando a todo tempo e a mudança pode ser total.

Agora você vê o fogo e daqui a pouco você pode ver um cubo de gelo. São dois objetos que possuem qualidades opostas. Agora você se encontra com seu pai; agora você se encontra com seu filho. O objeto mudou totalmente; o pai foi substituído pelo filho. O objeto continua a mudar em termos de sensação e percepção; agora você percebe uma forma, agora um cheiro, agora um som, agora um toque. Então, o mundo com o qual você se confronta continua mudando.

Considerando que o mundo está mudando, você, aquele que o confronta, não muda. Aquele que viu a forma é aquele que está ouvindo o som agora. Aquele que viu e ouviu, é aquele que está conversando com alguém agora. A pessoa, você, permanece o mesmo enquanto que o objeto continua mudando.

Portanto, nós podemos dizer que dos dois que se relacionam, um é variável e o outro, aquele que confronta, é invariável. Você se mantém o mesmo se você se relaciona com o pai ou com o filho, tio ou marido, amigo ou inimigo, empregador ou empregado. Você é o mesmo seja se você vê ou ouve, caminha ou conversa, canta ou cheira. Isto é verdade, mesmo do ponto de vista das atividades mentais; aquele que estava duvidando é aquele quem está decidindo; aquele que ama é aquele quem odeia; aquele que foi gentil é aquele que é cruel. A pessoa é invariável e este é você.


O FATOR INVARIÁVEL

Agora nós temos que olhar para dentro de“você” que é invariável. Mas será que é totalmente invariável? Não podemos dizer isso, pois parece ser uma condição variável mesmo para o sujeito, aquele que se relaciona, que procura se manter o mesmo com o que se relaciona.

Quando você se relaciona com seu pai, mesmo que seja mentalmente ou de uma forma mais perceptível, você é uma pessoa específica; você é um filho. Mas, quando você se relaciona com seu filho, você nada mais é do que pai. Você não é mais filho, mas sim pai. Você foi passível de mudança, o sujeito “eu” que era filho enquanto se relacionava com o pai, agora mudou tornando-se pai enquanto se relaciona com o filho.

A pessoa “eu” está lá, mas ele tem uma condição diferente agora. Para o irmão, “eu” é irmão; para a esposa “eu” é marido; para o estudante “eu” é professor para o professor, “eu” é estudante. Então, por causa do relacionamento, “eu “ é passível de mudança. Mas a mudança no “eu” não é uma mudança total como no caso dos objetos com os quais o “eu” se relaciona.

Agora o objeto é uma forma pela qual é substituído pelo som. Agora o objeto é um amigo que é totalmente substituído por um outro que é um inimigo- totalmente oposto. Agora há alguma coisa que eu gosto e outra que não gosto. Então a mudança no objeto é total. Mas, o sujeito “eu” não é totalmente substituído porque então não haverá continuidade.

O pai-eu é substituído pelo filho-eu, mas o “eu” não é totalmente substituído; se substituído, não haverá nem pai nem filho, porque aquele que está relacionado ao filho já se foi e aquele novo que veio em seu lugar não teria qualquer relacionamento com pai. Se um fato invariável não está lá no sujeito, não haverá sutra, o que ameaça a conexão das experiências.

Então o sujeito é passível de mudar em relação ao objeto, mas a mudança não é total; a mudança é incidental e parcial. A mudança parcial no sujeito “eu” não parece deixar qualquer traço sobre o “eu”. Imagine que você está falando com sua Irmã no momento que a sua esposa aparece. Agora, quando você fala com a sua mulher, o irmão foi embora completamente e o marido tomou o seu lugar.

Você está totalmente presente lá, lembre-se, porque aquele que era irmão é aquele que é marido agora, mas desde que o papel prévio não deixe qualquer traço sobre o “eu”, você é capaz de assumir ao mesmo tempo um novo papel sem sofrer qualquer tipo de mudança de sua parte.

E isso revela um grande fato sobre a vida, essa capacidade de mudar quando eu venho me relacionar com alguma coisa, sem intrinsecamente submeter-se/suportar a mudança, essa é uma capacidade incrível. É isso que faz a vida humana. É essa capacidade que faz com que a vida seja bela, cheia de alegria, digna de valer à pena; se esse fato não é totalmente reconhecido, a vida é uma tragédia,uma desgraça.

