HUMBERTO MENEGHIN
Não raro encontrar nas redes sociais
alguém a procura de um bom professor ou professora de Yoga para começar a ter
aulas com ele ou ela. Em pouco tempo, aparecem no mínimo cerca de dez “ofertas”
de profissionais versados em ministrar práticas de ásanas; além de espaços que de imediato já informam o contato para
uma aula experimental gratuita. Sim, é a Lei da Oferta e da Procura onde
disputam um cliente a grito ou a tapa. No entanto, a oferta de professores a
fim de ministrarem suas aulas de Yoga anda maior do que a procura.
A cada ano que passa como ocorre em
diversas categorias profissionais muitas professoras e professores de Yoga são
formados em cursos de formações de diversos tipos: uns que são extremamente
completos e outros que deixam muito a desejar. Sem contar aqueles ditos
profissionais que jamais participaram de um curso de Formação e na cara dura
ministram práticas de “ásanas”.
Formado ou não, o professor ou professora quer dar aulas de Yoga, quer ter alunos que
gostem de praticar com ele (a), que sejam assíduos e paguem em dia.
Alguns se sucumbem a
ministrarem práticas em espaços de Yoga onde pagam um mísero honorário pela
aula; no entanto, se satisfazem naquele momento-aula, pois fazem o que gostam e
o dinheiro, no começo, não conta muito; no entanto, isso muda quando mais tarde
percebem que lhe estão passando a perna e que na verdade está pagando para
trabalhar.
Fora isso, temos aqueles que são Personal
Yoga Instructor, ou seja, trabalham por conta própria ministrando práticas
personalizadas a um aluno ou aluna que reconhece os benefícios que a
pratica do Yoga proporciona e então resolve desembolsar um pagamento honesto de
honorário ao professor (a) que lhe ministra a prática. Ou seja, aqui o professor
de Yoga similar a status quo de um personal trainer que atua em academias
ou na casa do cliente recebe o que pede e na grande maioria das vezes lhe pagam
corretamente.
A
disputa de um aluno a tapa ou a grito nas redes sociais é feita na sua grande maioria por professores ou professoras que estão
precisando de um aluno para darem aulas e com isso ganharem um bom pagamento
sem ter que continuar se submetendo a um honorário ínfimo pago pelo espaço onde
ministram suas práticas.
Ou,
por professores iniciantes que desejam
por as mãos na massa e com isso conquistar um aluno que goste de suas aulas e
que dê continuidade. Ou, ainda, por
espaços que numa cidade de médio para grande porte são concorrentes e não
medem esforços em angariar para suas salas novos alunos, identificando essa
oportunidade quando numa rede social alguém diz que está a procura de um
professor ou um espaço para ter aulas de Yoga.
Vendo
que a oferta está bem maior que a procura, o (a) interessado (a) poderá dentre
aquelas supostas dez ofertas que recebeu optar pelo melhor preço a pagar pelas
práticas que irá receber.
Sempre haverá alguém que estará disposto (a) a oferecer uma proposta tentadora
e viável; no entanto, o barato poderá
sair caro! E ainda receber menos do que está se esperando ou até praticar com
alguém que não seja assim bem qualificado. Então, o bom senso pede o meio
termo, que somente esse aluno cliente saberá dizer qual é após pelo menos ter
feito uma prática com alguns dos professores (as) que parecem disputar um aluno
a grito.
No entanto, por outro lado, alguém pode
ver na mesma rede social que uma
praticante irá se mudar para uma cidade de grande porte no interior paulista e
que gostaria de uma indicação de um professor ou professora de Ashtanga Yoga.
Para
sua surpresa, vendo que ninguém se manifesta, conclui que na referida cidade
não há ninguém que seja versado em ministrar práticas de Ashtanga Yoga;
coisa que dificilmente ocorreria se fosse morar numa cidade americana do mesmo
porte ou até menor.
Neste caso a oferta é inexistente e a procura começa a acontecer e quem sabe possa até surgir algum (a) esperto (a) travestido(a) de professor (a) de Ashtanga Yoga que se preparou via práticas que clipou do YouTube. Aqui, então, caberá a quem procura realmente reconhecer se achou o que queria e se vale a pena continuar.
Paralelo a tudo isso, em tempos de professoras gringas que se
promovem diuturnamente no Instagram,
essa Lei da Oferta e da Procura está extremamente a favor da que num pano de
fundo paisagístico executa posturas para lá de plásticas e difíceis aos olhos
daqueles que gostariam de fazer o mesmo e viver uma vida de “glamour” ilusório.
A favor dessa professora, além do cenário
que escolhe para realizar as fotos em ásanas,
a fama que disso surge ajuda a
comercializar seu serviço a ponto de pagarem em torno de cem dólares para mais
para participarem de um aulão de ásanas
com a dita cuja repleta de admiradoras e/ou admiradores praticantes.
Sorte dela. Mas, até quando conseguirá se
reinventar para manter seu público praticante fiel? Outras mais estão na
concorrência, heim! Não são bobas nenhum
pouco as professoras que sabem vender muito bem seu peixe através das redes
sociais. Como estamos carecas de saber há público para tudo, se os que
praticam com algumas das gringas do Instagram
ficam felizes com isso, que assim seja.
Contudo, algo importante além de se
gostar da prática que um professor (a) de Yoga oferece é a afinidade e
identificação que se cria entre o que ministra a aula e quem pratica.
Disputar
um aluno a grito ou a tapa para alguns pode ser importante, para outros nem
tanto, pois estes sabem que aqueles que terão práticas consigo já estão no seu
caminho e na hora certa aparecerão.
Harih
Om!
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