HUMBERTO MENEGHIN
Decidiu experimentar o Yoga. Tudo porque percebeu que a amiga que antes era muito agitada e descontrolada, parecia estar se modificando. Notava que estava gostando muito de praticar e que no dia a dia parecia mais calma e centrada; agora, sem aqueles ataques de nervos que costumava ter perante todos, não importando onde estivesse. A Claudinha parecia estar mais equilibrada, mudada, até parou de fumar! Será que tudo isso seria por causa das aulas de Yoga que estava tendo com aquele professor?
Então, após o trabalho, pegou uma carona com a amiga e foi fazer a sua primeira aula de Yoga na vida! Estava ansiosa por isso, mesmo que a Claudinha lhe dissesse que iria adorar!
Logo que chegou para a aula experimental gratuita, que previamente havia combinado, foi recebida pelo professor, enquanto a Claudinha tinha ido se vestir para prática. De início gostou do ambiente e do modo como foi recebida.
Amistosamente, o professor perguntou se estava bem, se corria tudo bem com a saúde e se já havia praticado Yoga antes. Disse que esta iria ser a sua primeira aula de Yoga na vida! Então, o professor ainda perguntou se a pressão arterial era boa e se tinha alguma outra limitação física que deveria saber.
Enquanto percebia que muitos outros praticantes já se acomodavam pela sala com seus tapetinhos, esperando a aula de Yoga começar, disse que tudo estava em ordem com ela e com a saúde, graças a Deus.
Quando foi trocar a roupa, viu que a Claudinha já estava pronta, parecendo uma outra pessoa, sem aquela roupa formal de escritório, agora toda Zen. Então, vestiu uma roupa confortável que tinha trazido e por acaso se lembrou que não possuía aquele tapete de borracha que os outros praticantes tinham. Como faria?
Nem precisou se preocupar mais, pois quando entrou na sala o professor prontamente lhe arranjou um mat emprestado. Parecia haver cerca de sete pessoas na sala de prática naquela noite; ops, oito, contando com o professor.
Percebi que antes de começar a aula o professor disse como a aula iria transcorrer, que começariam por entoar o mantra OM por cinco vezes, que fariam ásanas, alguns pranayamas, um relaxamento e que tudo isso seria o preparatório para meditarem. Nossa! Nunca havia pensado na vida que as posturas de Yoga e tudo o mais serviam justamente como uma preparação para a meditação.
A aula começou e juntamente com o professor e os outros praticantes, entoou o mantra OM por cinco vezes. Mesmo que os outros já soubessem o significado deste mantra, antes de entoá-lo, o professor fez questão, de em poucas palavras, explicar o que significava e eu adorei!
As posturas do Yoga que antes achava serem fáceis e muito entediantes, nada disso pareciam ser. Estava enganada. A Claudinha e os outros praticantes faziam muito bem todos os ásanas, enquanto eu percebia que o professor me dava uma atenção especial, me ajustando em algumas posturas e até fazendo-as ao meu lado para que eu notasse como era o correto. Mas esse professor é muito bom mesmo!
Naquele momento decidi que iria continuar praticando Yoga com ele e ainda mais na companhia da Claudinha também. Quem sabe as outras colegas do escritório se animam e venham se juntar a nós também.
Nossa que prática boa! Tão leve, mas intensa ao mesmo tempo. Não sabia que o Yoga era assim. Teve vezes até que me senti um pouco exausta e com calor. Notei que a Claudinha e os outros praticantes se equilibravam com facilidade em certos ásanas, enquanto eu ainda dava os primeiros passos. Senti uma certa inveja branca por isso, pois queria estar no mesmo nível que eles. Ah, não! Esta estava sendo a minha primeira aula de Yoga, eu tinha que aceitar isso, né? Tudo no seu tempo.
Chegou a hora dos pranayamas, aqueles exercícios respiratórios que podem ativar ou acalmar a mente. Nossa! Como a gente não percebe o fluxo respiratório! Sinto que estou respirando.
Após alguns ciclos dos respiratórios, concluí que a minha primeira aula de Yoga estava transcorrendo maravilhosamente bem. Então, o professor deu uma postura de inversão, até que me saí bem, e depois pediu que nos acomodassem em savasana para um momento de relaxamento, o Yoga Nidra. E, por cerca de quinze minutos mais ou menos ou mais, pois perdi a noção do tempo, acompanhei as palavras assertivas do professor que nos conduzia para um momento de profunda paz.
Não queria abandonar aquela sensação maravilhosa de paz, harmonia e leveza que me dominava. Estava tão bom! Com sutileza e calma notava que o professor pedia que tomássemos novamente consciência do corpo, de onde estávamos e que levemente nos despertássemos daquele momento de profundo descanso.
Então, todos nos colocamos sentados, a Claudinha envolveu seu corpo num cobertor de flecee e eu resolvi fazer o mesmo. Alguns até estavam sentados mais próximos da parede, para melhor apoiar as costas durante a meditação, mas eu e a Claudinha ficamos ali mesmo, na primeira fila, próximas ao professor.
Ele pediu que nos acomodássemos bem, fechássemos os olhos e simplesmente ouvíssemos as suas palavras, nos conscientizando de algumas partes do corpo, da respiração e de onde estávamos. Olha que só agora notei que durante toda prática não houve música!
O silêncio dominou o ambiente, às vezes ouvíamos um carro passar lá fora...amanhã tenho um monte de trabalho esperando na minha mesa ... assim não vai dar, que chefe é esse que ... Não; para com isso! Agora eu estou meditando, todos aqui estão, a Claudinha também.. A Claudinha fazendo Yoga... nunca pensei que... nem eu... mas a aula foi boa, boa nada, maravilhosa. Vou voltar.
Então, ouvimos o professor dizer para irmos nos mexendo devagar e para abrirmos os olhos.... mas já, será que meditei? A minha primeira aula de Yoga terminou. Farei outras com certeza! Nossa, como a Claudinha tá Zen, parece outra... tão leve, tão em Paz....
Harih Om!
Humberto, estou adorando seu blog. E vc é muito divertido nas sutilezas... Namaste
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