HUMBERTO MENEGHIN
Hoje em dia é raro encontrar algum programa na TV
que tenha bom conteúdo e transmita uma mensagem construtiva. No entanto, para
quem assiste, assistiu e se recorda do seriado “Little House on the Prarie”,
a pequena casa na pradaria, que em português levou o título de “Os Pioneiros”,
chega à conclusão que o bom conteúdo e as mensagens construtivas estão
presentes.
Baseada em livros
escritos para crianças, que foram publicados entre 1932 e 1943, criados por
Laura Ingalls Wilder, a série, produzida entre 1974 e 1983, atualmente exibida à
noite no canal a cabo TCM, conta a estória dos Ingalls que se estabeleceram
numa pequena casa numa fazenda, na cidade de Walnut Grove, Minnesota,
Estados Unidos. Nestas pradarias, as personagens emocionam o público com
episódios dramáticos, cheio de obstáculos, não deixando de serem românticos e
com aventura.
Num dos episódios, a filha
mais velha do casal Ingalls, Mary, com treze anos de idade, se apaixonou por um
rapaz um pouco mais velho. Este rapaz, filho de um fazendeiro cujo
comportamento é bem rústico, gostava muito de escrever poesias que foram cair
nas mãos de um educador ligado a uma Universidade de uma cidade grande.
Impressionado com o talento do rapaz, este educador conseguiu um bolsa de
estudos para ele estudar na Universidade. A mãe do rapaz ficou feliz, o pai nem
tanto e a namorada, a menina Mary, que havia recebido um pedido de casamento,
mesmo tendo apenas treze anos, ficou triste com a ida do rapaz.
Pressionado em tomar uma decisão,
o rapaz que amava o seu ofício de escritor, se viu entre a cruz e a espada. De
um lado, o pai que era contra, pois queria contar com seu trabalho na fazenda e
por outro lado a namoradinha que o amava e que queria se casar com ele. Então,
o rapaz decidiu recusar a bolsa de estudos que lhe ofereciam para estudar na
Universidade e decidiu permanecer na fazenda ajudando o pai, pronto para se
casar com Mary. No entanto, no fundo sentia-se muito infeliz.
Mary percebeu isso e soube
que seu namorado havia abandonado definitivamente de escrever poemas. Ao mesmo
tempo, o fazendeiro pai do rapaz, lhe deu um pedaço de terra para que
construísse a casa em que o jovem casal iria morar após o casamento, com pasto
suficiente para plantação.
Indignada com a infelicidade
aparente do noivo que havia decidido não ir para a Universidade e ainda deixado
de escrever, vendo-o trabalhar com o que não gostava, Mary conseguiu convencer
o pai do rapaz que isto não estava certo e que deveriam deixá-lo ir, ou seja,
liberá-lo de uma pequena prisão em que ele próprio havia se colocado; que na
verdade, tinha por fim agradar a noiva e o pai, ao deixar de satisfazer o seu
desejo.
Então, mais feliz com a
aquiescência do pai e da noiva, o rapaz pegou o trem e foi para a Universidade.
Com este ganho que lhe trouxe felicidade, momentaneamente ele perdeu o contato
com a noiva e a família. No entanto, eles passaram a aceitar o fato e deixaram
de se sentirem culpados por impedirem o rapaz de estudar.
Por aí, podemos ver que no
dia a dia, nos prendemos a situações, a certos conceitos e a pessoas, achando
que é a melhor solução; mas, na realidade, nos sentimos infelizes, privados de
liberdade, limitados e arraigados ao que aparenta ser bom para nós, mas que no
fundo não é.
Paralelamente, até mesmo sem
perceber, certas vezes, somos nós quem aprisionamos alguém, ceifando-lhe a
liberdade, impedindo que verdadeiramente se sintam bem, impedindo que façam a
suas próprias escolhas.
Em analogia, a vida vem nos
trazer situações similares como essa apresentada neste episódio de “Os
Pioneiros”, situações que de uma forma e outra só nós faz refletir e crescer
como seres em evolução que buscam a verdadeira liberação, moksha.
Harih Om!
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