HUMBERTO J. MENEGHIN
É bem comum irmos a uma livraria ou comprarmos
on line alguns livros que não são
lidos de imediato e por mero descuido passam um ano ou mais estacionados numa
prateleira ou armário sem que suas páginas sejam abertas e lidas. No entanto,
chega um dia em que aquele livro de capa branca com quase quatrocentas páginas
é visto e retirado de onde estava para então ser lido. “Yoga: Mortalidade e Liberdade” é o livro que
foi escrito pelo filósofo, estudioso e professor romeno Mircea Eliade,
publicado no Brasil pela Palas Athena Editora. Você já leu esse livro ou parou
logo nas primeiras páginas desistindo da leitura?
Desistir
jamais, dizem os mais persistentes! Mas, o livro escrito pelo grande filósofo e
professor Mircea Eliade, infelizmente desencarnado em 1986, é demasiadamente complexo para ser compreendido
por aqueles que já estudam sobre Yoga há algum tempo e também pelos que
iniciam.
Conduzindo a leitura pelas páginas iniciais nota-se que o vocabulário utilizado é rebuscado com palavras
que por vezes pedem para ser consultadas em um dicionário para que ocorra um bom entendimento do contexto de
uma frase.
No entanto, prosseguindo mais à frente
com a leitura que demanda muitas pausas
para reflexão o leitor percebe que se trata de uma obra indispensável aos que estudam e pesquisam sobre Yoga e Sankhya e as filosofias do
oriente.
Mas, esse livro, alguém pode constatar,
foi escrito numa linguagem dirigida aos
catedráticos, mestres e doutores em filosofia e então por isso seu entendimento pode ser considerado confuso
para os leigos que podem abandonar esse livro e nunca mais pegá-lo para
ler.
Mesmo que a
leitura do livro The Heart of Yoga de
T.K.V. Desikachar, em inglês, possa ser considerado mais
fácil do que a obra escrita por Mircea Eliade; no entanto, há boas formas de dar continuidade a leitura de “Yoga: Mortalidade
de Liberdade” sem pensar em desistir. E, uma delas, é ir lendo aos poucos, mesmo que seja meia página ou apenas uma página
a cada dia ou duas vezes na semana ou ainda lê-lo apenas aos domingos; o
que deve ser firmemente continuado.
Uma segunda
opção é ler em conjunto com uma pessoa amiga podendo até sublinhar á lápis os conceitos e as idéias importantes que
são apresentadas na obra para uma melhor reflexão e entendimento.
Ainda que a
leitura, inicialmente, se mostre desmotivadora, “Yoga: Mortalidade e Liberdade” merece
ser lida sim, mesmo que leve três anos para concluir a leitura que muitas vezes pede releitura.
Vinte e oito
páginas já se foram, bem que a linguagem poderia ser mais simples; mas, não o é e isso faz parte da aquisição do
Conhecimento. Traduzi-lo para o Português não deve ter sido nada fácil e então fica aqui o grande reconhecimento desse
trabalho à tradutora Teresa de Barros Velloso e dos revisores da Palas
Athena.
Transcrevendo
um trecho da obra com a
devida permissão temos: “Para o Sankhya e o Yoga o problema é claro: dado que o
sofrimento tem como origem a ignorância do “espírito” – isto é, o fato de
confundir o “espírito” com os estados psicomentais –, a liberação não se obterá
senão suprindo-se essa confusão. As diferenças que a esse respeito separam o
Sankhya e o Yoga são insignificantes. Só o método difere; o primeiro busca
obter a liberação exclusivamente pela gnose, enquanto para o segundo a ascese e
a técnica meditativa são indispensáveis.”
“Yoga:
Mortalidade e Liberdade” pode ser adquirido diretamente na Palas Athena
Editora, encontrado numa grande livraria
como a Cultura e Saraiva para ser lido e de forma alguma ser esquecido dentro
de um armário ou estante; só não vale colocá-lo embaixo do travesseiro
enquanto dorme como a pressuposta intenção de que o conhecimento contido no
livro será transmitido durante o sono.
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Esse livro é sensacional!
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