HUMBERTO J. MENEGHIN
Mais comum do que se pensa é encontrar
alguém que quer meditar, mas diz que não consegue. Não consegue porque mesmo
tendo conhecimento de uma técnica, não encontra tempo para meditar. Ou, ao
tentar meditar algo incomoda e logo desiste. Ou, ainda, mesmo usando um app preparado para induzir ao estado
meditativo, o praticante acaba dormindo. Ou não consegue meditar porque simplesmente
não sabe como começar a meditar. Sem contar também aqueles que já fizeram um
curso presencial para aprender a meditar, pagaram muito caro por isso e nada de
meditar. Então, o que falta para esses praticantes realmente meditarem?
Disciplina e
força de vontade, o hábito. E ainda, uma boa e eficiente orientação de um
prodissional qualificado em transmitir
com didática e seriedade as técnicas e dicas de como se dedicar ao processo
meditativo de modo eficaz e contínuo, mudando o que se pode mudar quando o
momento pede. Sim, é verdade.
No entanto, o praticante pode ter o seu tempo, alguma técnica; mas, na hora que se
recolhe para tentar meditar sente-se muito incomodado, ainda inquieto, envolvido em pensamentos que vem e vão,
que por sinal é muito comum àqueles que se inciam em um dos caminhos para
meditar.
Adicionado a isso, a forma como está acomodado o perturba, aquela dor nas costas ou
num dos joelhos persiste; ou, ainda, a
rua lá embaixo é muito movimentada e o trânsito incomoda especialmente o barulho feito pelas motos dos
entregadores de comida que passam em alta velocidade.
No entanto, uma praticante de jeito nenhum encontra nem cinco minutos ao dia para
por em prática uma técnica de meditação que aprendeu com um amigo Zen. Ela
não cuida da casa, tem até um padrão de vida adequado, estando empregada,
trabalhando em um bom lugar, sem muitas preocupações; mas, o tempo parece escorrer por entre os dedos das mãos e quando vai
ver já está indo dormir, após passar vários
minutos pregada à tela do smarphone.
Não achou o seu tempo para meditar, pois não considera uma prioridade.
Curiosamente,
sabendo que alguém é professor de Yoga com quem já
praticou anteriormente, mas parou por “falta de tempo”, tendo aprendido com
esse professor algumas técnicas de meditação, resolveu baixar um app e
pô-lo para conduzí-la a meditar no conforto do seu próprio lar. No entanto,
confessou diretamente ao outrora professor que mesmo com o auxílio do dito app,
não consegue ouvir até o fim as instruções e acaba dormindo.
Paralelamente, outro praticante viu e anda lendo num website paulistano de amplo destaque nacional e internacional diversas matérias sobre mindfulness, a meditação da moda,
aquela da atenção plena há muito praticada pelos buditas e então se interessou em querer meditar; mas, a coisa não engata, porque não sabe
como começar, mesmo seguindo algumas instruções descritas nas matérias que
leu, como por exemplo, ficar prestando a atenção na respiração.
Mesmo assim, ainda há aqueles que participam de um curso de meditação extensivo, com
a duração de seis meses, pagando mais de mil reais, para aprenderem a meditar. Recebem um material até que bom, mas não
tão profundo assim, semanalmente comparecem às aulas práticas e até contam
com algumas gravações suporte para seguirem em casa.
E assim vai, durante o meio ano, notam
uma boa diferença na qualidade de vida; mas o curso acaba. O curso termina, a
vida cotidiana segue e aquela motivação para continuar meditando não fica! Parecia meditar enquanto estava no curso,
mas agora que o curso acabou não consegue mais “meditar”! Será que o curso
foi bom ou meditar não é tão fácil assim como dizem?
Existem os
que meditam há muitos anos e continuam
na jornada. No entanto, alguns outros desistiram por algum tempo e retornaram; retornaram com mais vontade ainda em
continuar em seu sadhana.
Harih Om!
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Olá. Além de disciplina, a outra palavra é persistência. É difícil também. Eu tenho esses dois problemas para praticar yoga.
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