HUMBERTO J. MENEGHIN
Foi no salão de beleza que alguém escutou a conversa da cliente com o cabeleireiro. Falavam sobre meditação e como era bom e essencial meditar hoje em dia. Perguntada como meditava e por quanto tempo, disse que se dedicava ao seu sadhana por meia hora todos os dias e que gostava de variar as técnicas de concentração e meditação a cada semana. Muito admirado com essa informação, o cabeleireiro disse que tinha, uma vez, tentado meditar, mas não conseguiu de jeito nenhum e por isso nem cogita em tentar isso de novo. Mas, então, qual é o segredo dessa buscadora que consegue meditar por 30 minutos todos os dias? Será que isso é verdade ou ela alargou bem o papo?
Muitos de nós sabemos que é difícil se dedicar seja a atividade que for, sem falta, diariamente por 10, 15 ou 30 minutos, de forma disciplinada, em vista da vida corrida e agitada que temos, onde imprevistos acontecem e compromissos não podem ser adiados. Hoje fazemos aquela ação e no outro dia, não, para depois voltarmos de novo a fazer e assim vai.
No entanto, não é impossível de se criar o hábito da meditação, como algo indispensável que tem que ser feito como o simples ato de escovar os dentes que ocorre todos os dias e ainda no mínimo por três vezes.
Dizem que começar aos poucos é o mais indicado, três minutos ao invés de meia hora; e, ainda se registrarmos a presença do compromisso de meditar em uma planilha ou calendário e fixarmos um horário específico, o sucesso acontece.
No entanto, não adianta já no começo desta empreitada ficar meia hora sentindo-se na obrigação de meditar que muito provavelmente no dia seguinte o praticante que se inicia no caminho da meditação não irá querer seguir por ele de novo.
A praticante em questão pode sim manter ininterrupta as tentativas que dispensa para a meditação e para isso deve ser muito disciplinada e ter construído um hábito muito sólido, condicionado e automático de meditar por meia hora todos os dias sem falta. O que não é impossível, mesmo que não seja filha de militar e de família de origem alemã.
Mas, meditar por trinta minutos todos os dias sem falta não é uma ação que pode ser considerada mandatória. Medite a hora que quiser, onde quiser e pelo tempo que quiser sem se prender algo rígido e obrigatório. Moksha começa por ai.
No entanto, dentro dos trinta minutos ditos que são dispensados à meditação nós sabemos que talvez um, dois minutos, dependendo do tempo que se pratica é que dhiana realmente possa se fazer presente sendo que o restante do tempo apenas é reservado a aquietar a mente, inspirar e expirar, reduzir a quantidade de pensamentos que por ela circulam e relaxar o físico.
Uma técnica excelente que o praticante que se inicia e deseja cristalizar o hábito de meditar (não precisa ser religiosamente todos os dias, o que deve acontecer naturalmente) é o trataka, a fixação ocular na chama de uma vela, que é simples de fazer e que muitos quando a realizam acabam por esquecer do tempo devido ao inesperado estado de concentração, dhárana, que se consegue e, de repente, três minutos se transformam em quinze minutos.
Harih Om!
HUMBERTO J. MENEGHIN
é praticante e professor de Yoga em Campinas/São Paulo, Brazil. Tem Formação em Yoga com Pedro Kupfer e estuda Vedanta com Glória Arieira.
Especializou-sem em Yoga Terapia Hormonal para a Menopausa e Problemas Hormonais com Dinah Rodrigues e também Yoga Terapia Hormonal para Diabetes e Hormônios Masculinos.
Para o site www.yoga.pro.br escreveu vários artigos e traduziu textos sobre Vedanta de autoria de Sri Swami Dayananda Saraswati com quem já teve o privilégio de estudar nos Vedanta Camps em Rishikesh-Índia.
Participou do Teacher Training de Ashtanga Vinyasa Yoga – Primeira Série – com David Swenson, em Austin, Texas, USA.
Foi colunista do website da revista Yoga Journal Brasil.
Já estudou e praticou com professores de Yoga americanos em 6 conferências da Yoga Journal Live New York. Edita e escreve para o blog Yogaemvoga.
MARQUE PRÁTICAS & WORKSHOPS DE YOGA: humbertomeneghin@yahoo.com.br
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