HUMBERTO MENEGHIN
Parece interessante colorir imagens que estão impressas
nas páginas de um livro, esquece-se do tempo, não se vê a hora passar e no
final dá aquela alegria, uma sensação de missão cumprida. Mas, será que esses
livros com imagens para colorir, que estão vendendo como água nas livrarias,
além de terem um certo lado terapêutico, podem levar os pintores ao estado
meditativo?
Deixando de ser itens exclusivos das crianças que estão na
pré-escola, esses livros cheios de imagens impressas para colorir, logicamente
acompanhados por uma carta generosa de lápis de cores, estão, na verdade, tornando-se
uma ferramenta contra as vicissitudes da vida e do estresse não resolvido.
A pessoa adquire um desses livros, lindamente desenhado
com imagens de florestas encantadas, jardins secretos e até mandalas mágicas,
repletos de espaços que pedem cores.
E, logo acontece uma remessa à tenra infância, onde não
existiam cobranças, onde o tempo passava devagar associado a desenhos que se
faziam e pintavam-se. E, ainda, com a expressão antiestresse na capa desses
livros? Só não os compra quem não tem dinheiro, não se interessa ou se acha
incapaz de usar seu tempo para isso.
Conforme opiniões de psicólogos, dispensar boa parte do
tempo pintando as imagens impressas nesses livros leva a um efeito
tranquilizante e ainda organizador, o que é uma das atividades mais utilizadas
na Terapia Ocupacional por pacientes com distúrbios mentais como a ansiedade e
até portadores de transtornos psicóticos.
Dizem que quem compra um desses livros e dedica-se a
pintar as imagens, se desconecta de tudo o que está a sua volta, não vê o tempo
passar, concentra-se e quando termina de preencher os campos que pediam
cores e vê o preenchimento da pintura completo, sente-se muito bem. Sensação
essa que tem um a explicação: endorfina liberada decorrente de uma atividade
prazerosa, que consequentemente libera o estresse.
Louvável e plausível. Parece mesmo que se atinge um
estado meditativo decorrente de uma boa quantidade de concentração exercitada
através da pintura de desenhos impressos.
No entanto, a primeira vista, podemos dizer que colorir
essas imagens de tais livros de pintura não é uma nova forma de meditar,
mas sim um bom passatempo que a mídia apresentou e caiu no gosto popular.
Sim, está fazendo o seu papel, desligando as pessoas do
automático, afastando-as dos aparatos digitais e centrando a mente,
desenvolvendo a concentração e uma boa habilidade artística.
Dhárana, a concentração é um dos componentes
indispensáveis do processo meditativo, que devidamente exercitado leva-se à Dhyana,
mesmo que momentaneamente.
Desenhar, dedicar-se a atividades artísticas e até mesmo
preencher com lápis de cores imagens feitas também pode levar a pessoa a uma
breve introdução ao estado meditativo.
No entanto, sabemos que o meditador deve estar numa
postura confortável, concentrado, aberto a observar o objeto que é observado,
sem interferências, sem distrações. Pintar para relaxar, meditar para se
descobrir.
Harih Om!
Ótimo post! Vi quando compartilhou no grupo Yoga no Brasil e por curiosidade resolvi abrir. Achei muito boa essa visão e perspectiva dos tão famosos livros de colorir. Parabéns!
ResponderExcluirAbraços,
Estefanie.
obrigado pelo comentário!
ExcluirMuito bom Humberto, claro e leve como tudo que escreves!!! Abração
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