HUMBERTO J. MENEGHIN
Convidado por uma amiga para participar de uma sessão de meditação numa escola de Yoga, no início da noite de quinta-feira, sentiu-se previamente entusiasmado com a nova experiência. Confessa que foi difícil deixar o smartphone de lado, em modo avião, como pediram antes da meditação começar. Apagaram as luzes e apenas a luminosidade de uma lâmpada azul imperava pelo ambiente. Mas, como era a primeira vez que se propunha a “meditar”, não sabia o que fazer; então, a amiga soprou-lhe ouvido: “É só seguir o que a professora diz”. No entanto, ao final, concluiu que não conseguiu meditar e que nem pensa tentar de novo. E, por que isso aconteceu?
Alta expectativa na obtenção de resultado
rápido, hoje em dia, como em qualquer empreendimento a que se empenhe
é muito natural; no entanto, para colher,
deve-se semear, regar e com o decorrer do tempo os frutos aparecem.
O
praticante que compareceu no espaço de Yoga para meditar pela primeira vez na
sua vida estava com a expectativa que já
na primeira sessão iria meditar como um monge que há anos se dedica à
prática; não entendendo que isso demanda tempo e dedicação como qualquer coisa
na vida.
Por ser
de uma geração que está condicionada a
ter repostas e recompensas rápidas através de meios digitais, a impaciência
se faz presente e como o resultado não aparece de imediato, na maioria das
vezes abandona o que tem o seu tempo certo para acontecer.
Desta
forma, o interessado em “meditar” deve se
esforçar e participar de várias sessões de meditação e praticar até
conseguir absorver a técnica que mais o auxilie ao processo de concentração
para então começar a notar os benefícios que colheu durante a jornada.
Quem ministrou a sessão de meditação não
se atentou que alguém que nunca tentou meditar apareceu naquele dia e então,
deixou que o praticante se sentisse perdido
e abandonado durante todo o processo de concentração alimentando a crença
que o tipo de meditação que conduz é
fácil e pode ser seguida por qualquer um sem dificuldades.
O tempo dispensado à sessão de meditação
foi de uma hora! E ficar uma hora quieto em uma sala pouco
iluminada, sem se mexer, com milhares de
pensamentos e cobranças passando pela mente, ouvindo a voz da professora
dizendo para manter a atenção na respiração, acaba por se tornar uma tortura
para alguns.
No entanto, para amenizar, isso pode ser melhorado, dependendo da
qualificação e competência de quem ministra a prática no sentido de
deixá-la mais interessante e menos enfadonha.
Na
verdade, o praticante não se sentiu bem
porque não conseguiu se desapegar do smartphone,
que é o seu companheiro inseparável para qualquer lugar que vá e, deixá-lo “desligado”,
mesmo que perto, causa uma sensação de perda
enorme, como se o mundo lá fora e as novidades estivessem rolando e ele
tivesse sido deixado de fora e ignorado.
Apesar
de já ter muito ouvido sobre os benefícios
da meditação, como melhoria da concentração, menos estresse, clareza mental e
até redução da pressão arterial e uma nova neuro plasticidade da massa cinzenta,
dentre outros, não se esquecendo do desenvolvimento “do lado espiritual” (lembrando
que moksha, a liberação raramente é mencionada), a conclusão de não querer tentar meditar
de novo porque da primeira vez não
conseguiu meditar, não é uma
desculpa justificável.
Outrossim,
a dica é participar de uma sessão de
meditação com um professor ou professora com quem se identifique e que tenha a
percepção e o bom senso de conduzir o processo de concentração sem que esse “estudante” ache que meditar não é para
ele.
Harih Om!
HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira.
Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos.
Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia.
Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA.
Foi colunista do website da
revista Yoga Journal Brasil.
Já estudou e praticou com
professores de Yoga americanos em 6 conferências da Yoga
Journal Live New York. Edita e escreve para o blog
Yogaemvoga.
MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br
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