HUMBERTO J. MENEGHIN
Muitas vezes quem sai em férias e viaja
para um lugar muito distante, fora do país ou até para mais perto acaba por
também tirar férias da prática pessoal; não pratica, seja dentro ou fora do
tapetinho. Por que isso acontece, se em casa alguns praticantes conseguem
manter a regularidade da prática pessoal e até se dedicam ao estudo das
escrituras?
Sair em
férias e viajar é muito bom, tira você da rotina. No entanto, dependendo para onde você
vai e com quem, isso pode causar até uma
ponta de inveja em algumas pessoas de seu convívio, pois gostariam de fazer
o mesmo e não podem naquele momento.
É sabido que
quando saímos em férias, o que vale é se divertir, conhecer gente nova, não ter horário
para nada, degustar a gastronomia local, relaxar, ficar na praia, respirar ar puro
e sim visitar as atrações turísticas
aonde todo mundo vai.
E, nesse
corre corre, a prática do Yoga na maioria das vezes não cabe na agenda, ou
seja, não se tem tempo, porque você quer
aproveitar muito cada minuto de Paris, da Toscana, de Nova York, de Montreal
e Toronto, dos Parques da Disney (?),
da Chapada Diamantina, das praias do Nordeste do Brasil e da caríssima ilha de
Fernando de Noronha.
Tainá de
Oliveira viajou para a Flórida com o marido, os três filhos e a sogra.
Praticante inveterada do Yoga,
toda Zen, quando voltou dos Estados Unidos respondendo
à pergunta do professor de Yoga se havia praticado nas férias, Tainá disse que não teve tempo, que tudo foi
muito corrido, que mesmo querendo não
pode, aliás disse que mais se cansou
do que descansou nas férias, chegando ao ponto de dizer que precisava
tirar umas férias das férias.
Pois bem, a praticante Tainá poderia ter dispensado pelo menos dez minutos
diários para focar a atenção na respiração, concentrar-se, tentar meditar
ao invés de dispensar todo seu tempo para cuidar dos filhos, do marido e ainda da sogra.
Então, somente quando retornou à normalidade da prática tanto com seu
professor e em casa que ela realmente conseguiu descansar, na verdade, de umas
férias que foi estressante, voltada a maratonas a parques temáticos, compras em
excesso e arrumação de malas para o retorno.
Com Diana
Sampaio foi diferente. Ela e a amiga foram para Grécia, a amiga da Diana, a Dulce, não era
praticante de Yoga; Diana já praticava há três anos e nessa viagem que fez por
conta com a boa amiga até levou o
tapetinho de Yoga e por incrível que pareça conseguiu pelo menos praticar
meia hora por dia, seja pela manhã ou na hora do belíssimo pôr do Sol em
Santorini. Então, Diana, manteve o
compromisso com a prática nas férias instigando a amiga Dulce até adotar a
prática também.
No entanto, o contrário aconteceu com Adriano de Carlo que nas férias passadas
foi para Botswana, Namíbia e África do Sul, viajando com alguns amigos em carro
alugado pelas longas estradas africanas ... Adriano levou até o tapetinho na mala, mas sequer viu a cor dele por conta “da
falta de tempo”; no entanto, usou o
tempo yogico na contemplação da paisagem, da savana, do deserto, das formações
rochosas e do céu noturno extremamente estrelado da Namíbia para se conectar
com o Universo.
Walter dos
Santos foi com a esposa para Morro de São Paulo na Bahia, tirando a
irritação que teve com o som absurdamente alto que o cara da lancha colocou
enquanto visitavam uma piscina natural para ver os peixinhos, Walter disse que fez algumas Saudações ao Sol
enquanto estava na praia e só isso. No entanto, disse que pelo fato de estar se reconciliando com a
esposa em vista de desentendimentos que tinham tido, procurou colocar em prática o Yoga fora do tapetinho, os Yamas e Nyamas, o que tornou o momento agradável, na santa Paz.
Já a Patrícia Ferraz uniu o útil ao agradável e foi para o Jalapão com um
grupo de praticantes de Yoga, para se retirarem, fazerem trilhas,
praticarem bastante e aproveitarem muito a Natureza exuberante daquela parte do
Brasil.
Apesar de
cara, a viagem foi maravilhosa e Patrícia manteve naturalmente a prática
pessoal durante as férias, tudo porque
tirou férias com Yoga incluído. Cabendo
o mesmo para aqueles que vão para a Índia em férias, seja por conta ou num
grupo específico com o intuito de conhecerem a Terra do Yoga, suas estórias,
práticas, absorvendo o conhecimento da fonte.
Então, ao sair
em férias pergunte-se: Vou ter tempo para praticar? Se a resposta for não, pense na possibilidade de apenas adotar
paradas curtas, ou seja, pequenas tentativas de meditar, de contemplar, de
relaxar.
No entanto, se achar que não terá o seu tempo nem leve o tapetinho e aproveite tão somente o que deve
ser aproveitado, quem sabe enquanto degustar a culinária local e observar o cenário a sua volta a sua atenção fique plena o bastante por alguns minutos.
Harih Om!
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