HUMBERTO MENEGHIN
Muitos acham que pelo fato de o professor ou
professora de Yoga já ter ido para a Índia, seja numa viagem de lazer ou de
estudo, isso pode trazer um plus em
seu curriculum. É verdade, pode.
Contudo, não podemos considerar que uma viagem à Índia de curta duração, mesmo
que por lá se faça algum curso rápido isso possa extraordinariamente ser
considerado um grande diferencial no curriculum
do professor de Yoga.
Viajar para a Índia seja a passeio ou para passar
uma temporada de no mínimo um mês se dedicando a práticas de Yoga, ao estudo de
Vedanta ou Ayurveda é um objetivo que certos leigos e muitos professores
almejam.
A grande maioria dos viajantes que vão para Índia,
desde que possuam tempo e a verba necessária, o fazem, principalmente, através
de excursões promovidas por alguns centros de Yoga, onde se presume que recebam
toda assistência necessária, desde traslados, guias, hospedagens em hotéis
cinco estrelas e tudo o mais. Outros o fazem por conta própria, na cara e na
coragem.
Para os dois tipos, de nada adianta ir à Índia de
mãos abanando, isto é, sem saber a língua inglesa (com a agravante de o inglês
falado pelos indianos ser incompreensível) e sem ter qualquer noção básica da
matéria a ser estudada ou praticada, pois isso poderá ser considerado uma
grande perda de tempo, nada consistente e sem o proveito esperado, mesmo que no
retorno algumas pessoas possam achar que pelo fato de o professor ou professora
já ter ido para Índia, um país tão distante e exótico, não importa fazer o que,
isso já é o máximo e é com esse ou essa aí que eu vou dar preferência para
praticar ásanas do Yoga com.
Do oposto, sabemos que existem muitos professores e
professoras de Yoga que ainda não foram para a Índia e que não por isso, não
sejam profissionais habilidosos e a competentes para ministrar aulas de ásanas do Yoga.
Por incrível que possa parecer, alguns desses professores e professoras que nunca puseram os pés na Índia, algumas das vezes, chegam até serem passíveis de preconceitos por parte de certos praticantes desinformados ou por alguns espaços de Yoga que valorizam muito o status quo de o professor já ter ido à Índia, sendo essa façanha considerada um quesito primordial para ministrar aulas.
No entanto, sabe-se ainda, que há um ou outro
professor, não tão raros assim, que possuem um curriculum invejável, contando com viagens à Índia e muitos cursos
e mais de uma formação em Yoga, na bagagem; mas, por sua vez, também são
vítimas de um preconceito escabroso por parte de certos espaços, chegando até
representar um “perigo”: o perigo por talvez saberem mais, serem “filosóficos”,
serem mais experientes e competentes, o que pode apagar o destaque de quem dita
as regras no espaço.
Dizem que ir pra Índia não é para qualquer um.
Alguns vão para lá passam grandes temporadas em ashrams, estudam em instituições conceituadas, retornam transmitem
o conhecimento adquirido e continuam servindo. Outros fazem o mesmo e arquivam
para si tudo o que aprenderam. E, outros ainda, resolvem estabelecerem-se de
vez por lá.
Afinal, ir para Índia, tanto a passeio ou numa
peregrinação, incluindo práticas e estudo, somente valerá à pena se quem a isso
se predispor estiver desprendido de quaisquer expectativas que sejam, dentre
elas o achar que pelo o fato de já ter estado lá irá fazer com que os demais o
valorizem em demasiado e achem isso o supra-sumo.
Harih om!
Olá caro Humberto!
ResponderExcluirConcordo com sua opinião, pois frequentemente ouço a pergunta se eu já estive na Índia, e a minha resposta, sem titubear, é não, ainda não fui. Sempre procurei estudar muito e praticar também, portanto considero que aprender consiste em esforço pessoal e na qualidade da informação que se obtém. Certamente irei à ïndia, e com certeza planejarei ir a um local adequado aos meus anseios com relação ao aprendizado desta vasta filosofia. Tive alunos que já foram a estudo, a trabalho e a lazer, alguns procuraram yoga por lá, outros não. Alguns conheceram bons professores, outros conheceram apenas uma caricatura. Alguns colegas professores viajaram para instituições ou ashrams já reconhecidos pelo tipo de yoga e outros assuntos que ensinam para não correr o risco de cair numa modalidade distante daquilo que procuravam. Pode-se viajar, é claro, o que não pode é ficar sem estudar e praticar. Abraços!
Obrigado pelo comentário, Ricardo. A Índia te aguarda no momento certo.
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