HUMBERTO J. MENEGHIN
“Se eu fizer essa
postura, não volto mais. Aí vou ter dois problemas: dor na coluna e não vou
andar mais!” Foi o que alguém disse ao ver uma
praticante realizar a variação simples de Eka pada rajakapotasana, a postura do pombo. Imagina se tivesse visto a completa?
No entanto, esse comentário desmotivador para alguns e realista para outros poderia
muito bem ter sido dito em relação a qualquer outro ásana do Yoga seja
simples ou considerado difícil de executar.
Firme e confortável, dentro do seu limite, sem querer competir com
outra pessoa para ver quem faz melhor seja qual for ásana; é o que
ouvimos alguns professores de Yoga dizerem durante suas aulas, o que está dentro do bom senso.
No entanto, isso
não quer dizer que uma postura que seja inicialmente considerada difícil
para um praticante que se inicia no Yoga, não
possa ser realizada e conquistada dedicando-se corretamente à prática, excetuando, é claro, somente aqueles que tenham certas limitações
físicas e outras de saúde que os impeçam de construí-la, ao longo do tempo.
Quem lê, ouve e ainda
presencia alguém dizer: “Se eu fizer essa postura, não volto mais. Aí vou ter dois
problemas: dor na coluna e não vou andar mais!” pode concluir que essa pessoa, praticante ou não, realmente tenha um sério problema físico não
resolvido seja no quadril, joelhos, tornozelos e claramente na coluna
vertebral e no sacro ilíaco a ponto de achar que não vai andar mais. E, então, esta pessoa pode estar certa de não querer
se arriscar para não agravar a situação.
No entanto, alguém pode sustentar essa crença mesmo que
não tenha nenhum problema físico, e, então, só de ver e achar que a postura do pombo na sua variação simples não possa ser feita, talvez por receio,
insegurança e medo de que não vai conseguir
e que vai se machucar, nem tenta e deixa
de fazê-la definitivamente.
No entanto, dentro
dessa situação, estando tudo bem com quem
inicialmente pensa assim, por que não tentar? Pois, ao longo da prática se
chega lá; e o considerado difícil poderá deixar de ser.
Então, para se construir a Eka pada rajakapotasana, aqui a variação mais
simples da postura do pombo, estando em Adho Mukha Svanasana, a postura do cachorro
que olha para baixo, o praticante
realiza as seguintes ações;
- Traz a perna direita dobrada com o joelho próximo à borda do tapete de Yoga, mantendo o calcanhar direito alinhado com o lado esquerdo do quadril e com a canela posicionada num ângulo de 45º à borda do mat à frente.
- No
sequência o praticante inclina o tronco um pouco à frente e estende a perna esquerda para
trás.
- Para
ativar um pouco mais o alongamento no músculo piriforme da perna direita
que está dobrada, os artelhos do pé esquerdo se acomodam ao chão para
depois o praticante elevar
sutilmente o joelho esquerdo e trazer o quadril um pouco mais para
trás.
- A
coxa da perna esquerda realiza uma rotação externa enquanto a parte
esquerda do quadril aproxima-se mais do solo.
- Naturalmente,
a grande maioria das pessoas não
consegue aproximar absolutamente o quadril do chão e então alguns usam
um bloco, bolster ou cobertores
dobrados como apoio. Deste ponto o praticante deita-se possibilitando que
o músculo piriforme se alongue
- Então, o praticante toma consciência do
dedão do pé esquerdo e promove um movimento espiral interno e suave da
coxa da perna esquerda possibilitando que os músculos se posicionem ao
chão, percebendo também que o lado esquerdo do quadril vem mais em direção
ao solo o que promove ainda mais o alongamento no músculo piriforme da
perna direita.
- Ao elevar o tronco,
estendendo-se os braços e mantendo as palmas das mãos ao solo próximas ao corpo,
sobre blocos ou até sustentando-se com as pontas dos dedos das mãos ao
chão, o que promove um elevar maior do tronco, o praticante traz o abdômen em direção à coluna vertebral,
tomando consciência de ambos os lados do quadril, enquanto a pélvis vem um
pouco para baixo, criando-se espaço na região sacral; sustentando o ásana de cinco a dez respirações.
- Esta
postura também pode der feita em
frente à parede, com os braços paralelos e elevados, apoiando-se às
mãos. E, doutro modo, com os
antebraços ao solo, como na esfinge.
- Esta variação mais simples do pombo, se bem feita, alivia incômodos no
ciático e até nas costas, abrindo também a junta quadril, alongando os
flexores, as coxas, glúteos, virilha, psoas e piriformes. Eka pada rajakapotasana ainda estimula os órgãos internos e também ajuda a liberar os sentimentos emocionais
negativos depositados por ali.
- As
contraindicações são para os que têm algum problema nos tornozelos,
joelhos, sacro ilíaco, lombar e quadril.
- Vale lembrar que este ásana também deve ser executado para o outro lado seguindo as mesmas ações.
Estando tudo bem e
realizada da forma correta, o praticante
vai fazer essa postura, voltar e não ter nenhum problema.
Harih Om!
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Adorei.
ResponderExcluirEu pratico atividade física desde 1981 e todos os dias, comecei yoga esse mês e ne desanimei por não conseguir a do corvo, e faço muito mal a da sereia e pontem
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