16 de novembro de 2011

PROFESSOR: COMO VAI A SUA PRÁTICA PESSOAL?




HUMBERTO MENEGHIN
artigo publicado originalmente no www.yoga.pro.br

Ele é um yogi, ela uma yogini; mas, como vai a prática pessoal daqueles que se dedicam, ao ensino do Yoga? Será que alguns professores de Yoga estão transferindo a prática pessoal para os minutos reservados às aulas com os alunos praticantes? E isso é correto?


Hoje em dia, em meio à agitação do urbano, adicionada aos afazeres domésticos e outras atividades, é natural acontecer de alguns professores de Yoga somente praticarem durante as aulas que ministram. 


Porém, se isso vier a se tornar um hábito freqüente; está na hora desse yogi ou dessa yogini reorganizar os horários e achar aquele precioso tempo para dedicar exclusivamente à prática pessoal. Primeiro o mais importante, já diz a máxima.


Nos primórdios dos tempos, a prática pessoal do yogi se realizava junto à Natureza, na mata, banhado ao ar puro e em lugares com abundância de prana. Os ponteiros do relógio não controlavam o tempo daqueles que buscavam o saber e a libertação.







Nos dias atuais, para o yogi-professor, o tempo se mostra precioso, muitas vezes escasso; porém, mesmo nessa situação de falta de tempo, nada seria mais justo e inteligente do que passar a se comprometer com a valiosa prática pessoal, reservando alguns momentos pela manhã ou no fim da tarde para a execução de ásanas, seguidos por no mínimo mais dez ou 15 minutos dedicados à concentração e meditação.


No entanto, não existe a necessidade desse seu compromisso inicial ser diário; você pode se comprometer com a prática pessoal por duas ou três vezes na semana e depois, quando esse compromisso se tornar mais firme e cristalizado, os minutos podem ser esticados e quem sabe você até possa vir a incluir mais dias da semana com esses momentos especiais dedicados à prática. Basta começar, pois tudo é uma questão de hábito.


O hábito se constrói pouco a pouco com a execução daqueles ásanas que você mais gosta, para na seqüência, após uma invertida, relaxar o corpo, absorver o prana em respiratórios e seguir em direção à concentração e meditação. Uma boa dica é já deixar o tapetinho estendido, bem à vista; pois assim ele vai te lembrar que a prática o espera.


Você pode até se entusiasmar, dar o pontapé inicial em direção a esse novo propósito de verdadeiramente se dedicar à prática do Yoga alguns dias na semana; mas, de repente, ao chegar no fim daquela atribulada semana você nota que o compromisso com a prática pessoal não foi devidamente cumprido.Você deixou de praticar, de se dedicar ao Yoga naquela semana, naqueles minutos que reservou e, então, uma sensação de culpa aparece. O que fazer?








Não se preocupe, retome à prática pessoal quando puder, mas retome; mesmo que seja no dia seguinte, na semana seguinte. Comprometa-se de novo e siga em frente; porque em breve notará que esse compromisso se firmou e nada mais poderá lhe afastar desse seu valioso tempo dedicado ao crescimento como mumuksu.


Uma vez que o compromisso com a prática pessoal entrou nos eixos, agora, você poderá dar mais um passo e reservar mais alguns momentos ao estudo, à leitura de livros voltados à filosofia do Yoga, a aprimorar a visão do Vedanta ou do Ayurveda; mesmo que o tempo que passa assistindo TV ou na frente ao computador venha que ser reduzido (o que aliás, já seria algo ótimo).


Dedicar-se à transmissão da filosofia milenar àqueles que se iniciam ou já praticam por algum tempo denota muita perseverança por parte do professor, e deve ser considerado uma honra. Honra que se paga com a adequada dedicação à prática pessoal, ao estudo e à realização do propósito supremo do Yoga, que é a liberdade.


Preparo este, tanto no quesito ásana quanto na leitura de textos voltados à filosofia do Yoga, das escrituras e de outros temas ligados à prática que não podem ser relegados a terceiro plano ou esquecidos, pois contribuem para o autoconhecimento.


Yogi que é yogi pratica ásana regularmente, estuda, medita e, no dia-a-dia, procura aplicar todo o saber e conhecimento do Yoga na vida em sociedade com o fim precípuo de moksha, a libertação. 


Então, lembre-se da suma importância da prática pessoal e do estudo, pois sem eles o que seria de você como yogi/yogini e daqueles que praticam com você no papel de alunos?

Harih Om!


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