HUMBERTO J. MENEGHIN
Todos sabemos quais são os malefícios do cigarro; no
entanto, chega uma hora que não dá mais: ou se abandona o vício ou doenças mais
graves se instalam. Fumante inveterada
por várias décadas, o médico lhe deu um ultimato para que parasse de fumar
imediatamente. Indecisa, resolveu acatar a ordem, mesmo sabendo que já tentara
antes sem sucesso; e, então, resolveu começar a praticar Yoga e aos poucos
conseguiu largar o cigarro.
Não procurou a prática de ásanas com esse
objetivo, o de parar de fumar, mas sim para se sentir melhor, menos
agitada, menos ansiosa, mais relaxada e com a mente e o corpo mais equilibrado.
As posturas lhes foram apresentadas pouco a pouco e
mesmo estando acima do peso conseguia realizá-las e as que ainda não estava
totalmente apta seguia as adaptações que o professor lhe passava.
Então, descobriu os respiratórios, os pranayamas,
como dizem e percebeu que eles lhe faziam muito bem, pois parecia que
abriam os pulmões, oxigenavam o corpo, o cérebro, o que a fazia sentir-se mais
tranquila, menos ansiosa. Adicionado a isso, começou a dar os primeiros passos
no processo meditativo, tornando-se mais focada e consciente de si mesma.
E, o curioso é que no dia que praticava a vontade de
pegar um cigarro para fumar não se apresentava, conseguindo até ficar sem
ele durante quase o dia todo.
À noite, o sono se tornou melhor, menos agitado e quando
aparecia aquela vontade de abrir o maço de cigarros para pegar um e fumar, ao
invés disso, buscou os respiratórios, passou a fazer algumas posturas leves que
gostava e assim, ao longo do tempo, foi conseguindo se desvencilhar do
hábito até então indomado de fumar.
Consoante estudo publicado na Journal of Women’s Health a prática regular de Yoga reduziu
significantemente a ansiedade, em especial a tendência de fumar, em um grupo de
fumantes que nunca havia praticado.
Os participantes desse estudo composto na sua
grande maioria por mulheres compareceram em aulas de Vinyasa Yoga, com duração
60 minutos, duas vezes na semana, durante o período de oito semanas que
consistia em 45 minutos de ásanas
seguidos por cinco minutos de respiratórios e meditação e 10 minutos de
relaxamento.
Os resultados desse estudo, na verdade, inferem na
redução dos sintomas negativos que estão associados com o parar de fumar,
diminuindo o estresse e aquele desejo de pegar um cigarro, o que melhorou o
humor e a percepção da qualidade de vida.
Essa descoberta é significante porque sugere que a
prática regular de Yoga é uma espécie de tratamento viável para as pessoas que precisam de ajuda no que
concerne a parar de fumar, mas que gostariam de evitar o uso de
medicamentos.
Muito embora o conceito que a grande maioria tenha do Yoga
esteja relacionado a pessoas jovens, magras e flexíveis praticando aquelas
posturas difíceis em cima de seus tapetes ou inseridas em cenários estonteantes
aos olhos alheios, isso é um dos aspectos menos importantes que a filosofia e a
disciplina do Yoga nos apresenta.
É verdade que os ásanas, as técnicas respiratórias,
os pranayamas, contribuem de forma muito eficaz para a mudança do padrão
mental e fisiológico seja naquela pessoa que é fumante ou não, que agregados à
atenção plena resulta em momentos que levam a liberação de qualquer desejo
indevido que a prende.
Harih Om!
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