HUMBERTO MENEGHIN
A primeira vista praticar bhramari pranayama mostra-se fácil e traz uma certa curiosidade aos que nunca o experimentaram. Interessante é observar como a vibração sonora produzida por nós mesmos se reflete pelo corpo produzindo um som semelhante ao de uma abelha e isto revela ao praticante nuances nunca antes percebidas.
Os benefícios advindos do bhramari pranayama são vários; tais quais: o despertar da sensibilidade psíquica e das vibrações sutis internas, o alívio da tensão mental, da ansiedade e até da falta de sono, além de ajudar o praticante a reduzir qualquer tipo de raiva que porventura esteja sentindo.
Descrito no Verso 68, Capítulo 2 do compêndio Hatha Yoga Pradipika, o bhramari pranayama é executado da seguinte forma: “Inspire rápido, produzindo um som vibrante como o da abelha macho negra e exale devagar de modo suave, produzindo o som da abelha fêmea negra. Com essa prática o yogi torna-se o senhor dos yogis e a mente é absorvida em felicidade.”
Segundo comentários de Swami Muktibodhananda ao Hatha Yoga Pradipika, recomenda-se a pratica do bhramari pranayama após a execução de asanas, do respiratório nadi shodhana e de outros pranayamas mais dinâmicos. Recomenda-se, ainda, que este pranayama seja feito antes da prática de meditação ou até mesmo antes de dormir. E na medida do possível diz-se para praticá-lo com estômago vazio.
Há várias técnicas para se praticar bhramari pranayama. A mais tradicional diz que você deve se sentar confortavelmente em uma postura de meditação, relaxar o corpo e praticar kaya sthairyam, isto é, estar em absoluta tranqüilidade, ter completa consciência do corpo físico e sentir-se como se fosse uma estátua.
Feche os olhos, toque os ouvidos com os indicadores e dedos médios, sendo que os indicadores pressionam as aberturas dos ouvidos. Então, inale profunda e vagarosamente pelas narinas e ouça o som da respiração.
Com os ouvidos ainda fechados, exale produzindo um som profundo e suave, humhumhum, como o da abelha. Concentre-se neste som, mantendo-o em baixo nível de sonoridade. E, quando a exalação estiver completa, traga as mãos aos joelhos e inspire devagar.
Se você quiser, após a exalação poderá fazer baya kumbhaka e jalandhara bandha e ainda em um próximo estágio poderá adicionar mula bandha após o jalandhara bandha.
Continue a prática do mesmo modo, fazendo de dez a vinte ciclos.
Quando terminar, mantenha os olhos fechados e ouça quaisquer sons sutis ou imagens que possam aparecer.
Evite praticar bhramari pranayama com o pescoço inclinado, o que pode tencionar a glote.
Bhramari pranayama estimula o despertar a consciência na prática do Nada Yoga induzindo à abstração dos sentidos, à concentração e ao estado meditativo.
Aos que se iniciam na prática do yoga, ao experimentarem o pranayama bhramari pela primeira vez sentem-se como uma criança. Descobrem este som interno, por eles mesmos produzidos e o repetem. Depois, observa-se que a mente está mais centrada, acompanhada de certo brilho nos olhos e até mesmo de alegria.
Bhramari pranayama, o som interno da abelha que transita por entre a mente, chakras, nadis e equilibra a sintonia do yogi. Pode não ser o mais popular entre os pranaymas, mas não deve ser esquecido.
Com frequencia uso esse pranayama nas aulas, e é interessante o modular do volume e a vibração que é incrível. Uso também, no calor dessa cidade, o sitali e sitakari. Adorando o seu blog. bjs
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