PARAR COM YOGA? NEM PENSAR!

HUMBERTO MENEGHIN

Em tempos de instabilidades econômicas e governamentais, onde pairam incertezas sobre o que vai acontecer, alguns acham que a melhor coisa a se fazer é apertar o cinto e diminuir as despesas. Dentre os cortes que algumas pessoas pretendem fazer está a suspensão das práticas de Yoga seja num espaço ou com um professor específico. No entanto, muitos praticantes, apesar de tudo, não querem abandonar a prática de jeito nenhum. Veja os depoimentos:

ALESANDRA DE MELLO CARDOSO TEIXEIRA, 42, publicitária: “Olha, comecei a praticar Yoga há um ano, me senti tão bem mesmo que hoje em dia não consigo viver sem a minha prática. No início queria apenas algo que me relaxasse, que me fizesse sentir bem. Com o tempo, meu professor me vez ver que Yoga não é apenas “ásana”, que vai muito além do tapetinho. Não vou me alongar muito, mas sendo sucinta, o que está acontecendo no país não vai de jeito algum afetar a minha decisão de continuar praticando Yoga. Parar com Yoga, não me passa pela cabeça. Em tempos de crise, melhor praticar do que entregar os pontos.”

KARINA GUERREIRO DE SÁ COUTO, 52, advogada especializada em Direito Previdenciário: “Pois é, no andar da carruagem eu diria que sucumbir-se ao pessimismo não está no estilo de vida que adoto. Faz três anos e meio que estou praticando Yoga, incluindo meditação também. 2015 não está sendo um ano fácil, vou ser sincera com você, principalmente para uma autônoma como eu que tem que matar um leão por dia. Eu e meu marido estamos apertando os cintos com os gastos, o Décio chegou até me sugerir para que eu parasse com o Yoga, que fizesse em casa mesmo por conta própria, para economizarmos, mas eu fui contra porque eu não iria ter “aquela disciplina” para praticar sozinha. Continuo com Yoga e não abro mão. Dinheiro bem aplicado esse; quem achar que não me desminta!”

DIEGO ARANTES DE ALBUQUERQUE, 21, estagiário de direito: “Sou praticante de Ashtanga Yoga e faz três meses que comecei a praticar uma vez por semana, mergulhando de cabeça na primeira série. Praticar Ashtanga Yoga pra mim tem sido o máximo. Tenho me sentido tão fortalecido e mais focado em tudo o que faço. Essa crise que está rolando por aí no país é uma infelicidade; mas para todo crime existe punição. Com o que eu ganho no estágio dá para continuar pagando as aulas; economizar nas “baladas” vai ser o jeito!”

BOB VIEIRA, 56, técnico em informática: “O estresse me pegou no jeito ano passado e por sugestão de meu médico resolvi praticar Yoga. Por coincidência, eu tenho um colega de trabalho que também é professor de Yoga. Fiz uma aula experimental, depois outra e outra e não parei mais. Minha flexibilidade melhorou, meu sono melhorou, estou me sentindo menos estressado no dia a dia e até estou respirando melhor. Essa crise que está ai está afetando todo mundo. Não me passou pela cabeça parar com Yoga, nem mesmo se precisar segurar mais ainda as despesas.”

CACÁ FERNANDES, 46, professor Universitário: “Sempre fui ligado em assuntos esotérios. Frequento a Rosa Cruz e faz dez anos que venho praticando Yoga e desde o ano passado me interessei pelo estudo de Vedanta. Medito todos os dias, parece difícil, mas peguei o jeito e não dispenso. Essa crise que está aí já vem de muito tempo. Estão colocando ordem no Brasil. Tem muita gente pessimista, com medo do que poderá acontecer. Ano passado participei das manifestações, mas não quero que o povo parta para violência, nada a ver, viu. O Yoga pra mim tem sido indispensável. Acho que se muitos mais praticassem, o mundo, o país, poderia ser um lugar melhor pra viver. O Yoga me faz ver a crise noutro prisma; pra que parar? Tá falado.”

YOLANDA ZAMPIERI TEOBALDO, 51, servidora pública concursada: “Sou praticante de Yoga Terapia Hormonal. Veja bem, eu só tenho colhido inúmeros benefícios com a prática. Se eu tivesse que parar com Yoga, teria que ser por alguma razão muito forte mesma. Crise é crise, logicamente vamos ter que gastar menos, mas com a minha Yoga eu não vou parar de jeito nenhum!”

NEKA ARAUJO, 47, empresária/ dona de agência de viagens: “Estou sentindo na pele a crise, Deus meu! Meus clientes pararam de viajar para o exterior e pra vender um pacote nacional não está sendo fácil. Não quero perder as esperanças, acho que as coisas vão entrar nos eixos quando o Brasil for passado a limpo. Se tem muita gente malhando nas academias  de ginástica, por que haveria eu de parar com Yoga? Uma prática que só me faz sentir bem, que me permite me renovar, me autoconhecer. Não consigo ver nenhuma possibilidade de eu parar com Yoga.”

TATIANA D’AUGUSTO, 38, ortodontista: “Que piada essa coisa que está acontecendo no Brasil. Às vezes dá vontade de ir embora. Tenho cidadania italiana, sabia? Dinheiro com Yoga é bem empregado. Não tem essa de eu querer parar com Yoga só porque a situação econômica do país está numa pior. Acho que quem pensa em cortar os gastos parando com Yoga, na verdade está fazendo um péssimo negócio. O Yoga centra, dá firmeza, abre a mente, a gente se conhece melhor para enfrentar toda e qualquer “crise” que apareça em nosso caminho. Se você está pretendendo lagar a prática de Yoga, seja com um professor “personal” ou tendo aula num espaço, repensa isso. Te garanto que se parar sentirá muita falta em todos os sentidos. Parar com o Yoga só se justifica, se você não gosta do tipo de prática que está fazendo ou da professora que a ministra. Mas,  nesse caso, o mais sensato é procurar uma outra professora, um outro espaço que seja mais integro e com quem você se identifica.”

Harih Om!