HUMBERTO MENEGHIN
Praticar ásanas ao ar livre seja na praia, no
campo, num parque, numa praça, na beira da piscina e até no fundo do quintal ou
no topo da cobertura pode ser uma boa alternativa aos que querem fugir do convencional
“praticar entre quatro paredes”, num ambiente protegido e fechado. No entanto, praticar
Yoga ao ar livre tem seus prós e contras.
Sinônimo de prática ao ar livre é o que acontece
anualmente em plena Times Square, em
NYC, todo vinte um de junho de cada ano, com o intuito de comemorarem o
solstício de verão no hemisfério norte, o dia em que o Sol fica mais tempo
brilhando.
Mesmo que essa mega prática
tenha o suporte de muitos patrocinadores envolvidos, quem está por lá inserido
numa das aulas ou meramente assistindo pode notar que o trânsito continua
fluindo bem ao lado e os veículos expelindo os poluentes que lhes são peculiares,
muito embora alguns deles tenham uma tecnologia que não lhes permita danificar
o ar que respiramos.
Junto a isso, mesmo que o
chão esteja devidamente coberto por tapetão plástico e que a prática seja
conduzida via sistema de som, os ruídos são inevitáveis. E, então, praticar em
meio da Times Square, os contras são
esses, ainda incluindo para alguns o aglomerado de gente que está no evento, o
que limita bastante o espaço para praticar, dificultando o professor notar se
realizam as posturas de forma correta ou não.
Os prós, por sua vez, são:
o glamour que significa praticar na Times Square em meio a tanta gente cool em práticas conduzidas por
certos(as) professores(ras) renomados(as), os brindes recebidos dos
patrocinadores inclusive o Yoga mat; a oportunidade de aparecer nas
mídias sociais e outras publicações.
No entanto, há aqueles que por conta própria ou
em grupo resolvem participar de um aulão
gratuito promovido por um professor ou professora de Yoga, tal qual se desenvolve numa praça pública, no meio de um horto florestal e/ou num bosque ou numa praia.
Para professores e
professoras de Yoga que ainda não possuem um espaço próprio, buscar o ar livre
como sua sala de aula pode ser uma opção viável com algumas limitações.
Praticar junto à natureza, em meio ao verde, próximo ao mar, possibilita
que o ar puro e o prana sejam amplamente absorvidos pelos pulmões em conjunto
com o silêncio e/o sons de pássaros e do vento que por vez sopra e é sentido na
pele.
No entanto, se estiver muito frio ou calor demais e
ainda se chover, praticar ao ar livre pode não ser a pedida do momento. Mas,
se a temperatura estiver agradável e o tempo firme outro ponto pode desfavorecer praticar ao ar livre: o solo, o chão onde
os praticantes colocam os tapetes, que para possibilitar a prática deve
estar visivelmente limpo e nem um pouco superaquecido, úmido ou pedregoso.
Outro requisito é a firmeza, a estabilidade do solo que muitas vezes pode ser arenoso
ou gramado.
Comum é notarmos muitas práticas se desenvolverem em
cima das areias de uma praia cujo solo na maioria das vezes não proporcionará uma
estabilidade adequada para construir e realizar as posturas, com a agravante de
o mat ficar todo sujo de areia, o que
posteriormente pedirá uma boa lavada para ser recomposto.
Proteger-se dos raios solares nos horários que estão
mais fortes é recomendável, acompanhado de uma boa hidratação que poderá
acontecer alguns minutos antes da prática e também após o término. No entanto, curiosos
poderão estar por perto rodeando o ambiente onde a prática acontece, falando
alto, tecendo alguns comentários ou apenas olhando com certo desdém ao mesmo
tempo em que nutrem o desejo de participarem, mas acham que não é a hora.
Veja que se esta prática ao ar livre for realizada num
bosque onde existem animais confinados tipo em um mini zoológico, mesmo que o local seja
higienizado, não sobrarão odores nada agradáveis provindos dos animais que ali
estão, tornando a aula de Yoga bem desconfortável em termos olfativos. No
entanto, neste mesmo bosque, poderá haver um lugarzinho entre algumas árvores
onde não se sinta o cheiro desagradável dos animais, prevalecendo o do verde,
e, então, se a base estiver boa todos poderão praticar.
Nas proximidades de uma piscina, muitas vezes ocorrem
práticas de Yoga realizadas sobre o piso tipo de pedra mineira ou sobre os decks feitos de madeira, sendo que em
relação a este último se as peças em madeira que formam a base não estivem bem
juntas, vários espaços entre elas poderão causar certo incômodo durante a
prática.
Praticar no topo de um edifício, numa cobertura ou
terraço coletivo de edifício, poderá ser uma boa pedida, tendo como pano de fundo a
vista da cidade, o Sol se pondo, a Lua surgindo permitindo uma boa conexão com
a atmosfera.
Em tempos de epidemia de dengue, pelo menos em certas
cidades do estado de São Paulo, praticar ao ar livre seja num parque, bosque ou num fundo
de quintal nada organizado poderá colocar em risco a boa saúde do praticante ou
dos praticantes que no embalo participam de um aulão gratuito, coletivo. Neste
caso, todo o cuidado é pouco, mesmo que as imediações possam aparentar o
contrário.
Harih Om!
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