27 de agosto de 2017

BHUJANGÁSANA: ALINHANDO-SE NA COBRA




HUMBERTO J. MENEGHIN


“Deite-se de bruços, pressione as mãos no chão, estenda os braços e eleve o tronco e a cabeça para cima. Você está na postura da cobra, que beneficia os rins e as costas. ”  Sim, uma orientação feita por uma professora de Yoga para seus alunos entrarem em bhujangásana. No entanto, muitos podem achar que algo mais está faltando para que os praticantes sob a sua tutela experimentem a postura da cobra como deve, de uma forma mais segura e confortável. O que será?


Um bom alinhamento esta é a resposta. Mas como alinhar corretamente os alunos na cobra? A maioria dos professores e professoras de Yoga optam por conduzir verbalmente os praticantes nos diversos ásanas que compõem uma prática e outros mais até ajustam-nos manualmente, ou seja, tocam os alunos de uma forma adequada para se manterem firmes e confortáveis nos ásanas por algumas respirações até que de aula em aula já estejam por conta própria se colocando corretamente nas posturas.


No caso específico da bhujangásana, que é uma postura de retroflexão e até intensa, um bom cuidado deve ser dispensado para que desconfortos desnecessários não ocorram e posteriormente não venham incomodar os praticantes.


Destarte, comumente já terem sido feitas retroflexões mais leves como shalabásana e a esfinge, por exemplo, a condução e alinhamento adequados de uma boa cobra pode ocorrer desta forma:


1. Deite-se de barriga para baixo (de cúbito ventral) sobre o mat com as pernas na largura do quadril.  


2. Coloque as palmas das mãos no solo em baixo dos ombros com os dedos apontando para frente.


3. Os pés estão juntos e os dedinhos são pressionados ao chão para que ocorra uma rotação interna das pernas enquanto se contrai os glúteos, mantendo-se os joelhos em contato com o mat.


4. Mova as escápulas em direção aos rins enquanto os cotovelos apontam para trás para inspirar e pressionar as mãos no chão para elevar o peito. Nesta ação atente-se em usar os músculos das costas ao elevar o tronco e os dos braços para criar o arco nas costas.


5. Então, o praticante pode manter -se olhando para frente e ficar na cobra de uma forma suave, sem afundar o pescoço entre os ombros; no entanto, para quem não tiver qualquer desconforto na cervical e quiser passar para uma nova etapa, poderá elevar o queixo, a cabeça e olhar para o teto, surgindo uma compressão na nuca.


6. Recomenda-se que o osso púbico fique em contato com o solo e o umbigo elevado cerca de três centímetros. E, em relação os braços, tradicionalmente ficam estendidos; mas, acompanhando a suavidade de quem mantem olhar a frente sem comprimir a nuca, os braços podem ficar flexionados.


7. Para abrir mais o peito, para quem manteve os braços estendidos na cobra, uma ação isométrica se faz presente na relação mãos e pés.


8. Alguns praticantes mantem-se na cobra por cinco ou dez respirações para se quiserem repetirem mais duas vezes essa postura.


9. No entanto, o retorno à Terra deve ser feito com suavidade, ao expirar, trazendo o tronco, ombros e a cabeça para baixo, ao flexionar os braços, tocando a testa no mat ou no dorso de uma mão sobreposta a outra.


Após um ou alguns ciclos de bhujangásana, alguns professores preferem realizar uma postura de torção antes de passar para uma de flexão, ou, ainda continuar outras de retroflexões como dhanurásana, o arco. Ou, ainda dispensar a torção e ir diretamente para um ásana de flexão.


Recomenda-se evitar a postura quem tem úlcera, hipertireoidismo ou algum desconforto maior nas vértebras. No entanto, a circulação do sangue nas costas melhora e os nervos ali são tonificados, bem como útero e ovários. Os órgãos abdominais são beneficiados, em especial o fígado e os rins, incluindo suprarrenais, que são estimulados a trabalharem bem.


Pesquisadores russos, nos anos setenta, constataram que se ficarmos 3 minutos diários na cobra o nível de testosterona se eleva. Então, observe a sua cobra e aproveite muito bem a sua prática.

Harih Om!

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