HUMBERTO J. MENEGHIN
Buscar o silêncio sem a necessidade de usar canceladores de ruídos parece ser algo cada vez mais raro. No entanto, saber lidar com os ruídos externos e internos torna-se uma ação mais do que efetiva para apreciar o silêncio, o seu momento de silêncio.
Interrupções existem e sempre existirão mesmo que você se retire por um breve momento em um cômodo dito protegido de qualquer tipo de ruído externo.
No entanto, sabemos que mesmo se o smartphone não estiver por perto, caso você consigua se desvencilhar dele, isso já é um grande passo que contribui para alguém se tornar livre de qualquer interrupção inadequada, como por exemplo: um pensamento ou algo pela mente que talvez traga determinada cobrança justamente no momento em que alguém se afasta para tentar apreciar o mero estado de silêncio.
Ficar em silêncio, buscar o silêncio, parece não ser bem visto por aqueles que tagarelam demais uma vez que incomodam aqueles que buscam e apreciam o silêncio seja para se concentrar na leitura de um livro ou em um trabalho a ser executado.
Praticar ásanas do Yoga, respiratórios, treinar a concentração nas tentativas de meditar leva o praticante a se acostumar com o silêncio, a querer o silêncio e até apreciá-lo para perceber ao longo do tempo que o silêncio em sí já tranquiliza, já traz aquela breve sensação de paz.
Retiros de silêncio são bem úteis para “fechar a boca”, mas quem garante que a mente agitada e inquieta consegue se deixar livre de atribulações de quem se retira com a intenção de mergulhar em pleno silêncio?
Mas, para lidar com isso é só notar os pensamentos passarem como se fossem nuvens e neles não se apegar, não lhes dar atenção e trazer o foco de volta ao objeto de concentração, como a respiração, é o que instruem na maioria das vezes.
A repetição de um mantra seja em tom de voz moderado, em japa também é uma excelente técnica para ensinar o praticante a apreciar o silêncio.
O mantra se desenrola e entre cada repetição o silêncio vai se alargando, o tom da voz tornando-se mais baixo, mais lento e mesmo que um cachorro lata ou uma moto de entregas de comida por aplicativos passe evidenciando primitivamente o barulho do escapamento, ao invés de incomodar, isso pode talvez deixar de perturbar aquele que busca o seu momento de silêncio e sabe como apreciá-lo.
Veja que mesmo imerso num cenário de plena beleza natural e quase sem barulho, a respiração pode muito bem ser ouvida e desta forma agregar-se ao silêncio, sem o mínimo esforço.
Momentos de silêncio existem é só se aquietar, centrar-se e vivê-lo. O silêncio não tem voz, mas acaba por ser o título de um bom livro: A Voz do Silêncio.
Harih
Om!
HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira.
Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos.
Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia.
Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA.
Foi colunista do website da revista Yoga Journal Brasil.
Já estudou e praticou com professores de Yoga americanos em 6 conferências da Yoga Journal Live New York. Edita e escreve para o blog Yogaemvoga.
MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br
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