HUMBERTO J. MENEGHIN
“It’s time to relax, Yoga” é a frase escrita numa camiseta da cor lilás vendida numa loja de departamentos. Há outras com estampas diversas, na maioria das vezes acompanhada pela palavra Yoga. Mas, será que quem as compra pratica Yoga ou apenas nutre o desejo de se sentir relaxado (a)? No entanto, uma camiseta que propaga Yoga pode levar alguém que a veste, ao longo do tempo, a praticar, buscar o relaxamento tão almejado, mesmo que isso demore. E quando a professora do Espaço pergunta: vamos fazer uma “nidrazinha”? Será que a praticante que chega sabe o que é isso?
É sabido que muitos praticantes vêm para o Yoga, mais precisamente à prática de ásanas com a intenção de relaxar, de
diluir o estresse absorvido diariamente seja durante o trabalho, nas
relações pessoais e também decorrentes de acontecimentos esperados ou
inesperados que surgem.
Apesar da frase na camiseta estar em inglês “It’s
time to relax, Yoga” e até chamar a atenção quando outros a vêem, principalmente de quem já se dedica à
prática, a pessoa que tem a camiseta um
dia decide experimentar o Yoga
através de vídeos curtos no YouTube de um professor ou professora que
divulga de forma gratuita para
angariar audiêcnia. No entanto, percebe
que seria melhor praticar num Espaço de Yoga, numa turma, diretamente com
um professor ou professora qualificado(a). E,
é o que faz.
Inicia a prática num bom Espaço e já na primeira aula alcança aquele estado
de relaxamento tão bom que a sua camiseta com o dizer “It’s time to relax, Yoga”, propaga.
Segue em frente e vai se familiarizando com alguns ásanas
do Hatha Yoga e entra em contato com o ato de respirar através da prática de pranayamas, que induz à abstração dos
sentidos e à concentração, adorando sem
dúvida o relaxamento final comprovando que o dizer da camiseta que comprara está
mais do que certo: Yoga relaxa.
Certo dia, a professora convida os alunos (as) a fazerem uma “nidrazinha”. E,
então, o que é uma “nidrazinha”?
Conforme
consta dos ensinamentos do Yoga, “o
Yoganidrá, ou sono do Yoga, é um estado de consciência bem definido, que se
situa entre o sono profundo e a meditação”, sendo
uma técnica de descontração com os
benefícios de clarear a mente e elevar a consciência, trazer mais
confiança, evitar a perda de energia vital, proporcionar a recuperação da
fadiga mental ou física, eliminando a tensão muscular, favorecendo uma boa
noite de sono e ainda a estabilidade da pressão sanguínea, batimento cardíaco e
ritmo da respiração.
Yoganidrá
comumente se realiza quando o praticante está em shavásana, deitado de costas, num lugar tranqüilo e
silencioso, por no mínimo dez minutos. Em
quatro etapas a técnica se desenvolve: indução, assimilação, preparação para o
retorno e o retorno em si mesmo.
Quem
conduz o Yoganidrá direciona o praticante a manter-se atento para evitar que
caia no sono e para tomar
consciência do corpo como um todo, descontraindo-o de forma progressiva.
Visualizações são utilizadas, cores, cachoeira, estrela, o alto da
montanha, por exemplo, para na sequencia a
atenção se voltar ao fluxo respiratório.
A
interiorização acontece, trazendo estabilidade emocional e uma sensação de
plenitude. Então, chegou a hora do sankalpa, a resolução interior, que é lembrado
aos alunos por quem conduz a prática logo no início: uma frase significatica, curta, pessoal, positiva, feita no presente para
ser repetida mentalmente no momento certo do Yoganidrá. Por exemplo: eu sou
saudável.
O
retorno acontece de forma suave e quem conduz o Yoganidrá vai trazendo o praticante de modo natural
para perceber determinadas partes do corpo, tomar consciência do momento, da
respiração, de onde está, para finalmente ouvir o que pode ser ouvido, observar
a mente e despertar-se.
Isso não é bem uma nidrazinha, mas Yoganidrá, uma técnica que pode reforçar o dizer “It’s time to relax, Yoga” que está na camiseta vendida numa loja de departamentos.
No
entanto, se o Yoganidrá não for acionado, o relaxamento ao final de uma prática
pode acontecer apenas com o intuito de o praticante colher os
benefícios dos ásanas que foram
praticados enquanto estiver deitado por alguns minutos. Por fim, sabemos que o objetivo principal do Yoga é Moksha, a liberação.
Harih Om!
HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira.
Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos.
Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia.
Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA.
Foi colunista do website da
revista Yoga Journal Brasil.
Já estudou e praticou com
professores de Yoga americanos em 6 conferências da Yoga
Journal Live New York. Edita e escreve para o blog
Yogaemvoga.
MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br
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