HUMBERTO J. MENEGHIN
Muitas pessoas buscam a prática de Yoga, mais
especificamente ásanas, com o
objetivo principal de se verem livres da ansiedade que as assolam no dia a dia.
Seja por recomendação psicológica, médica, de amigos ou até por causa de uma
reportagem que leu na mídia digital ou viu na TV, essas pessoas querem acabar
definitivamente com a ansiedade. Mas, será que “fazer Yoga adianta alguma
coisa?” Reduz a ansiedade?
Ela é assumidamente ansiosa e então resolveu ir até um
espaço de Yoga tomar informações sobre os efeitos da prática no sentido de
aliviar e/ou
erradicar aquela sensação muito incômoda de ansiedade que a acompanha ao longo
dos anos.
Quem a recepciona no espaço afirma categoricamente que a
prática é muitíssimo eficiente para combater a ansiedade, porque dilui o estresse, relaxa a musculatura,
envolvendo o corpo como um todo, o que torna a respiração mais sutil e perceptível proporcionando uma mente mais tranquila e equilibrada para lidar de uma forma
eficaz com os momentos da vida que trazem ansiedade. E que até tem uma
seqüência especial de ásanas e pranayamas que ajudam nisso.
Convencida, a ansiosa aceita fazer uma aula experimental
para ver se realmente “fazer Yoga adianta alguma coisa”. E não é que no seu primeiro contato com a
prática, a que se rotula ansiosa sentiu-se melhor, leve, relaxada, com a
respiração mais tranquila.
E, então, logo na saída resolveu desembolsar os seis
cheques para garantir seis meses de prática uma vez na semana. Sim. Uma vez
na semana para ajudar a diluir de vez a ansiedade que padece. Mas, será que
isso é suficiente?
O grau de ansiedade difere nas pessoas, ou seja, umas são
muitíssimo ansiosas, outras um pouco menos e outras mais se sentem ansiosas só de vez
em quando, o que é normal.
No entanto, hoje em dia, nem sempre a grande maioria
das pessoas sabem lidar de uma forma objetiva com os momentos de ansiedade
que são decorrentes da impaciência, aflições, tensão, medos, preocupações
exageradas com relação à saúde, à família, ao dinheiro, ao trabalho, dentre
outras pressões que lhes sugam a energia.
A prática, num primeiro momento, pode servir como uma
boa ferramenta para centrar o indivíduo no momento presente, além dos aspectos
que refletem no físico.
No entanto, praticar apenas uma vez na semana não
irá acabar com esse bicho chamado ansiedade no sentido de se conseguir
manter um estado emocional sereno, sem estresse; pois, para que isso comece
a surtir um bom efeito o praticante terá que estender a prática do Yoga, para
além do tapetinho, o que não é uma tarefa tão fácil assim.
E como estender a prática de Yoga para além do tapetinho? Yamas e Nyamas, podem responder.
É verdade, no entanto, adotar práticas curtas de ásanas diariamente,
além da que se realiza com o professor no espaço onde se pratica, fazer
respiratórios, meditar, começar a estudar as escrituras e o Vedanta com
um(a) preceptor(a) qualificado na busca do autoconhecimento poderá ser um norte
que levará essa praticante que perguntou se “fazer Yoga adianta alguma coisa?”
saber lidar com objetividade os momentos que a tornam ansiosa.
É claro que a psicoterapia e medicamentos prescritos devem
ser adotados àqueles que são altamente ansiosos. No entanto, sabemos que todos
os humanos deste planeta são ansiosos, ninguém escapa; a diferença é que uns sabem lidar melhor
com isso e outros ainda não.
Harih Om!
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