Este fator invariável “eu’ incidentalmente se submete a uma mudança que é aparentemente trazida ao eu que se refere a uma situação. Quando eu entro em contato com um objeto que eu gosto, eu me transformo naquele que gosta e eu quero me apossar-apegar daquele objeto.
Se no próximo momento eu entro em contato com um objeto que não gosto, eu imediatamente me transformo naquele que não gosta e eu quero me livrar daquele objeto. Agora neste contexto, o “eu” está lá porque aquele que era o que gostava é aquele que não gosta. Naquele que gosta existe um eu e naquele que não gosta também há um eu. Aquele eu é invariável e portanto não há aquele que gosta nem desgosta. Não é verdade? Se for verdade, você faz a sua vida. Se não for verdade, a vida se transforma em uma tragédia.


A VIDA É UM PAPEL QUE SE REPRESENTA

Agora, se há presença, a presença do eu em todas as situações submetidas às mudanças aparentes, nós podemos olhar para a situação, como nós olhamos sob o ponto de vista de um ator, assumindo diferentes papéis. Vamos dizer que há um ator representado pela letra A que assume o papel de um homem que pede esmolas-pedinte, que é representado pela letra B numa peça. Este pedinte é o herói da peça.

Pagam-lhe muito dinheiro para representar o papel de um pedinte e ele o representa tão bem porque estudou muitos pedintes necessitados e pegou todas as dicas com eles. E ele durante a peça é contemplado com uma música de fundo que na vida real um pedinte não tem! Então, atua como um pedinte que muito convence.

Algumas pessoas o insultam, cospem nele e ele aceita isso sem qualquer protesto. Alguns dão esmolas e ele as aceita com um sorriso. Com freqüência ele chora e ele é um ator muito bom que derrama lágrimas reais. Ele se submete a várias experiências, algumas delas trágicas outras prazerosas.

Agora me diga: Essas experiências afetam o ator A? Ele é afetado pelos problemas pertencentes ao papel que representa, mendigo, B? Não, mesmo quando ele derrama lágrimas ele é capaz de fazer isso muito bem porque ele está consciente do papel que representa e internamente ele está feliz ao invés de derramar lágrimas porque ele é capaz de fazer isso muito bem. Isto é possível pois ele está atuando.

Suponha que o ator se envolve demais com o papel do pedinte e acha que na verdade ele é mesmo um pedinte. Então ele não está mais atuando, ele está reagindo. Suponha que há um vilão nesta peça e há um encontro entre o vilão e o herói que é aquele que é o pedinte. O vilão dá uma pancada nele e de acordo com o roteiro pressupõe-se que o pedinte não reaja e esteja pronto para receber um outro golpe.

Mas ao invés disso, o pedinte se torna tão zangado que ele resolve punir o vilão, revidando o golpe. Isto não está de acordo com o roteiro e o outro ator nunca poderia esperar tal reação. A cortina abaixa e quando perguntado sobre porque agiu daquela forma, o ator que representava o pedinte respondeu: Eu bati nele, porque ele bateu em mim. Como ele pode me bater?

O fato de ele devolver o golpe, isto é uma ação ou reação? É uma reação. Algo aconteceu com ele que estava dominado por uma emoção particular que tomou conta dele que não estava consciente/atento do fato de que naquele momento ele era apenas um ator representando um papel.

Novamente vamos olhar para este ator A que representa o papel B. Os problemas do papel estão sempre confinados/pertencentes ao papel e estes problemas não afetam o ator A. O senhor A não se sujeita aos problemas de B. O que isso significa? Isto significa que há uma distância entre B e A e então os problemas de B de modo algum afetam A. Há uma distância física entre o pedinte B e o ator A?

Não há nenhuma distância física entre os dois: o nariz de B é o nariz de A, os olhos de B são os olhos de A, o corpo de B é o corpo de A e a mente de B é a mente de A. B não tem status por si próprio, nem é por si próprio. B não aprecia o seu eu por si só, ele não tem atma por si só. Portanto B é A. E isto significa que os problemas de B são os problemas de A? Isto seria verdade se B fosse igual a A e A igual a B, pois assim os problemas de um deles seriam os problemas dos outros. Mas não é assim que funciona. Mesmo que B seja A, A não é B.

O fato de que A não é B não se evidencia apenas quando o papel B não é representado na peça. A não é B mesmo quando está representando o papel B. Isto tem que ser entendido. Isto é chamado jnanam, conhecimento. A não tem que abandonar o papel B para ser A, mas isso acontece em sono profundo e em coma onde não há nenhuma vida caracterizada por relacionamento. Se A não é B, então porque seria necessário desistir de B para se revestir de A? Na verdade, A deveria ser capaz de ir de B para C e de C para D. E entenda que A continua o mesmo.

