HUMBERTO MENEGHIN
artigo publicado originalmente no www.yoga.pro.br
Nos tempos atuais, com a agitação do dia a dia onde a maioria das pessoas não tem tempo para se nutrirem com alimentos orgânicos e saudáveis como gostariam (ou deveriam), sobra pouco tempo ou até nenhum para cuidar adequadamente do corpo físico.
Uns se dedicam a caminhadas, corridas e esportes aeróbicos para estabilizar e eliminar o que demais se acumulou pelo corpo. Outros vão a academias para participarem de inúmeras aulas com a finalidade de se exercitar e moldar o físico em uma boa malhação. Outros mais, aproveitando a popularização do Yoga, procuram utilizar a prática como uma nova ferramenta visando unicamente perder peso.
Ainda que algumas modalidades, dêem ênfase ao dinamismo na execução dos ásanas, apresentando seqüências que liberam muita transpiração daqueles que as praticam, o Yoga não é somente isso.
Atraídas por aquela imagem de yoginis esbeltas e por já terem ouvido que boas quantidades de calorias se queimam numa aula de Yoga, algumas entusiastas se alimentam dessa equivocada intenção.
Tudo bem que o Yoga auxilia no controle da ansiedade, no entanto, certas revistas dedicadas à estética corporal e dietas contemporâneas, aproveitando a idéia em voga, estampam, de quando em quando, matérias cujo tema principal é a perda de peso com o Yoga. Exemplos de entusiastas, que antes eram ansiosas e descontroladas à mesa e que perderam alguns quilos com a prática, são citados.
Podemos até aceitar que alguém se sinta atraída (o) pelo Yoga, em um primeiro momento, trazendo o objetivo principal de perder peso. No entanto, em curto prazo, esperamos que estes entusiastas abram os olhos e vejam a prática, de uma forma diferente, isto é, através de uma nova perspectiva, de que o Yoga não é só a execução de ásanas para perda de calorias, mas sim uma bela e importante filosofia de vida onde o que importa é o autoconhecimento e a libertação em todos os sentidos.
No entanto, isso muito depende do professor(a), pois é ele(a) que funciona como a ignição eficaz para a transmissão do conhecimento e da filosofia a ser absorvida por esses praticantes. Muitos podem até se tornar agradecidos àquele(a) que lhes abriu os olhos; outros podem não dar importância a isso e continuarem praticando, mantendo, ainda, aquele objetivo de perder peso com o Yoga. Outros mais podem achar chato e irem embora, abandonando a prática para sempre.
Entretanto, podemos concluir que a perda de peso no Yoga, não é o que realmente importa, e se por um bom motivo acontecer de o (a) praticante perder peso em conseqüência da prática é porque começou internamente a se estabilizar, desenvolvendo o auto-controle e diluindo a ansiedade, que de uma forma ou outra devolve o centro ao Ser.
Estar em boa forma física, sem excesso de gordura, com o nível de colesterol, triglicérides e açúcar estáveis faz parte da boa saúde daqueles que se cuidam. Mas, associar a prática do Yoga como o pretexto específico “perda de peso”, foge à verdadeira finalidade da filosofia.
A extrema importância dispensada à estética corporal e a vaidade desmedida associada a regimes perenes nada têm a ver com moksha. Se alguns praticantes ainda continuam a alimentar esta idéia, utilizando o Yoga só com propósito de perder peso, está na hora de focar a direção norte da bússola e na medida do possível se dedicar ao estudo das escrituras e dos bons textos amplamente disponíveis na senda do Yoga.
Harih Om!
Harih Om!
Humberto, muito bom este artigo e esclarecedor...quem já praticou algum dia yoga com um bom professor deve saber a yoga é mais intimista...este site faz a diferença. Parabéns pela iniciativa!
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