7 de agosto de 2012

YOGA E VINHO: UMA COMBINAÇÃO PERFEITA?



HUMBERTO MENEGHIN


Não é de hoje que a publicidade associa alguns produtos que lança no mercado ao conceito Yoga. A mais recente prova disso é o anúncio de uma vinícola da Califórnia especializada na produção de vinhos Pinot Noir e Chardonnay. E, para estrelar essa campanha foi convocada a conhecidíssima professora de Yoga, Colleen Saidman Yee; sim, esposa do também conhecido Rodney Yee.

Ungido, desta vez, a óleos essenciais o vinho que a professora de Yoga se propôs a anunciar pode ter seus aficionados; no entanto, uma boa parcela dos professores e praticantes de Yoga estão contestando abertamente que qualquer que seja a ligação do álcool com o Yoga, não tem nada a ver, pelo motivo de que isso vai definitivamente contra seus ensinamentos e princípios.




Mesmo assim, muito embora alguns praticantes e até mesmo certos professores apreciem de vez em quando tomar uma taça de um bom vinho, a verdade é que neste anúncio específico o que está valendo para o marketing é transmitir a um seleto público consumidor, a crença de que o produto vinho encontra-se perfeitamente inserido no estilo de vida daqueles que são equilibrados, que praticam e que estão diretamente ligados ao Yoga; e, sobretudo que parecem adotar seus princípios.

Certos consumidores podem nem dar a mínima importância quanto essa celeuma no que concerne à associação do Yoga com o vinho, pois podem recordar perfeitamente que numa missa o vinho sempre está presente e é degustado, significando o sangue de Cristo, e sendo assim o que há de mal em associar Yoga com vinho?




Outros mais podem trazer a informação à mente de que tomar uma taça de vinho todos os dias é muito bom para o coração, pois contém o resveratrol, um polifenol que auxilia na redução do colesterol LDL e ainda serve para retardar o envelhecimento. No entanto, para aqueles que tem algum problema com álcool é sempre melhor evitar o primeiro gole de qualquer etílico.

Se Colleen Saidman Yee, uma conceituada professora de Yoga nos Estados Unidos, aceitou em participar desta campanha que vende vinho e em decorrência ganhou um bom cachê, não por isso será banida dos eventos que participa e nem os workshops que promove com o marido ficarão vazios. 

A escolha foi dela e para isso deve ter pensado e repensado antes de aceitar esse convite. Se está indo contra alguns princípios do Yoga, não será apenas ela quem assim age, pois há muitos outros que fazem coisas bem piores do que anunciar uma bebida alcoólica e talvez nem sejam alvos de críticas.

No entanto, um cachê bem tentador pode fazer maravilhas, ainda mais quando se precisa muito de uma quantia alta em dinheiro para aliviar uma situação financeira pesarosa. Que professor ou professora de Yoga recusaria uma oportunidade dessas?

Talvez um desprendido das finanças ou aquele que não esteja passando necessidades nessa área; mas, no caso de Colleen, ao que tudo indica, ela não se enquadra em nenhuma dessas hipóteses e o convite parece que realmente foi irrecusável. Será que ela pensou em recusar? E se outra professora conceituada tivesse aceitado em seu lugar? Provavelmente teceriam as mesmas críticas, não é mesmo?







O vinho dessa vinícola californiana pode bem se tornar conhecido como o vinho dos que praticam Yoga; no entanto, não podemos deixar de lembrar que de uns tempos para cá andam promovendo retiros de Yoga e Vinho, especialmente na região da Toscana, na Itália; pagando-se até dois mil dólares para mais por uma semana; o que significa evidentemente que há um público que aprecia praticar ásanas de Yoga aliado à degustação de bons vinhos. E, esses, são os potenciais consumidores do vinho anunciado pela professora de Yoga em questão.


Harih Om!

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