Então enquanto B é A, A não é B. A não é afetado pelos problemas de B porque A está consciente do fato de que ele é A, representando o papel de B. Ele não perde a autoconsciência mesmo que esteja identificado totalmente com o papel que representa. Então, quando ele representa o papel retendo a sua clara auto identidade, há ação e não reação.


PAPÉIS NÃO PODEM SER EVITADOS

Qual a distância natural entre A e B? Enquanto B inteiramente depende de A, A não depende de B. Isto não é um fato tão simples. Este é um fato que todos deveriam necessariamente saber, porque quando você é um ator, você deve necessariamente aprender não se deixar levar por uma determinada situação. No caso de um ator representar um papel, ele pode querer desistir de representá-lo, desistir de representar os papéis que acha que não consegue representá-los. Mas é possível para você evitar os papéis?

Os papéis que estão enraizados em você mesmo antes de você conhecê-los. Quando você nasceu seu pai disse: “Meu filho nasceu”. A mãe disse: “Meu filho nasceu”; o irmão disse: “Meu irmão nasceu”, alguém diz: “Um neto nasceu”; alguém mais diz : “Um primo nasceu” ... e assim por diante. E antes que você saiba qualquer coisa, você já está se relacionando. O nascimento por si só já é um relacionamento e então quando eu nasço, eu já me relaciono e isso significa que eu já estou representando papéis. Então, não é possível a ninguém não representar papéis.

Até mesmo ver já é um papel; eu sou aquele que vê. Mas o “eu” tem um intrínseco atributo da visão? Se tiver, então eu deveria estar vendo o tempo todo. O fato é: eu sou aquele que vê agora, o que ouve, o que duvida, o que pensa, o que come, o que bebe, o que caminha, etc... O “eu” permanece o mesmo. O “eu” assume os papéis daquele que vê, ouve, fala, pensa, etc... Eu sou, portanto, nenhum deles. Então, o Senhor Ksna diz na Bhagavad Gita:

... Na cidade dos nove portões (o corpo), ele (o sábio) permanece feliz, não agindo, tampouco fazendo com que os outros ajam. (V-13).

O homem sábio executa ações sem na verdade executá-las, pois há uma distância entre o papel e aquele que representa. Não é uma distância física – a distância é conhecimento. O sábio sabe qual é a identidade do “eu” e tem consciência que ele está representando papéis. O que ele faz é chamado drama. Então, minha situação é muito clara. O status/condição incidental que eu tenho é um papel e o “eu” é sempre invariável em todos eles.

Aquele que tem uma auto-identidade, não leva nada intrinsecamente ao ser. Ver não é possível sem eu, mas o eu não é aquele que vê – isto é um fato. Se fosse assim, minha vida inteira se tornaria uma vida de papéis que se representa.

Nem eu nem você nem ninguém podem evitar a representação de papéis. Desde que você não possa evitar essa representação de papéis, você não pode evitar conhecer a pessoas que representa esses papéis. Este conhecimento é sem escolha. Você não tem escolha em quais papéis representar e nem a escolha em entender-se porque como você é , pois se você não conhecer o “você” que representa papéis que é chamado a representar, você se torna o papel.

Quando desempenho o papel de pai e eu estou ciente do fato de estar representando este papel, pai meramente se torna um papel. Quando você representa um papel, lembra sempre da sua identidade, porque o conhecimento do ator já está presente em você. Este conhecimento permanece mesmo quando você se identifica com o papel que representa. Você não precisa lembrar de si mesmo, porque conhecimento não é memória.

Então, quando eu represento o papel de pai na minha vida e eu sei que estou representando este papel, o papel será representado de acordo com o “script”(roteiro), levando-se em conta o melhor de meu conhecimento e habilidade. Ninguém tem todo o conhecimento e toda habilidade e mesmo assim fazer coisas que não são certas, que não funcionam. Muito bem; o que é importante é que eu sei que represento um papel e que eu não me torno este papel.


QUANDO O ATOR SE TORNA O PAPEL

Infelizmente, em nossa criação/crescimento, não existe uma oportunidade para conhecer o “eu”, a pessoa que representa os papéis. Desde o nascimento, nós continuamos a representar papéis: filho, irmão, marido, pai e outros; mas, onde está a oportunidade, a ocasião quando eu poderia realmente olhar pra mim mesmo?

