3 de março de 2019

YOGA: IMORTALIDADE E LIBERDADE. VOCÊ JÁ LEU?




HUMBERTO J. MENEGHIN


É bem comum irmos a uma livraria ou comprarmos on line alguns livros que não são lidos de imediato e por mero descuido passam um ano ou mais estacionados numa prateleira ou armário sem que suas páginas sejam abertas e lidas. No entanto, chega um dia em que aquele livro de capa branca com quase quatrocentas páginas é visto e retirado de onde estava para então ser lido.  “Yoga: Mortalidade e Liberdade” é o livro que foi escrito pelo filósofo, estudioso e professor romeno Mircea Eliade, publicado no Brasil pela Palas Athena Editora. Você já leu esse livro ou parou logo nas primeiras páginas desistindo da leitura?

Desistir jamais, dizem os mais persistentes! Mas, o livro escrito pelo grande filósofo e professor Mircea Eliade, infelizmente desencarnado em 1986, é demasiadamente complexo para ser compreendido por aqueles que já estudam sobre Yoga há algum tempo e também pelos que iniciam.

Conduzindo a leitura pelas páginas iniciais nota-se que o vocabulário utilizado é rebuscado com palavras que por vezes pedem para ser consultadas em um dicionário para que ocorra um bom entendimento do contexto de uma frase.

No entanto, prosseguindo mais à frente com a leitura que demanda muitas pausas para reflexão o leitor percebe que se trata de uma obra indispensável aos que estudam e pesquisam sobre Yoga e Sankhya e as filosofias do oriente.

Mas, esse livro, alguém pode constatar, foi escrito numa linguagem dirigida aos catedráticos, mestres e doutores em filosofia e então por isso seu entendimento pode ser considerado confuso para os leigos que podem abandonar esse livro e nunca mais pegá-lo para ler.

Mesmo que a leitura do livro The Heart of Yoga de T.K.V. Desikachar, em inglês, possa ser considerado mais fácil do que a obra escrita por Mircea Eliade; no entanto, há boas formas de dar continuidade a leitura de “Yoga: Mortalidade de Liberdade” sem pensar em desistir. E, uma delas, é ir lendo aos poucos, mesmo que seja meia página ou apenas uma página a cada dia ou duas vezes na semana ou ainda lê-lo apenas aos domingos; o que deve ser firmemente continuado.

Uma segunda opção é ler em conjunto com uma pessoa amiga podendo até sublinhar á lápis os conceitos e as idéias importantes que são apresentadas na obra para uma melhor reflexão e entendimento.

Ainda que a leitura, inicialmente, se mostre desmotivadora, “Yoga: Mortalidade e Liberdade” merece ser lida sim, mesmo que leve três anos para concluir a leitura que muitas vezes pede releitura.

Vinte e oito páginas já se foram, bem que a linguagem poderia ser mais simples; mas, não o é e isso faz parte da aquisição do Conhecimento. Traduzi-lo para o Português não deve ter sido nada fácil e então fica aqui o grande reconhecimento desse trabalho à tradutora Teresa de Barros Velloso e dos revisores da Palas Athena.

Transcrevendo um trecho da obra com a devida permissão temos: “Para o Sankhya e o Yoga o problema é claro: dado que o sofrimento tem como origem a ignorância do “espírito” – isto é, o fato de confundir o “espírito” com os estados psicomentais –, a liberação não se obterá senão suprindo-se essa confusão. As diferenças que a esse respeito separam o Sankhya e o Yoga são insignificantes. Só o método difere; o primeiro busca obter a liberação exclusivamente pela gnose, enquanto para o segundo a ascese e a técnica meditativa são indispensáveis.”

“Yoga: Mortalidade e Liberdade” pode ser adquirido diretamente na Palas Athena Editora, encontrado numa grande livraria como a Cultura e Saraiva para ser lido e de forma alguma ser esquecido dentro de um armário ou estante; não vale colocá-lo embaixo do travesseiro enquanto dorme como a pressuposta intenção de que o conhecimento contido no livro será transmitido durante o sono.
 Harih Om!
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