HUMBERTO MENEGHIN
Esta foi a desculpa que uma vizinha deu a uma amiga e
também vizinha ao declinar o convite para participar de uma aula de Yoga. Não
se trata de uma desculpa esfarrapada, sem pé nem cabeça; mas, sentindo-se fora
do padrão “tudo de Om”, essa vizinha cujo corpo tem alguns quilos a mais,
intimidou-se em participar de uma aula de Yoga, porque primeiro precisa
emagrecer. E será mesmo que se emagrecer voltará atrás e aí sim começará a
praticar?
É natural que a mídia, os meios de comunicação em
si prefiram mostrar e associar aos produtos que vendem as pessoas que estejam
em boa forma, que sejam magras, altas, fortes, bonitas, elegantes e saradas, e,
no Yoga, muitas leigas e leigos acham que um requisito indispensável para
praticar é o de ser magro ou magra; pois, de outro modo jamais conseguirão
realizar as posturas, acompanhar a turma e ainda sentir-se-ão envergonhados com
a agravante de se comparar a muitas modelos super famosas e diversas
celebridades lindíssimas que andam praticando Yoga.
Muitíssima equivocada essa “desculpa” que a vizinha
deu a amiga, de que primeiro precisa emagrecer para começar a praticar Yoga; pois
isso, na verdade, nada mais é do que uma fuga acompanhada pelo receio de
abandonar a sua zona de conforto: a de não se dedicar a uma atividade
física seja por meio da prática de ásanas ou fazer exercícios numa
academia.
Nem todos que praticam Yoga dentro ou fora do
tapetinho são pessoas supra sumos, ou seja, extremamente esbeltas, ágeis e
flexíveis. Como dizem: “Yoga é
para todos” e essa premissa parece ser mais do que adequada.
É comum que o/a praticante que pela primeira vez
tem contato com a prática pode notar uma ou outra pessoa dentro da sala que
realmente seja magérrima e que faça todas as posturas como grande desenvoltura
e facilidade.
No entanto, muitos formatos de corpos diferentes
estão presentes num grupo que pratica Yoga junto. Idosos, magros demais e nada
flexíveis, esbeltas flexíveis, os que estão fora de forma com alguns quilos a
mais e aqueles ou aquelas que tem a dificuldade de se abaixarem para amarrarem
os sapatos; todos com suas limitações, tanto anatômicas, fisiológicas e
emocionais que requerem certos cuidados e adaptações por parte do professor (a)
qualificado (a) para que a prática seja um momento único e sobretudo saudável
em todos os sentidos, dentro dos limites, sem exageros.
E, se alguém no decorrer da jornada notar que
emagreceu, isso foi apenas mera consequência. Uma mudança inevitável que na
verdade foi fruto da prática comprometida tanto de ásanas, respiratórios
e meditação que ajudaram o/a praticante se manter mais consciente diante da
tendência de se exceder onde não é viável.
Harih Om!
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