Não existe nenhuma oportunidade/ocasião para me conhecer desprovido de todos os papéis e então eu não conheço o “eu” que representa os papéis e ainda eu continuo a ser chamado a representá-los. Quando eu não conheço a pessoa que representa o papel, o papel se torna a pessoa. Então quando eu represento o papel de pai sem conhecer o “eu” que representa este papel, o papel se torna real; eu me torno o pai.

Olhe para o pai que tem um filho que é criado ao seu modo. O pai fez o melhor que pode para criar o filho até que o filho foi para a escola e assim ele satisfez uma das expectativas do pai, a de um dia se tornar um cientista. Mas logo que o filho foi para a faculdade, a sua personalidade mudou. Agora tudo o que ele quer é sair por aí em sua motocicleta fazendo barulho, exibindo seu tórax que foi herdado do pai, sob uma camisa desabotoada!

Esse pai sonhava que seu filho se tornasse um cientista, mas na verdade é isso não ocorreu. Sempre que esse pai pensa no filho, sua pressão arterial sobe! Por que? Porque ele é um pai na vida real; pois durante todo o dia ele pensa que é um pai. Aquele “pai” que é pai mesmo quando conversa com sua esposa ou vai trabalhar. Ele é um pai zangado durante todo o dia, porque ele não pode tirar o filho da sua mente. Neste caso o “pai” não é o papel, o “pai” e o “eu” são um só e o mesmo.

Como essa pessoa é um pai em tempo real, ele também é um marido em tempo real, pois ele tem uma esposa que pensa que é uma esposa em tempo real e assim ela também não pode ser uma boa esposa. Ela tem seus problemas. O que na verdade temos é uma pessoa e não um marido- ele só é marido em relação a sua esposa. Similarmente, o que nós temos é uma pessoa e não uma esposa; esposa é apenas em relação a este homem.

Não há tão somente esposa ou marido ou pai ou filho neste mundo. O que nós temos são pessoas representando diferentes papéis em relação a diferentes situações. Mas quando isso não é sabido, os papéis se tornam a pessoa e o problema do papel se torna os problemas da pessoa. Então se o papel de pai torna-se um problema, todo e qualquer outro papel também se torna um problema.
Quando você dirige um carro na rua, isto também é um problema porque você não está atento que você está naquele momento representando o papel de motorista e você se torna uma pilha de nervos.


PAPÉIS TRAZEM DESAFIOS

Qualquer papel que represento se torna um problema porque nenhum papel ou situação estão isentos de problemas. Se você tem um nariz, você vai pegar um resfriado comum. Você não pode viver uma vida com situações que não haja desafios, sem problemas. Na verdade a nossa vida inteira é um drama porque todo papel tem um número de situações mutáveis. Tudo, agora, é muito rosado, muito roxo, muito belo; mas, tudo de repente em um único golpe muda.

Há trovão e raio, as nuvens se escurecem e começa a chover como se alguém chorasse. Algo acontece de novo; as nuvens se dissipam, a lua aparece, as estrelas aparecem. Então a vida é cheia de mudança. Nenhum papel que se representa vai ser como uma navegação suave; na verdade, não há graça em navegar quando tudo está calmo! Navegar é uma aventura porque há ventos pelo mundo e algumas vezes favoráveis, outras vezes não. As ondas nem sempre são transpostas com facilidade e então levar o barco na direção que queremos é sempre um desafio.

Ninguém está interessado em um filme que não tenha ação, onde tudo corre bem. É monótono. Eu nunca posso imaginar representar o papel de pai ou mãe, de tio ou primo, de empregador ou empregado, sem ação. Eu não posso imaginar ser um pensador sem uma questão desafiante que requer solução. Eu não posso imaginar uma questão econômica sem desafios que se apresentem.

Eu não posso imaginar um motorista sem uma situação de tráfico. Eu até mesmo não posso me imaginar um pedestre sem a probabilidade de perder um passo. Esta é a graça de todo tipo de representação. Um drama é um drama apenas quando há esses padrões de enredo mudando o tempo todo. Se eu tenho que representar papéis é melhor que eu aprenda a me familiarizar comigo mesmo, com a pessoa que representa papéis. É melhor que eu me torne familiar comigo mesmo como uma pessoa livre dos papéis, intocado pelos papéis. (continua...)



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