9 de dezembro de 2012

MANTRAS E ÁSANAS NO SHOW DA MADONNA



HUMBERTO MENEGHIN


Foi durante a apresentação da música I’m a sinner, cantada por Madonna, no show MDNA, que ásanas do Yoga e alguns mantras se evidenciaram. Isso pode ter passado batido pela grande maioria, mas com certeza aqueles que praticam Yoga e meditam se sentiram aparentemente mais felizes por ouvi-los e ver alguns ásanas serem praticados pelos dançarinos, enquanto imagens das escadarias do Ganges e de uma Índia urbana e longínqua eram exibidas pelo telão principal instalado no fundo do palco.



Sobre muitos blocos móveis compostos por telas led, a Diva Pop enchia os ouvidos dos presentes com uma melodia significativa que não deixava de revelar as suas mais íntimas tendências. No entanto, após a execução de vários ásanas do Yoga pelos dançarinos, dentre eles backbends e invertidas, foi ao final da canção, quando um trio de cantores versados em canto sacro se uniram à Madonna é que mantras começaram a ser entoados.




Para os leigos que compunham a maior parte da multidão onde o grande show aconteceu, os mantras que foram entoados por Madonna e os cantores sacros passaram despercebidos; talvez, por não estarem na mesma sintonia e não terem a mínima idéia o que é mantra e o real significado que eles trazem desde os tempos mais remotos. 




Não é a primeira vez que Madonna apresenta mantras em seu trabalho musical, pois no disco Ray of Light de 1998, ela incluiu uma música totalmente cantada em sânscrito chamada Shanti/Ashtangi.

Sem grande delongas, mantra é uma palavra em sânscrito que significa “instrumento do pensamento” cuja prática tem por finalidade purificar a mente. 

No entanto, a partir do momento que o praticante ou devoto se dedica a entoar um mantra que gostou ou até que lhe foi transmitido por um professor, notará que o mantra em si, na verdade, contribui para levá-lo ao silêncio ao mesmo tempo em que o afasta de qualquer influência e situações que vem de fora, o que possibilita uma maior conexão com a mente através da reflexão de seus significados com a verdadeira identidade daquele que mantra e, ainda, à meditação.


Basicamente os mantras que foram entoados por Madonna e trio de cantores sacros durante o show foram: Lokah Samasta Sukhino Bhavantu e o Harih Om Tat Sat, repetido várias vezes para que no final o OM fosse liberado das vozes para atingir o âmago de todos os presentes tanto os que sabiam o que se passava como os que não tinham a menor idéia que mantras entoados estavam sendo, achando que tudo o mais fazia parte da letra da canção, por pura e simples ignorância.

Considerado um mantra simples, Lokah Samasta Sukhino Bhavantu, significa que “todos os seres no mundo sejam felizes” e comumente é precedido algumas vezes pelo mantra OM, o som sagrado e primordial que aponta para o ser e que na verdade traz todos os outros sons de onde toda a criação surgiu. E, sendo uma invocação, uma benção, o OM é a vibração do Ser.

Por sua vez Harih Om tat Sat, expressa aquilo que é a verdade, o que se vê com os olhos e que está além da visão.  E, segundo o ensinamento de Swami Dayananda Sarawasti, Harih significa harati, ele elimina, harati päpäni, ele elimina os päpas, o resultado das ações erradas que são duhkhani, dor ou sofrimentos, duhkha-hetu, a causa do sofrimento. Então, quando você diz Hari ou Hara, você invoca Isvara na forma do removedor da dor.


Provavelmente Madonna tem conhecimento dos significados dos mantras que entoa em seus shows e os usa para pacificar e harmonizar um ambiente onde muitos seres estão reunidos para vê-la expressar arte. No entanto, quem sabe um dia ela explique a seus admiradores os significados dos mantras que entoa e aí toda a arena poderá entoá-los com ela e o mundo.
A prova dos nove está aqui:


Harih Om!

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