28 de fevereiro de 2022

NÃO CONSEGUIU MEDITAR E NEM QUER TENTAR DE NOVO!

 


HUMBERTO J. MENEGHIN


Convidado por uma amiga para participar de uma sessão de meditação numa escola de Yoga, no início da noite de quinta-feira, sentiu-se previamente entusiasmado com a nova experiência. Confessa que foi difícil deixar o smartphone de lado, em modo avião, como pediram antes da meditação começar. Apagaram as luzes e apenas a luminosidade de uma lâmpada azul imperava pelo ambiente. Mas, como era a primeira vez que se propunha a “meditar”, não sabia o que fazer; então, a amiga soprou-lhe ouvido: “É só seguir o que a professora diz”. No entanto, ao final, concluiu que não conseguiu meditar e que nem pensa tentar de novo. E, por que isso aconteceu?

 

Alta expectativa na obtenção de resultado rápido, hoje em dia, como em qualquer empreendimento a que se empenhe é muito natural; no entanto, para colher, deve-se semear, regar e com o decorrer do tempo os frutos aparecem.

 

O praticante que compareceu no espaço de Yoga para meditar pela primeira vez na sua vida estava com a expectativa que já na primeira sessão iria meditar como um monge que há anos se dedica à prática; não entendendo que isso demanda tempo e dedicação como qualquer coisa na vida.


Por ser de uma geração que está condicionada a ter repostas e recompensas rápidas através de meios digitais, a impaciência se faz presente e como o resultado não aparece de imediato, na maioria das vezes abandona o que tem o seu tempo certo para acontecer.


Desta forma, o interessado em “meditar” deve se esforçar e participar de várias sessões de meditação e praticar até conseguir absorver a técnica que mais o auxilie ao processo de concentração para então começar a notar os benefícios que colheu durante a jornada.


Quem ministrou a sessão de meditação não se atentou que alguém que nunca tentou meditar apareceu naquele dia e então, deixou que o praticante se sentisse perdido e abandonado durante todo o processo de concentração alimentando a crença que o tipo de meditação que conduz é fácil e pode ser seguida por qualquer um sem dificuldades.

 





O tempo dispensado à sessão de meditação foi de uma hora! E ficar uma hora quieto em uma sala pouco iluminada, sem se mexer, com milhares de pensamentos e cobranças passando pela mente, ouvindo a voz da professora dizendo para manter a atenção na respiração, acaba por se tornar uma tortura para alguns.

 

No entanto, para amenizar, isso pode ser melhorado, dependendo da qualificação e competência de quem ministra a prática no sentido de deixá-la mais interessante e menos enfadonha.

 

Na verdade, o praticante não se sentiu bem porque não conseguiu se desapegar do smartphone, que é o seu companheiro inseparável para qualquer lugar que vá e, deixá-lo “desligado”, mesmo que perto, causa uma sensação de perda enorme, como se o mundo lá fora e as novidades estivessem rolando e ele tivesse sido deixado de fora e ignorado.

 





Apesar de já ter muito ouvido sobre os benefícios da meditação, como melhoria da concentração, menos estresse, clareza mental e até redução da pressão arterial e uma nova neuro plasticidade da massa cinzenta, dentre outros, não se esquecendo do desenvolvimento “do lado espiritual” (lembrando que moksha, a liberação raramente é mencionada), a conclusão de não querer tentar meditar de novo porque da primeira vez não conseguiu meditar, não é uma desculpa justificável.

 

Outrossim, a dica é participar de uma sessão de meditação com um professor ou professora com quem se identifique e que tenha a percepção e o bom senso de conduzir o processo de concentração sem que esse “estudante” ache que meditar não é para ele.

Harih Om!

HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira. 

Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos. 

Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia

Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA. 

Foi colunista do website da revista Yoga Journal Brasil.  

 estudou e praticou com professores de Yoga americanos em 6 conferências da Yoga Journal Live New York. Edita e escreve para o blog Yogaemvoga. 

MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br

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